Apesar de alguns ótimos episódios, a primeira série animada do Universo Cinematográfico Marvel deixa a desejar com o resto de suas histórias e entrega um saldo final mediano


  Entre os vários anúncios feitos durante a San Diego Comic Con de 2019, o produtor Kevin Feige revelou que a Marvel Studios estava desenvolvendo sua primeira série animada focada nos mundos paralelos de seu universo compartilhado que serviria como uma adaptação da HQ "O que Aconteceria Se..." publicada em 1977 e além de introduzir o personagem do Vigia, também mostraria versões alternativas de heróis como Peggy Carter, Pantera Negra, Doutor Estranho e diversos outros.

   A série conta com a maioria dos atores do  UCM reprisando seus papeis dos filmes em forma de animação e também acabou se tornando o último trabalho de Chadwick Boseman que emprestou sua voz para todos os episódios que contaram com a participação de seu personagem T´Challa, o Pantera Negra, antes de sua morte trágica em 2020 causada por câncer de cólon.


  Em What if... ? os episódios acompanham as histórias de diferentes realidades alternativas do Universo Cinematográfico Marvel narradas pelo Vigia Uatu (Jeffrey Wright), uma entidade cósmica que jurou apenas observar e jamais interferir com os eventos do multiverso. Com isso, ele leva os expectadores a mundos onde por exemplo: a Peggy Carter (Hayley Atwell) se tornou a primeira super soldado, Thor (Chris Hemsworth) cresceu como filho único e os Vingadores foram assassinados antes de se conhecerem.


     Apesar da série prometer explorar a ideia de mostrar o que poderia ter acontecido de diferentes, episódios como os que focaram na Capitã Carter e no Killmonger (Michael B. Jordan) embora tenham protagonistas carismáticos, sofrem por causa de roteiros que são apenas recriações genéricas dos eventos de filmes como "Capitão America: o Primeiro Vingador" (2010), "Homem de Ferro" (2008) e "Pantera Negra" (2018). São poucos os capítulos como o do Doutor Estranho Supremo (Benedict Cumberbatch) que realmente exploram as consequências drásticas de suas ações caso ele tivesse optado por um caminho diferente.

      Um dos pontos mais criticados da série pelos fãs provavelmente foi sua animação, pois embora haja momentos onde os cenários estão realmente lindos, o design dos personagens falham em recriar a aparência de alguns dos atores que deveriam representar, como foi no caso de Mark Ruffalo, Scarlet Johanson e Chris Pratt. Também existe a questão de que o Homem Aranha (Hudson Thames) não se parece com sua contraparte dos filmes, isso porque a Sony Pictures possui os direitos autorais da versão de Tom Holland nos cinemas, enquanto a Disney pode fazer o que quiser com o personagem nas animações para TV.


     Também existe a questão do humor, um dos fatores cuja o qual a Marvel Studios é mais conhecida. Apesar de existirem vários momentos que são legitimamente engraçados, episódios como o do Thor Baladeiro chegam a abusar e depender completamente desse elemento para dar continuidade a sua narrativa enquanto outros como a adaptação de "Marvel Zombies", história escrita por Mark Millar e Robert Kirkman, utilizam de maneira insensível e fora de hora por ser um capítulo de 32 minutos com vários personagens. 


       Embora pudesse ter sido interessante ter mais episódios com conclusões fechadas, a série decidiu unir todas os elementos apresentados com o decorrer de seu primeiro ano no final da temporada. Apesar da proposta de unir heróis de outros universos para formarem uma equipe seja bem interesse, o resultado final acaba caindo mesmice das histórias que a Marvel já contou muitas vezes no passado com os filmes dos Vingadores, principalmente quando as joias do infinito continuam a ser um dispositivo de enredo recorrente.

          O saldo final de What if... ? não chega a ser negativo, porém a primeira temporada da série animada não justifica sua existência para o futuro do Universo Cinematográfico Marvel, além de  deixa a desejar com uma animação de qualidade inconsistente principalmente no design de seus personagens e  roteiros que poderiam ter sido mais ousados e originais.


Nota: 7,5/10
             


Não deixe de conferir as nossas críticas de todos os episódios da série e ao nosso texto especial do Vigia Uatu (Jeffrey Wright) que podem ser acessados por meio dos links abaixo:


    

  

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