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O ano de 2022 finalmente chegou ao fim, e é com muito louvor (e cansaço) que eu deixo aqui a minha lista com os 30 filmes do ano que eu mais gostei, fazendo breves comentários sobre cada um deles com o intuito de deixar a curiosidade de todos instigada.

OBS: Essa lista segue o gosto pessoal do redator, e não representa a opinião geral do site Fórum Nerd.

Gostaria de destacar também que obviamente não assisti todos os filmes do ano, e alguns lançamentos muito aguardados por mim e que poderiam estar nessa lista, como: The Whale, Babilônia, Entre Mulheres, Close, No Bears, EO, Suzume e Joyland, não foram disponibilizados para aluguel digital ou lançados nos cinemas brasileiros. Vamos então para a lista, passando rapidamente por algumas menções honrosas que não couberam na lista:

Menções honrosas:

Pânico (Dir: Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett), Pearl (Dir: Ty West), Boa Sorte, Leo Grande (Dir: Sophie Hyde), Trem Bala (Dir: David Leitch), O Telefone Preto (Dir: Scott Derickson), O Acontecimento (Dir: Audrey Diwan), A Vida Depois de Yang (Dir: Kogonada), Tico e Teco e os Defensores a Lei (Dir: Akiva Schaffer) e O Milagre (Dir: Sebástian Lelio).

30. A Vida Depois (The Fallout, Dir: Megan Park)

A trama segue a estudante do ensino médio Vada, enquanto ela navega pelas consequências emocionais que ela experimenta na sequência de uma tragédia na escola. Os relacionamentos com sua família e amigos, bem como sua visão do mundo, foram alterados para sempre.

2022 foi o ano de Jenna Ortega (Você, A Babá: Rainha da Morte), com a atriz explodindo com os filmes de terror "Pânico" e "X: A Marca da Morte" e a série "Wandinha". Porém, o meu projeto favorito dela foi "A Vida Depois", dirigido pela atriz Megan Park (Será Que?, Um Espião e Meio), sendo lançado bem no comecinho do ano.

Atentados envolvendo atiradores invadindo escolas é infelizmente uma realidade no mundo, e principalmente nos EUA, onde ocorre pelo menos uma vez por mês no país. Assim o filme oferece uma visão bem diferente do que se espera, focando no trauma gerado em pessoas que menos se espera serem afetados por isso, não estado diretamente envolvidas, com uma grande sensibilidade. 

Disponível no HBO Max, você pode ler a nossa crítica do filme aqui.

29. Broker - Uma Nova Chance (Beurokeo, Dir: Hirokazu Kore-eda)

Um homem e seu amigo ocasionalmente roubam bebês da caixa de bebês da igreja e os vendem no mercado negro de adoção. No entanto, quando uma jovem mãe volta depois de ter abandonado seu bebê, ela os descobre e decide acompanhá-los em uma viagem para entrevistar os pais em potencial do bebê.

Se eu fizesse um top 10 diretores favoritos da vida, o diretor japonês Hirokazu Kore-eda (Assunto de Família, Ninguém Pode Saber) com toda certeza estaria nela.

Aqui o cineasta entrega outra obra com o tema principal sendo família (que é o grande foco de toda a sua cinematografia), apresentando personagens disfuncionais e que logo conseguem criar um lindo lasso de amizade. Destaque também para o ator Song Kang Ho (Parasita, Memórias de um Assassino), que sempre entrega uma interpretação marcante.

28. Decisão de Partir (Heojil Kyolshim, Dir: Park Chan-Wook)

Um detetive que investiga a morte de um homem nas montanhas encontra a misteriosa esposa do homem morto durante sua investigação obstinada.

Depois de anos, o brilhante diretor sul-coreano Park Chan-Wook (Oldboy, A Criada) retorna com o seu mais novo filme, um drama investigativo instigante regado de um visual e uma direção inacreditáveis. Wook prova mais uma ver que é um dos melhores da atualidade, só ver a cena onde o protagonista está espionando a suspeita, e como o diretor conduz e filma toda a sequência.

Mesmo sendo um dos filmes mais fracos da filmografia de Park Chan-Wook, ainda é um filme de Park Chan-Wook, então não tem como ficar de fora da lista de melhores do ano.

27. RRR: Revolta, Rebelião, Revolução (RRR: Rise Roar Revolt, Dir: S.S. Rajamouli)

Durante a era britânica Malli, uma pequena garota tribal é levada pelo governador britânico Scott Buxton e sua esposa Catherine contra a vontade de seus pais, índios revolucionários, mas o ocorrido nunca é creditado pelo governo britânico. O governo descobre que Komaram Bheem começou sua busca por ela e pode ser um obstáculo para o exército britânico. O governador e sua esposa anunciam um posto especial para qualquer oficial que possa trazer Bheem até eles.

