No final de julho, a rede de cinemas AMC e a Universal Pictures entraram em acordo para reduzir o tempo de exibição exclusivo de filmes nos cinemas e a Disney irá lançar “Mulan” em seu serviço de streaming em uma espécie de aluguel premium.


Já faz algum tempo desde que algum filme foi lançado nos cinemas com o pleno funcionamento de todas as redes ao redor do mundo. A pandemia do coronavírus tem sido não só um algoz de vidas, mas também de muitos negócios que para não serem extintos precisam adequar-se à nova conjunta mundial. Esse é o caso do ramo cinematográfico que desde o início de março não abre suas portas para o público e se viu obrigado a adiar inúmeros lançamentos aguardados tais como 007: Sem Tempo para Morrer, Velozes e Furiosos 9, Mulher Maravilha 1984, Tenet, Viúva Negra e Um Lugar Silencioso Parte II.

Mulan era um dos lançamentos mais aguardados do ano nos cinemas, porém após o fechamento dos mesmos, sofreu vários adiamentos e agora teve seu destino definido pela Disney. O filme será lançado no Disney Plus nos EUA por um valor de US$29.90 no dia 4 de setembro. Em reunião com os acionistas da empresa, o CEO Bob Chapek explicou que a decisão de lançar esse filme no streaming é “uma forma alternativa de apresentar aos consumidores esse filme excepcional para a família durante esse período imprevisível”.

Ele ainda acrescenta que o filme estará disponível para compra em quase todos os territórios onde o serviço já está disponível com um preço similar ao que está sendo cobrado nos EUA. No entanto, é importante ressaltar que não será um aluguel comum, nessa modalidade específica, a pessoa precisa ser assinante do Disney Plus e pagar a taxa requerida e pelo tempo que ela for assinante do serviço, o filme ficará disponível para ser assistido diversas vezes. Esse modelo difere do aluguel em VOD normal, pois o filme fica disponível por até 48h após a compra para ser assistido. Também vale ressaltar que a Disney ficará com 100% do valor que cobrar pelo filme já que é a única dona do serviço. Nos países que não tiverem o streaming, o filme será lançado nos cinemas que estiverem abertos. Maiores detalhes serão divulgados futuramente.

Essa decisão da Disney pegou muitos donos de cinema de surpresa, pois Mulan era um dos filmes que mais possuíam potencial para atrair toda a família de volta para os cinemas. Devido à popularidade da animação e o poder da marca Disney, sem dúvida, era a melhor opção para trazer de volta muitos espectadores que anseiam por novos conteúdos e pela volta do modo de exibição cinematográfico. Muitos exibidores em diversos países ficaram surpresos com a decisão, uma matéria do The Hollywood Reporter demonstra que os donos de cinema do Reino Unido não ficaram contentes com a notícia e em carta afirmam que a decisão da empresa foi desconcertante. O descontentamento foi tanto que um dono de cinema na França ficou tão irado que destruiu o banner do filme em exibição no cinema. Veja o vídeo abaixo:




Enquanto que a Disney aposta, a Universal Pictures fechou um acordo que pode mudar muito a forma com a quais os filmes serão exibidos no futuro pós-pandemia. Bem no início da crise, a Universal decidiu colocar Trolls: World Tour para as plataformas de VOD e o resultado foi bem acima da média com mais de 100 milhões de dólares arrecadados com as vendas digitais do longa. Devido à esse desempenho, o estúdio estaria considerando na época lançar filmes nos cinemas e em VOD simultaneamente. A decisão não agradou às redes de cinema e em especial a AMC Theaters que ficou tão indignada com a decisão que firmou um boicote aos filmes do estúdio em suas salas futuramente.

Tipicamente, os filmes tem exclusividade de um período de 90 dias no qual só podem ser exibidos nos cinemas. Somente após esse tempo, o estúdio poderia lançar o filme em plataformas digitais ou para vendas em mídia física tais como DVD e Blu-ray. Só que essa situação mudou em 28 de julho quando a Universal e AMC chegaram à um novo acordo a respeito da janela de exibição cinematográfica. No novo acordo, os filmes do estúdio serão exclusivos da rede por exatos 17 dias, um equivalente de 3 semanas. Após esse período, o estúdio teria a opção de lançar os filmes em VOD e uma das plataformas escolhidas seria a da própria AMC. Logo, percebe-se que o acordo beneficia os dois lados, pois além de lucrar com os ingressos, a AMC também ganharia uma parte das vendas digitais que o filme tiver em sua plataforma.

O acordo foi celebrado pelas duas partes e o CEO da AMC Theaters, Aron Warner, afirmou em comunicado publicado no site The Wrap. “O Premium Video On Demand (PVOD) cria potencial para aumentar o lucro dos estúdios o que deve levar a mais lançamentos nos cinemas. O acordo de vários anos para a exclusividade de exibição por pelo menos três fins de semana após o lançamento do filme, período no qual a maior parte da bilheteria é gerada. A AMC também compartilhará esses novos fluxos de receita que virão para o ecossistema do cinema a partir de PVOD”.

Por mais que alguns acordos sejam feitos, ainda é bem incerto o futuro dos cinemas com toda essa crise. Sem Mulan na jogada, sobra para Tenet ser o filme que irá tentar reacender os negócios das redes de cinema, no entanto, por mais que o filme já tenha sido reposicionado para o fim de agosto, as chances de um novo adiamento são possíveis e piora a saúde financeira das redes a cada mês sem reabrir, já que sem dinheiro entrando a situação torna-se cada vez mais insustentável com riscos de falência ainda mais por redes menores.

Este artigo foi feito com informações retiradas dos sites The Wrap, The Hollywood Reporter, Insider e Variety.

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Publicado por: Matheus Eira

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