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Atenção: Essa crítica contém certos spoilers do filme sendo discutido

A história, pelo menos o básico, de Pinóquio, todos nós conhecemos. O menino de madeira irresponsável, que o nariz começa a crescer quando mente. Toda essa história, originalmente de um livro italiano, ganhou status de clássico principalmente pelo filme produzido pela Disney em 1940.

Aqui, somos deslocados do tempo da obra literária original e postos na Itália dos anos 30, em meio ao crescimento do Fascismo de Benito Mussolini, com isso tornando uma história muito ligado à ideia de obediência se tornando algo a mais, uma discussão da própria liberdade

Mesmo antes de assistir o filme, uma das primeiras mudança que já chama atenção é o visual do protagonista homônimo, que praticamente dá o tom do que se esperar do filme. Diferente da maioria das versões em que ele tem um visual feito mais à imagem humana, aqui, Pinóquio é inacabado, literalmente rústico, que também é refletido na sua criação.

Normalmente a criação do boneco é retratada como algo "belo", de uma de uma forma fofa, mas aqui, temos algo cru, "mórbido", um Gepetto criando o boneco em um surto, e deixando ele inacabado, quase como se tentasse emular a construção de uma espécie de Frankenstein, porém feito de uma mesma árvore. Pinocchio é uma criação triste e dolorosa, o que também chega a contratar bem com a própria criação do filme, que parece ter ganhado o mais alto amor e carinho em sua produção

Trazendo essa citação à Franknstein, outro trunfo estilístico do filme e como muitas vezes, juntados nos elementos do próprio stop-motion e na edição, parece que a obra, de forma bem-sucedida, tenta emular um estilo de filmes antigos, quase como se você desse cor à um filme preto e branco, e que satisfaz de uma forma inigualável quem vê.

Com toda a tormenta que é trazida na relação de Pinóquio e Gepetto, acabamos por ter uma extremamente bela história sobre formar e ser uma família, com a própria participação do Grilo e de macaquinho Spazzatura,

Junto disso, a ideia da mortalidade de Pinóquio também é trazida à tona, com a divisão de nossa queridissima Fada Azul em duas entidades irmãs, a própria Fada (ou Espirito da Floresta), que dá vida ao nosso amado boneco, e a própria Morte. Mesmo num universo em que um grilo falante existe, Pinóquio ainda é um objeto inanimado que foi dado à dadiva da vida, então transpor o "principal" do personagem, se tornar um menino de verdade, para um contexto totalmente novo.

O filme é quase como "1/4 musical", com já no começo uma canção de deixar os olhos marejados de tão lindo, sendo que a parte de música não é arrastada ou irritante para quem não tem apreço para esse tipo de coisas (O que nesse filme é impossível, já que todas as musiquinhas, pequenas ou grandes, são muito boas de escutar), mas embeleza o filme para quem tem gosto para tudo isso.

Saindo da parte da história, e falando pra falar sobre outros aspectos do filme, ele é tecnicamente impecável. Tem a beleza de incríveis cenários juntas de fluídas animações com bonecos de extrema beleza, para deixar qualquer um de boca aberta enquanto assiste o filme.

A obra não cansa, não se alonga de mais, deixando o espectador animado para continuar vendo, enquanto chora copiosamente devido à todos esses momentos mais emocionais, e deixando intrigado sobre seu conto sobre a liberdade e o questionamento da existência que seu protagonista atrapalhado tem em mãos.

Nota: 10/10

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