Talvez a grande surpresa do ano? Filmes Bollywoodianos não são exatamente o que nós costumeiramente consumimos (principalmente eu), mas eles sempre tiveram o seu charme e "estranheza" que os tornam produções bem únicas.

Aqui, o diretor S.S. Rajamouli (Baahubali: O Início, Seu Crime, Seu Sofrimento) nos dá um filme extremamente frenéticos (com uma das melhores músicas e cenas de ação do ano) contra o colonialismo britânico que aconteceu na Índia no século passado. Além é claro de ter o melhor bromance do ano.

O filme está disponível no catálogo da Netflix.

26. A Mulher Rei (The Woman King, Dir: Gina Prince-Bythewood)

A Mulher Rei acompanha Nanisca que foi uma comandante do exército do Reino de Daomé, um dos locais mais poderosos da África nos séculos XVII e XIX. Durante o período, o grupo militar era composto apenas por mulheres que, juntas, combateram os colonizadores franceses, tribos rivais e todos aqueles que tentaram escravizar seu povo e destruir suas terras. Conhecidas como Agojie, o grupo foi criado por conta de sua população masculina enfrentar altas baixas na violência e guerra cada vez mais frequentes com os estados vizinhos da África Ocidental, o que levou Dahomey a ser forçado a dar anualmente escravos do sexo masculino, particularmente ao Império Oyo, que usou isso para troca de mercadorias como parte do crescente fenômeno do comércio de escravos na África Ocidental durante a Era dos Descobrimentos, o que fez com que mulheres fossem alistadas para o combate.

Que a Viola Davis (O Esquadrão Suicida, Um Limite entre Nós) é uma atriz brilhante, todos estão cansados de saber. Mas aqui neste novo filme de ação dirigido por Gina Prince-Bythewood (The Old Guard, Nos Bastidores da Fama), ela dá outra aula de atuação mostrando que também pode fazer cenas de ação ótimas, em uma história bem relevante.

Um épico que mesmo com alguns problemas históricos, merece ser visto por todos.

Leia a nossa crítica do filme aqui.

25. A Menina Silenciosa (An Cailín Ciúin, Dir: Colm Bairéad)

Cáit é uma menina de nove anos com uma família gigante, carente e disfuncional. Com sua mãe próxima de ter mais uma criança e com o verão chegando, Cáit é mandada para a case de parentes distantes. A vida com esses novos parentes começa a cair bem na criança, até ela fazer uma descoberta terrível.

O que acontece quando uma menininha que cresce em um ambiente conturbado e sem amor dos pais, de repente descobre o que é receber amor materno e fraterno? O diretor irlandês Colm Bairéad (The Joy, Finné) responde essa pergunta, em um dos dramas mais sensíveis do ano.

24. Até os Ossos (Bones and All, Dir: Luca Guadagnino)

Após ser abandonada pela mãe, uma jovem com tendências canibais inicia uma jornada pelo país a procura de seu pai e em busca de respostas.

Um inusitado road movie sobre... canibais, dirigido por Luca Guadagnino (Me Chame Pelo Seu Nome, Suspiria: A Dança do Medo) e com Taylor Russell (As Ondas, Perdidos no Espaço), Timothée Chalamet (Duna, Adoráveis Mulheres). O que mais você precisa saber??

O filme apresenta um universo bem interessante com bons personagens e um ótimo arco da protagonista, sabendo dosar bem o gore com cenas mais leves e reflexivas. Um destaque também para a excelente trilha sonora da dupla de compositores Trent Reznor e Atticus Ross (Watchmen, Soul).

Leia a nossa crítica do filme clicando aqui.

23. Marte Um (Dir: Gabriel Martins)

Uma família negra da periferia de Contagem, Minas Gerais, busca seguir seus sonhos em um país que acaba de eleger como presidente um homem de extrema-direita, que representa o contrário de tudo que eles são.

O cinema nacional é incrível e merece mais reconhecimento das pessoas, e "Marte Um", de Gabriel Martins (O Nó do Diabo, No Coração do Mundo). Mesmo com o desastre que prometia ser (e foi), o bolsonarismo não conseguiu matar os sonhos de milhares de brasileiros e brasileiras que querem seguir seus sonhos.

Mesmo não entrando para a pré-lista de indicados ao Oscar 2023, "Marte Um" continua sendo um grande filme brasileiro que merece reconhecimento.

