O Fórum Nerd foi convidado para assistir o filme em uma cabine de imprensa á convite da Mares Filmes.
Sorry, Baby pode, à primeira vista, parecer uma obra ingênua com temas complexos, excessivamente pretensiosa ou apenas mais um daqueles filmes cults que terminam sem uma conclusão aparente. No entanto, acredito que a joia do filme reside justamente em sua simplicidade e honestidade.
A narrativa é fragmentada em diversos capítulos não lineares da vida da protagonista, Agnes. Para a construção da trama, a maneira como esses lapsos temporais são apresentados enriquece uma história que, de outra forma, poderia ser considerada básica.
Um diálogo trivial, uma insinuação, uma sugestão ou uma expectativa — todos esses elementos e muitos outros carregam diferentes camadas de significado ao longo da experiência. À medida que o filme avança, o espectador passa a compreender melhor a personagem e o que cada um daqueles momentos realmente significava.
Parte da beleza da obra está nessa jornada de descoberta, por isso evitarei abordar pontos específicos do roteiro. Posso, contudo, afirmar que a narrativa explora profundamente diversos temas, especialmente os relacionados à vida adulta e ao processo de amadurecimento. Para espectadores dispostos à reflexão, é certo que algum dos temas irá ressoar com a jornada pessoal ou o momento de vida atual.
Os aspectos técnicos, por sua vez, operam em função dos paralelos entre passado, presente e futuro. Um enquadramento, a trilha sonora, uma frase ou um símbolo remetem à mesma ideia, mas sob novas perspectivas e nuances.
Sorry, Baby não se propõe a ser grandioso, mas cumpre com maestria aquilo a que se destina. É um filme de natureza profundamente pessoal que, justamente por essa autenticidade, possui o poder de conectar-se universalmente com todos.
Mais um acerto pra conta da A24.
Nota: 9,0
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