O Fórum Nerd foi convidado a conferir o filme “Animais perigosos” em uma cabine de imprensa presencial a convite da Diamond films.
Animais
Perigosos é um
filme que não tem medo de mergulhar (literalmente e narrativamente) nos cantos
mais escuros do instinto humano. A premissa de um assassino que utiliza tubarões
como instrumento de execução que parece saída de um pesadelo híbrido entre Jogos
Mortais e Tubarão, mas o longa tenta, com certo sucesso, dar
identidade própria a esse delírio violento.
O roteiro
aposta num jogo simbólico interessante que o verdadeiro “animal perigoso” aqui
não é o tubarão. É o homem, calculista, manipulador e teatral. O vilão Tucker é
uma figura que vai além do típico assassino slasher. Há nele uma perversidade
exibicionista, como se sua psicopatia tivesse sede de palco, e o mar fosse seu
grande teatro de horrores.
O filme
constrói sua tensão apostando no isolamento com poucas locações, poucos
personagens, muito silêncio interrompido por gritos ou sons das águas. Isso
funciona. A sensação de impotência e abandono se mistura ao medo primitivo do
oceano, do desconhecido, do predador invisível.
Falando um pouco das atuações, Jai Courtney (que faz o capitão
bumerangue em esquadrão suicida) acaba surpreendendo, não pela grandiosidade,
mas pela contenção. Seu vilão não grita, não exagera. Ele observa, controla, e
é justamente essa frieza que causa desconforto. As vítimas, por outro lado, têm
menos espaço dramático. Algumas tentam reagir, outras existem apenas para
morrer. Esse é talvez o maior pecado do filme: usar personagens como carne para
o abate sem dar a eles histórias que justifiquem a empatia do público.
Visualmente,
o filme é eficiente, ainda que contido. As cenas subaquáticas são bem
construídas. Os ataques dos tubarões, quando vistos em detalhes, perdem um
pouco do impacto, o horror funciona melhor no que é sugerido do que no que é
mostrado.
O diretor
parece entender isso e, felizmente, escolhe por vezes mostrar mais o rosto da
vítima e menos o animal. O verdadeiro horror está na espera e não na mordida.
Temas: o espetáculo da morte
O filme
flerta com críticas sociais: a idéia de transformar a morte em espetáculo, de
manipular o medo coletivo, de usar a natureza como arma. Mas tudo isso
permanece no subtexto, sem ser desenvolvido com profundidade. Há potencial
aqui, mas ele é apenas tocado, nunca explorado. O resultado é um filme que
levanta boas questões, mas se satisfaz com o susto e o sangue.
OPINIÃO SOBRE O FILME:
Animais
Perigosos é brutal,
tenso e estilisticamente coerente. É um thriller de “terror que” entrega
exatamente o que promete: medo, isolamento, e uma descida à loucura de um
assassino que vê na natureza uma aliada para seus crimes.
Mas,
apesar do impacto visual e da tensão constante, o filme perde a chance de ser
mais do que apenas entretenimento violento. Faltou profundidade nos personagens
e um pouco mais de coragem para explorar as questões morais que o próprio
roteiro sugere.
NOTA: 6.5
/ 10
Lembrando que o filme chega aos cinemas brasileiros no dia 18/09/2025
Postar um comentário