22. Armageddon Time (Dir: James Gray)

Na Nova York dos anos 1980, antes de Ronald Reagan ser eleito presidente dos Estados Unidos, uma família vive no Queens e precisa passar por um processo profundamente pessoal. Traçando uma trajetória intensa de amadurecimento, o longa aborda a força da família e a busca que atravessa gerações pelo "sonho americano".

Uma das modas atuais de Hollywood são grandes cineastas fazerem filmes sobre a sua infância homenageando o cinema em si (coisa que veremos mais na frente nessa lista). Depois de "Belfast", agora é a vez do diretor James Gray (Ad Astra: Rumo ás Estrelas, Z: A Cidade Perdida) contar a sua.

O filme acabou dividindo muito as opiniões gerais do público e da crítica, mas eu estou do lado daqueles que realmente amaram o filme, que tem interpretações ótimas de Banks Repeta (O Diabo de Cada Dia, Lovecraft Country), Anne Hathaway (Os Miseráveis, Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge), Anthony Hopkins (O Silêncio dos Inocentes, Meu Pai) e Jeremy Strong (Os 7 de Chicago, Succession). Fica a recomendação para aqueles que curtem esse tipo de história.

21. Top Gun: Maverick (Dir: Joseph Kosinski)

Depois de mais de 30 anos de serviço como um dos principais aviadores da Marinha, Pete "Maverick" Mitchell está de volta, rompendo os limites como um piloto de testes corajosos. No mundo contemporâneo das guerras tecnológicas, Maverick enfrenta drones e prova que o fator humano ainda é essencial.

Ok, eu sempre gosto de enfatizar que não gosto nem um pouco de "Top Gun: Ases Indomáveis". Acho o filme original de 198 intragável e extremamente datado, sendo uma propaganda americana que pode ter feito sentido na época, mas não envelheceu nada bem.

Dito isso, é inegável que "Top Gun: Maverick" é uma sequência muito superior, e de fato, um grande filme. É o grande blockbuster de maior bilheteria do ano (até o momento), levando milhões as salas de cinema.

O trabalho do diretor Joseph Kosinski (Oblivion, Tron: O Legado) aqui é primoroso, e muito das qualidades técnicas do filme se dão ao ator e produtor Tom Cruise (Missão Impossível, De Olhos Bem Fechados), que trabalha em dobo pra entregar o maior espetáculo possível. 

Disponível na Paramount+, leia a nossa crítica do filme aqui.

20. Fresh (Dir: Mimi Cave)

Frustrada de usar aplicativos de namoro apenas para acabar em encontros chatos e tediosos, Noa se arrisca ao dar seu número para o charmoso Steve depois de um encontro na parte de produtos de mercearia no mercado. Durante o encontro em um bar local, brincadeiras atrevidas dão lugar a uma conexão carregada de química, e uma apaixonada Noa se atreve a esperar que ela possa realmente ter encontrado uma conexão real com o estranho do supermercado. Ela aceita o convite de Steve para uma escapadela de fim de semana improvisada, apenas para descobrir que seu novo amante esconde alguns apetites incomuns.

Com os primeiros 30 minutos que te enganam e fazem parecer que você está vendo uma comédia romântica fofinha, a diretora Mimi Cave rapidamente muda a chave e transforma "Fresh" em um interessante (e bem filmado, inclusive) filme de horror com uma garota tentando sobreviver ao ser mergulhada em um submundo assustador de canibais.

Tinha todos os ingredientes pra ser um filme genérico e esquecível, mas se destacou sendo um terror bem inteligente com ótimas interpretações de Sebastian Stan (Falcão e o Soldado Invernal, Eu, Tonya) e Daisy Edgar-Jones (Normal People, Um Lugar Bem Longe Daqui), abordando questões sobre relacionamentos... tóxicos. 

Disponível no Star+, leia a nossa crítica do filme aqui.

19. Apollo 10 ½: Aventura na Era Espacial (Apollo 10 ½: A Space Age Adventure, Dir: Richard Linklater)

Um coming-of-age situado nos subúrbios de Houston, Texas, no verão de 1969, em meio a histórica viagem à Lua da Apollo 11, contado pelas perspectivas dos astronautas que fizeram parte do momento triunfante e de uma criança que vive perto da NASA mas acompanhando todo o processo pela TV assim como milhões de pessoas.

Continuando uma tradição da sua carreira, o diretor Richard Linklater (Boyhood: Da Infância à Juventude, Escola do Rock) volta com o seu mais novo filme, que se trata de outra animação em rotoscopia, contando a história de jovem garoto tendo uma jornada de amadurecimento.

Linklater está na sua zona de conforto (no bom sentido), dominando muito bem o filme que tem um clima bem leve e te deixa sorrindo do começo ao fim.

Disponível na Netflix, leia a nossa crítica do filme aqui.

