🚨 AVISO: A crítica conterá pequenos spoilers do episódio. 🚨


O Episódio 6 de “O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder”, intitulado Udûn, acelera o ritmo ao focar em uma (quase) ininterrupta sequência de batalhas e suas consequências. Assim, Udûn é o episódio mais sangrento e com o ritmo mais acelerado da série até agora ao oferecer uma espetacular, deslumbrante e decisiva batalha de alto risco.

Chega um momento em toda grande série em que os elementos narrativos começam a se encaixar, rumando para uma conclusão satisfatória. E esse momento chegou brilhantemente para “O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder”, cujo episódio em questão começou a conectar várias histórias apresentadas ao longo dos 5 episódios anteriores e passa a extraordinária sensação de um final épico, restando apenas 2 capítulos para a conclusão da primeira temporada.

Em essência, o episódio 6 foca no confronto entre orcs e humanos das Terras do Sul, que dura, praticamente, todo o tempo do capítulo em tela. De um lado, Arondir e alguns aldeões, incluindo Bronwyn. Do outro lado, Adar comanda seu exército de orcs e humanos para Ostirith, a torre de vigia onde Bronwyn, Arondir e o povo da aldeia se abrigaram.

Através de batalhas sangrentas, emboscadas, vitórias e tragédias, humanos das Terras do Sul lutam para proteger suas terras contra Adar e o exército de orcs. O capítulo 6, basicamente, mostra o desenvolvimento e o resultado dessas ações – com cenas visualmente deslumbrantes e espetaculares. Enquanto isso, três pequenos navios no mar navegam para a Terra Média, com Isildur e Galadriel a bordo.

O personagem de Adar é, facilmente, um dos melhores da série. Adar deixou de ser um aparente vilão clichê e genérico para se tornar um personagem extremamente intrigante e curioso, tendo muito mais desenvolvimento em Udûn, onde é revelado mais sobre sua história, costumes, motivações e propósito. O episódio em tela confirma Adar como um Uruk, uma raça original de elfos torturados e corrompidos por Morgoth para criar os primeiros orcs. Adar ainda mantém algumas tradições élficas enquanto sente lealdade a seus “filhos” e tenta fazer o que é melhor para eles.

Ver o ritual de plantio de sementes da “vida em desafio à morte”, realizado duas vezes neste episódio, fornece uma forte construção de personalidade e de origens. Quando Adar faz isso pela primeira vez, a narrativa dá a falsa impressão de que ele poderia estar conjurando magia negra para gerar mais orcs. No entanto, o ritual é apenas parte de seu passado que ele se mantém apegado.

Há um certo desenvolvimento de outros personagens também. O vínculo entre Galadriel e Isildur se fortalece ainda mais no caminho de Númenor para a Terra-Média. Esse desenrolar passa a impressão de que a produção parece estar traçando um contraste entre esses personagens.

Por outro lado, Bronywn e Arondir parecem genuinamente mais fundamentados e em melhor contraste. Arondir se prova bastante capaz ao assumir a liderança da batalha e protegendo os aldeões, de forma completamente perspicaz.

A coreografia das cenas de luta está visualmente maravilhosa e brilhantemente dirigida ao longo do episódio. A ação durante a batalha flerta com várias acrobacias, de forma elegante. A batalha principal deste episódio foi tão bem executada e desenvolvida, que se poderia dizer que foi retirada diretamente de algum dos filmes da trilogia “O Senhor dos Anéis”, de Peter Jackson.

Um outro ponto muito interessante no episódio 6 é em relação ao título do episódio, “Udûn”. Na mitologia de Tolkien, “Udûn” é um vale no norte de Mordor e significa “inferno” em élfico – o que faz sentido, pois as Terras do Sul são a área em que, futuramente, se tornará Mordor. Vale lembrar também que Gandalf se referiu ao Balrog como “Chama de Udûn”, dentro de Moria, no livro “A Sociedade do Anel”.

O episódio 6 mostrou uma habilidade extraordinária ao oferecer cenas de ação excepcionais, o desenvolvimento de alguns personagens em momentos cruciais para a trama e, por fim, revelar o grande plano de Adar – além de direcionar a série para um desfecho épico. Enfim, o presente capítulo foca em reunir as várias histórias na trama, bem como reunir boa parte dos personagens. A batalha entre os humanos e orcs ajuda a criar um episódio emocionante e dramático – com essa narrativa, “O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder” oferece seu melhor episódio até agora, com ótimos momentos de triunfo e tragédia.

O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder” pode parecer um pouco lento às vezes, mas esse ritmo narrativo adota um desenvolvimento demorado com o propósito de estabelecer a história central, seus personagens, o contexto daquele ambiente em que eles se encontram e o gancho narrativo principal que move a trama. Mas, toda essa preparação abordada nos 5 episódios anteriores valeu a pena. O episódio 6 se mostra como um excelente resultado de todo esse desenvolvimento narrativo e mostra seu potencial ao máximo. A cena final é, visualmente, deslumbrante e espetacular.

O Episódio 6 de “O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder” está disponível na Amazon Prime Video.

Nota: 10

 

Entre aqui para ler a Crítica dos Episódios 1 e 2 de “O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder”.

Entre aqui para ler a Crítica do Episódio 3 de “O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder”.

Entre aqui para ler a Crítica do Episódio 4 de “O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder”.

Entre aqui para ler a Crítica do Episódio 5 de “O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder”.

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