Com destaque as atuações e ao roteiro, filme entrega possivelmente uma das melhores e mais fiéis interpretações do Batman já feita para os cinemas 


   Originalmente planejado como um filme que seguiria os eventos de Liga da Justiça (2017-2021) e seria dirigido e estrelado por Ben Affleck, Batman, ou The Batman, seguiu seguiu uma direção completamente diferente depois que Affleck desistiu do projeto e a Warner Bros contratou os serviços do diretor Matt Reeves, dos aclamados filmes da ultima série de "Planeta dos Macacos", para ter total liberdade criativa em uma nova entrada na franquia do homem morcego que a partir de 2019 seria estrelado por ninguém menos que o talentoso Robert Pattinson.

    Após dois anos já ativo como o vigilante de Gotham City, Batman (Robert Pattinson) investiga uma série de assassinatos de autoridades corruptas cometidos pelo misterioso Charada (Paul Dano), para isso, ele terá que seguir pistas que o levarão a mafiosos como o Pinguim (Colin Farrel) e Carmine Falcone (John Turturro) para conseguir mais informações com a ajuda de aliados como a ladra Selina Kyle (Zoe Kravitz) e o  tenente de policia James Gordon (Jeffrey Wrigth).


    A historia do filme em si é muito bem detalhada, isso se deve não só pelo fato de que todos os seus personagens conseguirem se encaixar na trama como também pela inteligência no roteiro de Matt Reeves em elaborar as façanhas de seu antagonista principal, o Charada, que embora não tenha muito tempo de tela, ainda consegue ter uma presença ameaçadora e até mesmo psicótica, de forma que não parece ser um personagem que poderia ter sido facilmente escrito por qualquer pessoa.


    Um dos elementos que mais estavam sendo aguardados neste filme era a atuação de Robert Pattinson como o Batman, que passa boa parte do longa vestindo seu uniforme e no final entrega tudo o que os fãs poderiam querer do homem-morcego: um justiceiro determinado a defender a cidade de Gotham que faz um bom uso de suas habilidades como detetive, mas que se recusa a matar e utilizar armas de fogo por mais brutal que ele possa ser. Outro detalhe bastante interessante sobre ele é a sua relação com certos personagens.


    Com o tenente James Gordon de Jeffrey Wrigth, ele parece ser o único policial que realmente respeita Batman e possuem uma parceria muito fiel as suas contrapartes dos quadrinhos. O seu mordomo, Alfred (Andy Serkis) embora não apareça muito no filme, deixa bastante claro que é alguém importante na vida de Bruce Wayne. Por fim temos como o interesse amoroso a Mulher-Gato de Zoe Kravitz que se mostra uma vitima da corrupção através do crime organizado de Gotham que demonstra bastante esforço para se sustentar e exibe uma química bem intima com o protagonista.


    Dentre todos os atores no elenco, as atuações que mais se destacam são as do protagonista e antagonista. O Batman de Pattinson consegue impor no papel principal melhor do que qualquer outro interprete do homem-morcego em uma adaptação cinematográfica, enquanto o Charada de Dano, embora sua imagem seja vendida como a de alguém que se leve muito a sério, ele usa sua inteligência de forma insana e calculista que até remete um pouco suas contrapartes do material fonte. Os dois entregam possivelmente as melhores performances em filmes de super-heróis da década.

      Embora algumas pessoas temessem que Batman teria uma proposta muito semelhante a trilogia de Christopher Nolan, o filme, embora não tenha muitos elementos fantasiosos, consegue abraçar seu material fonte melhor do que Nolan jamais pode em suas obras e consegue encaixar em seu mundo certos elementos que remetem bastante a algumas histórias clássicas do personagem nos quadrinhos. O longa também tem uma duração de 2 horas e 56 minutos (fazendo deste o filme mais longo do Batman já feito), mas apesar de senti esse tempo passar, não é algo que incomoda e inclusive chega até mesmo a ser prazeroso para aqueles que gostam do personagem. 


        A respeito dos aspectos técnicos, Matt Reeves realmente conseguiu dar uma identidade visual para a cidade Gotham de forma que a deixasse reconhecível ao público, o filme também fez uso da tecnologia de cenários digitais da Unreal Engine que foram usados de maneira imperceptível. Outro elemento por parte da produção que se destaca é trilha sonora magnifica de Michael Giacchino que entrega um tema do Batman tão icônico e memorável quanto os seus antecessores.

       Batman poderia muito bem ter sido uma mais interpretação do homem-morcego sobre o ponto de vista de um diretor, mas o que Matt Reeves entrega é uma obra especial escrita de maneira muito inteligente onde seu próprio protagonista se destaca em um universo rico em conteúdo para se expandir em sequencias e derivados ao mesmo tempo que consegue ser a adaptação cinematográfica definitiva cuja qual os fãs do personagem tanto esperaram. 





Nota: 10/10   

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