18. Não! Não Olhe! (Nope, Dir: Jordan Peele)

Uma cidade do interior da Califórnia começa a ter eventos bizarros e extraterrestres. Uma dupla de irmãos possuem um rancho de cavalos e são vizinhos de um parque de diversões de uma série de televisão, inspirada no velho oeste. Os dois então são testemunhas de eventos bizarros e discos voadores.

Jordan Peele (Corra!, Nós) é incrível. O cara fez uma carreira como ator de comédia, e no ano de 2016 mudou a chave e escreveu e dirigiu o seu primeiro filme de terror: "Corra!", que foi extremamente aclamado e o rendeu um Oscar pelo roteiro original, abrindo as portas para um dos nomes mais interessantes da indústria.

Continuando a sua carreira no terror, Peele nos entrega mais um ótimo filme com pitadas de comédia, críticas sociais bem pertinentes e inteligentes, e atuações ótimas de Daniel Kaluuya (Pantera Negra, Judas e o Messias Negro), Keke Palmer (As Golpistas, Pimp), Steven Yeun (The Walking Dead, Minari: Em Busca da Felicidade) e Brandon Perea (The OA). Um dos grandes filmes sobre ETs dos últimos anos, e um grande filme sobre o cinema em si, e a sua importância.

Leia a nossa crítica do filme aqui.

17. Nada de Novo no Front (Im Westen nichts Neues, Dir: Edward Berger)

O adolescente Paul é convocado para atuar na linha de frente da Primeira Guerra Mundial. O jovem alemão começa seu serviço militar de forma idealista e entusiasmada, mas logo é confrontado pela dura realidade do combate.

Remake do clássico filme de 1930, "Nada de Novo no Front" é uma longa e dolorosa jornada mostrando o quão terrível é a guerra, e já se tornou uma das principais apostas da Netflix para as premiações de 2023.

O diretor Edward Berger (Your Honor, Jack) e o cinematógrafo James Friend (Your Honor, Patrick Melrose) entregam possivelmente a melhor fotografia do ano ao lado de "Batman". Todo o visual, e a paleta de cores azul, fria e triste mostrando os soldados na guerra, e as cores vermelhas e quentes dos generais e comodantes "confortáveis" em suas casas enquanto organizam uma trégua. Um filmaço essencial sobre a guerra.

Disponível na Netflix, leia a nossa crítica do filme aqui.

16. Noites Brutais (Barbarian, Dir: Zach Cregger)

Estando na cidade para uma entrevista de emprego, uma jovem chega ao seu Airbnb tarde da noite, apenas para descobrir que seu aluguel foi erroneamente reservado para um homem estranho que já está hospedado lá. Contra seu melhor julgamento, ela decide passar a noite de qualquer maneira, mas logo descobre que há muito mais a temer em casa do que o outro hóspede da casa.

Outra grande surpresa do ano, "Noites Brutais" é um filme que veio absolutamente do nada e se mostrou uma joia bruta do gênero de terror. Zach Cregger (Newsboyz, The Civil War on Drugs) comanda muito bem a direção e o roteiro do filme, sempre deixando o expectador desconfiado que algo aqui não está certo.

Te prendendo do começo ao fim, esse filme consegue o milagre de ter um final satisfatório e "justo", coisa que é BEM RARA em filmes do gênero. É simplesmente o melhor filme de terror do ano.

Disponível no Star+, leia a nossa crítica do filme aqui.

15. Great Freedom (Große Freiheit, Dir: Sebastian Meise)

Na Alemanha do pós-guerra, Hans é preso várias vezes por ser homossexual. O único relacionamento estável em sua vida se torna seu companheiro de cela de longa data, Viktor, um assassino condenado. O que começa como repulsa se transforma em algo chamado amor.

Um olhar bem triste e tocante do diretor austríaco Sebastian Meise (Outing, Stillleben) sobre condenações de homossexuais no país durante o período de guerras. A narrativa e edição do filme é fragmentada de forma que causa uma confusão proposital no expectador, mas nada que de fato minimalise a qualidade dele.

Com uma excelente fotografia e atuações, vemos como muitas vezes podemos encontrar o amor do lugar onde menos esperamos, da forma mais inusitada. É uma das grandes pérolas do ano que poucos deram o devido valor.

O filme está atualmente disponível no serviço de streaming Mubi.

