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 Anime prelúdio do jogo “Cyberpunk 2077” mostra que histórias sombrias e depressivas também podem ser coloridas.


Lançado no final de 2020 pela desenvolvedora CD Projekt RED (The Witcher 3: The Wild Hunt), o jogo "Cyberpunk 2077", que era uma das maiores promessas da empresa, acabou se tornando uma grande decepção para a comunidade gamer que esperou oito anos pelo título desde seu anuncio em 2013 devido ao lançamento conturbado repleto de bugs e problemas na sua gameplay. Alguns meses antes, em junho do mesmo ano, a CD Projekt anunciou uma parceria com o Studio Trigger (Kill la Kill, Little Witch Academia) para desenvolverem um novo anime para a Netflix que se passaria dentro do universo do jogo.  

Se passando um ano antes dos eventos do jogo original, "Cyberpunk: Edgerunners" é ambientando na cidade de Night City em um futuro não muito distante onde todas as pessoas possuem implantes cibernéticos porém os ricos ainda são mais favorecidos que os pobres. A história gira em torno de David Martinez (Kenichiro Ohashi) , um jovem de 17 anos que devido a sua vida conturbada e problemas monetários, acaba se juntando a uma gangue de cyberpunks chamada de "mercenários" depois de inserir em em suas costas o Sandevistan, um implante que apesar de deixa-lo mais rápido e forte, também pode custa-lo a sua sanidade.

Logo no primeiro episódio, o anime já deixa claro que é uma animação bastante violenta que aborda temas tristes sobre desigualdade social, mostrando cenas gráficas como cabeças explodindo, nudez e outras coisas moralmente erradas com bastante frequência na série em geral. David em particular é um protagonista que constantemente sofre danos físicos e emocionais até demais, e isso faz com que ele passe por diversas transformações preocupantes durante o decorrer da trama, mas de uma maneira que nos mostra que nem sempre os heróis da história precisam ser retratados como invencíveis.   

O anime faz um bom trabalha em explicar como o mundo do universo "Cyberpunk" funciona até mesmo para aqueles que nunca jogaram o game de 2020, uma forma na qual faz isso é mostrando como a cidade de Night City é repleta de pessoas não confiáveis e isso é algo que até seus próprios habitantes deixam bastante claro. Mesmo assim, David consegue desenvolver bons relacionamentos com outros personagens, principalmente com Maine (Hiroki Touchi), o líder dos mercenários que acaba servido como uma espécie de figura paterna pra o rapaz, e Lucy (Aoi Yûki), que além de ser o interesse amoroso que demonstra muito carinho mútuo pelo protagonista, também possui uma história de fundo que é bem explorada.


A violência no anime, por mais gráfica que ela possa ser, possui um mérito que merece ser elogiado que são suas cenas de ação extremamente criativas que ganham todo um estilo próprio por parte da equipe do Studio Trigger através de sua animação frenética e cheia de cores. Outro ponto positivo do aspecto técnico é a trilha sonora composta por algumas faixas que inclusive já estavam presentes nas estações de rádio de "Cyberpunk 2077", tendo como um de seus principais destaques a música " I Really Want To Stay At Your House" de Rosa Walton e Hallie Coggins que chega a até causar um impacto emocional após finalizar a primeira temporada. 


Como alguém que nunca jogou "Cyberpunk 2077" e que não estava familiarizado com as regras de seu universo antes, eu não pude reconhecer nenhum easter egg ou rosto familiar , mas também não fazia ideia de como suas histórias poderiam ser tão depressivas apesar de seus visuais vibrantes e do quão imprevisível eram os destinos de seus personagens. 
 Por exemplo, os denominados "cyberpsicopatas" que no jogo são alguns dos inimigos mais forte por possuírem um excesso de implantes cibernéticos são retratados na série de maneira assustadora e desconfortável.

"Cyberpunk: Edgerunners" começa e termina de maneira depressiva com o óbvio intuito de deixar o expectador se sentindo triste, porém entre o seu início e o seu o fim também temos uma animação visualmente bela, criativa e repleta de ação e emoção, com personagens imperfeitos cujos quais nos importamos por mais que eles tomem atitudes inesperadas e moralmente questionáveis. Entregando para os fãs da CD Projekt e da franquia "Cyberpunk" uma obra que deve mais do que compensar pelo lançamento desastroso do jogo.


Nota: 8,0/10

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