Depois de uma odisseia em seu período de concepção e produção, desde a compra dos direitos televisivos de "O Senhor dos Anéis", pela Amazon, em 2017, passando também pela pandemia de COVID-19, "Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder" vem "pressionada", devido ao alto valor, tanto da obra original de Tolkien, quanto nos números investidos em sua própria produção, mas os 2 primeiros episódios parecem apresentar um caminho luminosos para a série.
Em sua narrativa, somos apresentados a diversas histórias que ocorrem bem distantes uma da outra, que parecem relacionar-se (Ou que ainda irão se relacionar) com o retorno do "mal" à Terra-Média. Apesar de todas as histórias conseguirem um tempo bem dividido entre os dois episódios, é possível apontar uma como "a principal": A história da elfa Galadriel (Morfydd Clark), tentando provar o retorno de Sauron e preparando-se para combatê-lo.
Já pela introdução dada no primeiro episódio "A Sombra do Passado", já somos imersos de forma fluída nessa parte do universo,e apresentados ao épico e teátrico, principalmente na incrível cena do irmão de Galadriel em meio aos campos de combate da Terra-Média, mesmo com a narração estendendo-se um pouco mais do que deveria. Mas esses não são os únicos pontos a ser ressaltados, e um deles que deve ser bem perceptível é como o orçamento implantado na série valeu a pena.
Não só ambientações menores, nas roupas, pequenos cenários, mas a série consegue trazer um espetáculo visual incrível, e manter a consistência por todo os tamanho dos episódios, trazendo diversos momentos que são de encher os olhos, como o reino subterrâneo dos Anãos, a floresta élfica, com busto de mortos esculpidos nos troncos das árvores e as paisagens mais complexas que podem ser contempladas, tudo isso propulsionado pela direção de J. A Bayona.
Seguindo, somos, de pouco em pouco apresentados para os outros núcleos, que diferente da história de da elfa, que começa com um estouro, e pelo menos, no segundo episódio, se amansa um pouco, as outras começam como pequenos "contos" para apresentar algo bem maior, e conseguir rapidamente captar o espectador.
Aqui temos a história de Arondir (Ismael Cruz Córdovar), patrulheiro élfico, que acaba se apaixonando por Bronwyn (Nazanin Boniadi), uma moça humana, e que acabam se encontrando no meio do retorno de criaturas malignas, enquanto o filho dela, Theo, (Tyroe Muhafidin) se relaciona com uma relíquia com a marca de Sauron. Também somos "apresentados" ao elfo Elrond (Robert Aramayo), que tenta reatar sua relação com os Anãos para construir um projeto ambicioso.
E a que conseguiu, um pouco surpreendentemente, ser a mais interessante entre elas é sobre a Hobbit Pé-peludo Nori, que acaba presenciando um homem estranho caindo do céu, num meteoro, e tenta entender o que ele vem fazer ali na área onde ela vive. Essa é a seção de toda a narrativa que consegue trazer um elemento novo e bem misterioso que atrai para querer saber os desfechos nos próximos episódios.
O jeito que as histórias vão sendo trocadas, para expressar momentos ambos momentos mais leves e mais tensos é extremamente conciso, então consegue não criar uma fadiga dentro dos setores da história, e dentro dos próprios episódios, além do roteiro simples (Onde o roteiro do primeiro fica à cargo dos criadores da série, J. D. Payne e Patrick McKay, e o do segundo, de Geniffer Hutchison), mas muito bom, que consegue levar quem assiste (Mesmo que com pouco conhecimento sobre o universo), muito bem por sua narrativas e personagens.
A trilha sonora versátil de Bear McCreary embala a produção, e conseguindo trocar suavemente os elementos extremamente teatrais, de orquestrações mirabolantes, (Como a incrível abertura), com a simplicidade e um som mais "cotidiano", dos momentos mais calmos, como quando acompanhamos o vilarejo Pé-peludo.
"A Sombra do Passado" e "Á Deriva" conseguem ser exatamente o que precisaria para convencer alguém a permanecer vendo "Anéis de Poder. Mistura o melhor do épico e do comum, consegue ter boa tensão, mistérios e momentos mais leves, além de ser lindo visualmente, em ambos âmbitos prático e digital.
NOTA: 10
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