14. Triangulo da Tristeza (Triangle of Sadness, Dir: Ruben Ostlund)

A história começa acompanhando os jovens modelos Carl e Yaya, que estão navegando pelo mundo fashionista enquanto tentam se tornar influencers. Eles ganham passagens para viajar num cruzeiro de luxo, sendo os únicos passageiros classe média num grupo de milionários, liderado por um alcóolatra capitão comunista. Porém, uma noite de tormenta e ataques de piratas fazem o navio naufragar, deixando os sobreviventes presos numa ilha deserta. A hierarquia dentre o grupo muda completamente quando dentre esse bando de ricaços, a única pessoa que sabe como sobreviver nesse local inóspito é a faxineira filipina.

A melhor forma de descrever "Triangulo da Tristeza" é como "The White Lotus versão filme", uma sátira ácida questionando valores de nossa sociedade, como a hierarquia e se aqueles que "mandam" são realmente aptos a ter esses lugares.

No entanto, é importante ter em mente de que o filme de Ruben Östlund (The Square: A Arte da Discórdia, Força Maior) é totalmente divisivo, já que todo o estilo e humor dele não irão agradar a todos. Mesmo assim, é um filmaço com comentários bem relevantes, sendo uma comédia perfeita para os nossos tempos.

O filme chega aos cinemas brasileiros no dia 2 de Março de 2023.

13. Tár (Dir: Todd Field)

Tendo alcançado uma carreira invejável com a qual poucos poderiam sonhar, a renomada maestrina/compositora Lydia Tár, a primeira diretora musical feminina da Filarmônica de Berlim, está no topo do mundo. Como regente, Lydia não apenas orquestra, mas também manipula. Como uma pioneira, a virtuosa apaixonada lidera o caminho na indústria da música clássica dominada por homens. Além disso, Lydia se prepara para o lançamento de suas memórias enquanto concilia trabalho e família. Ela também está disposta a enfrentar um de seus desafios mais significativos: uma gravação ao vivo da Sinfonia nº 5 de Gustav Mahler. No entanto, forças que nem mesmo ela pode controlar lentamente destroem a elaborada fachada de Lydia, revelando segredos sujos e a natureza corrosiva do poder. E se a vida derrubar Lydia de seu pedestal?

O diretor Todd Field (Pecados Íntimos, Entre Quatro Paredes) nos dá aqui um dos retratos e estudos de personagens mais interessantes do ano, focando na fria e fictícia compositora Lydia Tár.

A arrogância de Lydia Tár a transformam em uma das personagens mais intrigantes do ano, e ela é muito beneficiada pela atuação brilhante de Cate Blanchett (Thor: Ragnarok, Não Olhe Para Cima), que entrega a melhor interpretação de sua carreira.

O filme chega aos cinemas brasileiros no dia 26 de Janeiro de 2023.

12. Inu-Oh (Dir: Masaaki Yuasa)

Inu-oh nasceu com características físicas únicas, e os adultos, horrorizados, cobrem cada centímetro de seu corpo com roupas, incluindo uma máscara em seu rosto. Um dia, ele conhece um garoto chamado Tomona, um jogador cego de biwa. Enquanto Tomona toca uma música delicada, Inu-oh descobre uma habilidade incrível para dançar. Os dois tornam-se parceiros de negócios e amigos inseparáveis, usando seus dons criativos para sobreviver à margem da sociedade.

Um show visual e narrativo de Masaaki Yuasa (Devilman: Crybaby, Keep Your Hands Off Eizouken!) com uma história bem bonita sobre arte e contra o capacitismo.

A história as vezes pode parecer meio confusa e sem foco? Sim, mas não deixa de ter muito coração, personagens carismáticos e um visual fora do comum. Para quem gosta de animes, fica a recomendação de toda a filmografia de Yuasa.

11. Elvis (Dir: Baz Lurhman)

A cinebiografia de Elvis Presley acompanhará décadas da vida do artista e sua ascensão à fama, a partir do relacionamento do cantor com seu controlador empresário "Coronel" Tom Parker. A história mergulha na dinâmica entre o cantor e seu empresário por mais de 20 anos em parceria, usando a paisagem dos EUA em constante evolução e a perda da inocência de Elvis ao longo dos anos como cantor. No meio de sua jornada e carreira, Elvis encontrará Priscilla Presley, fonte de sua inspiração e uma das pessoas mais importantes de sua vida.

Se tem um gênero que me cansou muito nesses últimos anos são cinebiografias, então não dava bola para "Elvis" por conta disso e de não ter nenhuma grande conexão com o rei do rock (ou com músicos no geral). Mas o meu grande erro foi subestimar o espetacular diretor Baz Luhrmann (Moulin Rouge, O Grande Gatsby), que deu um verdadeiro show em homenagear Elvis, com uma direção e montagem frenéticas.

