Filmes de guerras são extremamente populares e costumam conquistar o público. Obras como ‘O Pianista’ , ‘A Escolha de Sofia’ , ‘O Resgate do Soldado Ryan’ , entre diversos outros nomes marcaram seus nomes na história da sétima arte. Porém, a Segunda Guerra Mundial foi imensamente mais explorada nos filmes do que a primeira. De alguns anos pra cá, isso tem mudado um pouco, já que ‘Mulher-Maravilha’ e ‘1917’ abordaram esse primeiro conflito mundial e foram grande sucesso de público e crítica. 

Um grupo de estudantes alemães decidem se alistar para a primeira guerra mundial, e convivem com os horrores de umas das guerras mais violentas da história da humanidade. 

Com uma duração grande, o filme pode soar mais lento para algumas pessoas, já que seu ritmo é mais cadenciado do que a maioria das obras que retratam guerras. O roteiro procura contextualizar o espectador para qual a visão que os jovens soldados tinham da guerra antes de participarem, e o que realmente eles vivenciaram lá. 

Com cenas realmente impactantes, o filme não esconde seu desejo de chocar o público com violência e uma alta dose de veracidade. O Front é devidamente apresentado como um local aterrorizante, com pouco espaço, que praticamente é uma sentença de morte para os soldados que ali estavam. Mas não apenas nesses momentos mais tensos a história é aprofundada, o roteiro também foca na interação de seus personagens, já que é necessário que possamos nos conectar com eles, para nos importamos com seus destinos.


O elenco é grande, porém possui personagens bem trabalhados: Paul (Felix Kammerer) é o protagonista, e se sai muito bem como o principal personagem do filme. Kat (Albrecht Schuch) foi o personagem que mais gostei na trama, devido a seu desenvolvimento. Além da relação dele com os principais personagens, a bagagem que ele carrega é bem interessante, um homem que não sabe ler, que perdeu um filho, e aguarda ansiosamente seu retorno para ficar com sua esposa. Outros atores importantes como Daniel Brühl e Sebastian Hulk também estão no elenco. 

A direção de Edward Berger opta por contar essa história com as câmeras mais próximas de seus atores, sempre realçando suas interpretações e dando o devido destaque a excelente maquiagem da produção. Conforme a trama avança, cada vez mais é mostrado os personagens machucados, sujos, ou com membros decepados. Talvez o único ponto a ser questionado na história é que o filme decide contar apenas um lado da história, o dos Alemães. Seria interessante ter um contraponto, mesmo que não fosse o foco, para situar melhor quem está assistindo ao filme.

Nada De Novo No Front é um ótimo filme que certamente se estabelecerá como uma das principais produções retratando a Primeira Guerra Mundial. Mesmo com uma duração relativamente longa, o filme merece ser visto.

Nota: 9

Post a Comment

Postagem Anterior Próxima Postagem