O trabalho de Austin Butler (Era Uma Vez em... Hollywood) em dar vida ao rei do rock é impecável, não é atoa de que ele é um dos favoritos a melhor ator em todas as premiações, e até mesmo Tom Hanks (Forrest Gump, O Naufrago) com sua maquiagem e atuação caricata convence muito. Uma das minhas cinebiografias favoritas da vida.

Disponível no HBO Max, você pode ler a nossa crítica do filme aqui.

10. Marcel the Shell With Shoes On (Dir: Dean Fleischer-Camp)

Marcel é uma adorável concha que leva uma vida colorida com sua avó Connie e seu fiapo de estimação, Alan. Antes parte de uma extensa comunidade de conchas, eles agora vivem sozinhos como os únicos sobreviventes de uma misteriosa tragédia. Mas quando um documentarista os descobre entre a desordem de seu Airbnb, o curta-metragem que ele publica online traz a Marcel milhões de fãs apaixonados, bem como perigos sem precedentes e uma nova esperança de encontrar sua família há muito tempo perdida.

Um fofo e bem inventivo mockumentary, que é uma das animações mais legais do ano. Marcel é um dos personagens mais adoráveis do ano, e consegue transformar até mesmo as pequenas coisas em algo interessante.

Usando a técnica de animação em stop-motion, o diretor Dean Fleischer-Camp, que começou criando curtas do personagem para a internet, até enfim conseguir lançar um filme, criou aqui um longa bem especial e tocante, que vai fazer qualquer fã de animação se emocionar.

9. O Homem do Norte (The Northman, Dir: Robert Eggers)

Depois de testemunhar o assassinato do pai pelas mãos do seu tio Fjölnir, e ver sua mãe e reino tomados pelo assassino, o jovem Príncipe Amleth foge para retornar anos depois, já adulto, determinado a fazer justiça.

É claro que o mais novo filme de Robert Eggers (O Farol, A Bruxa) tem obrigação de estar nessa lista. Eggers já se provou um dos melhores diretores de sua geração, e aqui experimenta com um épico viking de alto orçamento, entregando uma brutal história de vingança.

Visualmente belo e com Alexander Skarsgard (A Lenda de Tarzan, Big Little Lies), Nicole Kidman (Aquaman, De Olhos Bem Fechados), Anya Taylor-Joy (A Bruxa, O Gambito da Rainha), Willem Dafoe (O Farol, John Wick), Ethan Hawke (Dia de Treinamento, Sociedade dos Poetas Mortos) e Björk no elenco, o filme termina com uma épica luta de espada entre dois homens buscando vingança, pelados em um vulcão. Como não amar a mente desse diretor?

Leia a nossa crítica do filme aqui.

8. Argentina, 1985 (Dir: Santiago Mitre)

“Argentina, 1985” é inspirado na história verídica de Julio Strassera, Luis Moreno Ocampo e sua equipe de jovens juristas, heróis improváveis que travam uma batalha de Davi e Golias na qual, sob ameaças constantes e contra toda as possibilidades, ousam processar a ditadura militar mais sangrenta da Argentina e embrenham-se numa corrida contra o tempo para fazer justiça às vítimas dos militares.

ANISTIA NÃO! Esse é a principal mensagem do filme do diretor argentino Santiago Mitre (O Estudante, Paulina), que é relevante mais do que nunca nos dias de hoje, principalmente para países como o Brasil. Sem falar na atuação do ator Ricardo Darín (Relatos Selvagens, O Segredo dos Seus Olhos), que é um monstro sagrado do cinema, sempre entregando filmes inacreditáveis de bons.

Tortura, humilhação, censura e o sofrimento sem fim causado por militares em ditaduras nunca devem ser justificadas, independentemente dos motivos que eles aleguem. Que toda democracia saudável siga esse exemplo e cace esses fascistas.

O filme está disponível no catálogo da Amazon Prime Vídeo.

7. Os Banshees de Inisherin (The Banshees of Inisherin, Dir: Martin McDonagh)

The Banshees Of Inisherin se passa na ilha fictícia de Inisherin, em 1923, durante a Guerra Civil Irlandesa. Pádraic é um homem extremamente gentil cujo ser inteiro é abalado depois de experimentar a crueldade abrupta e casual de Colm, dois amigos de longa data cuja amizade é quebrada após o conflito surgir no país. Pádraic, confuso e devastado, tenta reatar o relacionamento com o apoio de sua irmã Siobhan, que junto com Dominic, filho do policial local, tem suas preocupações dentro da pequena ilha. Mas quando Colm lança um ultimato chocante para tornar suas intenções realidade, os eventos começam a se intensificar.

Martin McDonagh (Três Anúncios Para um Crime, Na Mira do Chefe) entrega outro grande filme na sua já excelente filmografia, com um filme bem intimista e honesto sobre a vida pacata e até depressiva desse grupo de personagens bem interessantes.

Com atuações brilhantes de Colin Farrell (O Lagosta, Batman), Brendan Gleeson (O Guarda, Calvário), Barry Keoghan (Eternos, O Sacrifício do Cervo Sagrado) e Kerry Condon (Roma, Better Call Saul), o filme merece todo o prestígio que vem ganhando nas premiações.

O filme chega aos cinemas brasileiros em Fevereiro de 2023.

6. Glass Onion: Um Mistério Knives Out (Glass Onion: A Knives Out Mystery, Dir: Rian Johnson)

O filme segue um bilionário da tecnologia que convida seus entes mais próximos e queridos para uma comemoração em sua ilha grega particular, mas quando alguém aparece morto, o detetive Benoit Blanc deve desvendar o mistério.

Rian Johnson (Star Wars - Os Últimos Jedi, Looper: Assassinos do Futuro) faz de novo e entrega uma sequência perfeita de "Entre Facas e Segredos". Um clássico whodunit muito bem escrito e filmado, cheio de intriga e personagens maravilhosos.

Johnson aproveita muito bem o seu elenco maravilhoso, e dá ainda mais destaque e personalidade para o detetive Benoit Blanc, vivido por Daniel Craig (007: Cassino Royale, Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres). Blanc inclusive se torna aqui um dos detetives mais legais e já icônicos da cultura pop. Sem falar no roteiro brilhante e muito bem escrito que desenvolve de forma ágil a trama, amarrando cada detalhezinho imaginável. Diversão e qualidade do começo ao fim.

Disponível na Netflix, leia a nossa crítica do filme aqui.

5. Batman (The Batman, Dir: Matt Reeves)

Dois anos nas ruas como o Batman, causando medo nos corações dos criminosos, levou Bruce Wayne para as sombras de Gotham. Com apenas alguns aliados de confiança - Alfred e o tenente Gordon - entre a rede corrupta de figuras importantes e funcionários, o vigilante se tornou a personificação da vingança na cidade. Quando um assassino atinge a elite de Gotham com intenções sádicas e pistas enigmáticas, O Maior Detetive do Mundo é enviado nessa investigação onde ele encontra personagens como Selina Kyle - também conhecida como Mulher-Gato, Oswald  Cobblepot - também conhecido como O Pinguim, Carmine Falcone e Edward Nashton - também conhecido como Charada. À medida que as evidências começam a chegar mais perto de casa e a escala dos planos do criminoso se torna clara, Batman deve forjar novos relacionamentos, desmascarar o culpado e trazer justiça à corrupção que há muito tempo atormenta Gotham City.

Todo mundo gosta do Batman, mesmo que tente dizer o contrário. E em meio ao caos que se tornou as produções cinematográfica da DC nos últimos anos (independente da qualidade dos produtos finais), o diretor Matt Reeves (Planeta dos Macacos: A Guerra, Cloverfield: O Monstro) conseguiu trazer uma visão nova e totalmente empolgante sobre o vigilante de Gotham.

Reeves também soube escalar muito bem o seu elenco, trazendo Robert Pattinson (O Farol, Bom Comportamento) como Batman, Zoe Kravitz (Mad Max: Estrada da Fúria, Big Little Lies) como Mulher-Gato, Paul Dano (Sangue Negro, Pequena Miss Sunchine) como Charada, Jeffrey Wright (Westworld, Shaft) como Comissário Gordon, Andy Serkis (Pantera Negra, O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei) como Alfred Pennyworth, Colin Farrell (O Lagosta, Na Mira do Chefe) como o Pinguim e outros nomes incríveis que casaram totalmente com esses personagens icônicos dos quadrinhos.

Um filme noir mostrando enfim o Batman detetive que sempre pedíamos, com um visual e uma cinematografia arrebatadora, trazendo uma visão e mensagem mais do que necessária para o homem-morcego e os expectadores nesses dias de hoje.

Disponível na HBO Max, leia as nossas críticas do filme com e sem Spoilers.

4. Aftersun (Dir: Charlotte Wells)

Sophie reflete sobre a alegria compartilhada e a melancolia particular de um feriado que ela tirou com seu pai vinte anos antes. Memórias reais e imaginárias preenchem as lacunas enquanto ela tenta reconciliar o pai que conheceu com o homem que não conhecia.

A maior surpresa do ano, por ser a grande estreia de Charlotte Wells na direção. Aqui a diretora apresenta uma linda e forte homenagem que fez ao seu pai, relembrando as últimas férias que passou com ele.

Embora as atuações de Paul Mescal (The Deceived, Normal People) e da novata Frankie Corio sejam espetaculares, a sensibilidade, beleza e tristeza do filme o coroam como um dos grandes filmes de 2022, que vai com toda a certeza destruir o seu coração.

Você pode ler a nossa crítica do filme aqui.

3. Os Fabelmans (The Fabelmans, Dir: Steven Spielberg)

O jovem Sammy Fabelman se apaixona por filmes depois que seus pais o levam para ver "The Greatest Show on Earth". Armado com uma câmera, Sammy começa a fazer seus próprios filmes em casa, para o deleite de sua mãe solidária.

Steven Spielberg (A Lista de Schindler, E.T: O Extraterrestre) a essa altura do campeonato já não precisa mais se provar como um dos maiores diretores de todos os tempos. O pai do blockbuster e que já fez diversos "filmes de arte" incríveis, aqui retorna para as suas origens em um filme semi-biográfico contado a sua história de infância com a família e o começo do seu amor e fascínio com o cinema.

O filme tem Michelle Williams (Manchester a Beira Mar), Paul Dano (Sangue Negro), Seth Rogen  (Superbad: É Hoje), Gabriel LaBelle (O Predador) e Julia Butters (Era Uma Vez em... Hollywood) no elenco, sem falar na participação especial no final que é pra te deixar sorrindo e com lágrimas nos olhos. Uma linda carta de amor ao cinema.

O filme chegará oficialmente aos cinemas brasileiros em Fevereiro de 2023.

2. Pinóquio, de Guillermo del Toro (Guillermo del Toro's Pinocchio, Dir: Guillermo del Toro e Mark Gustafson)

Ambientado durante a ascensão do fascismo na Itália de Mussolini, Pinóquio é uma história de amor e desobediência enquanto Pinóquio luta para corresponder expectativas de seu pai.

Pinóquio é aquele tipo de história que já foi incessantemente contada dezenas de vezes nos cinemas. Mas aqui, os diretores Guillermo del Toro (A Forma da Água, Hellboy) e Mark Gustafson (O Fantástico Sr Raposo) trazem uma visão única e emocionante desse clássico conto, com um visual e animação em stop-motion incrível.

Com Gregory MannEwan McGregor (Trainspotting), David Bradley (Game of Thrones), Cate Blanchett (Thor: Ragnarok), Tim Blake Nelson (Watchmen), John Turturro (Batman), Ron Perlman (Hellboy), Finn Wolfhard (Stranger Things), Christoph Waltz (Bastardos Inglórios) e Tilda Swinton (Doutor Estranho) no elenco de voz, essa nova visão de Pinóquio é uma obra de arte da animação e do cinema, sendo a melhor animação do ano e sem dúvidas a melhor adaptação da história feita para os cinemas.

Disponível na Netflix, leia a nossa crítica do filme aqui.

1. Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo (Everything Everywhere All At Once, Dir: Daniel Kwan e Daniel Scheinert)

Uma imigrante chinesa que vive nos Estados Unidos encara uma aventura insana, pois ela pode ser fundamental para salvar o mundo. Explorando outros universos paralelos que se conectam com as vidas que ela poderia ter vivido, essa senhora precisará de coragem para encarar os maiores desafios de sua vida.

A dupla de diretores Daniel Kwan e Daniel Scheinert (Um Cadáver Para Sobreviver, The Death of Dick Long) são esquisitos, isso é uma certeza, assim como são talentosos demais. Aqui eles entregam um dos melhores filmes que eu já vi na minha vida, capturando interpretações lindas e engraçadas de Michelle Yeoh (O Tigre e o Dragão), Jamie Lee Curtis (Halloween: A Noite do Terror), Stephanie Hsu (O Caminho), Ke Huy Quan (Os Goonies) e James Hong (Aventureiros do Bairro Proibido), cheio de "bobajadas" como duas pedras falantes, que conseguem te fazer chorar e dar risada.

Um filme 100% original que trazem uma emocionante história com muita bobeira, cenas de ação espetaculares, visuais únicos e m multiverso que nos proporcionou Raccacoonie. Personagens que passam por jornadas emocionais que é impossível você como expectador não se identificar, sempre com um visual de deixar o queixo caído no chão. Uma obra-prima do cinema que será lembrada para sempre.

Você pode ler a nossa crítica do filme aqui.

Bom é isso, agradeço profundamente a todos que leram o texto, e se possível sigam o Fórum Nerd nas nossas redes sociais. Gostaram do texto? Concordam com a lista? Qual a lista de vocês? Algum filme que merecia ficar na lista acabou ficando de fora? Deixa um comentário aqui embaixo!

E que 2023 tenha tantos filmes bons e memoráveis quanto 2022!

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