Baseado no livro de Jane Austen, o filme original Netflix se perde em não saber como definir uma personalidade para sua protagonista.

É importante deixar claro que meu primeiro contato com a obra foi neste filme, portanto não entrarei nos méritos da adaptação, e sim do que é retratado no filme. 

Após ser persuadida para não casar com seu grande amor por ele não ser rico, Anne Elliot (Dakota Johnson) é obrigada a lidar com seu passado quando, 8 anos mais tarde, ele retorna. 

Com uma belíssima ambientação, o filme se passa quase que inteiramente em cenários praianos ou em áreas de campo. O figurino também é de se elogiar, visto que, o filme se passa no início dos anos 1800, e o cuidado com a vestimenta de seus personagens foi muito bem realizada. É possível ter a noção de que o filme se passa nessa época sem que isso seja dito, devido ao ótimo trabalho da equipe da produção. 


Dakota Johnson está bem em seu papel como protagonista. A atriz é eficiente em trazer as dúvidas, anseios e tristezas devido ao passado de sua personagem. Porém, o roteiro não sabe como trabalhar bem sua Anne Elliot. Sendo uma mulher inteligente, fluente em outros idiomas, os principais traços de sua personalidade e até mesmo suas decisões são alterados algumas vezes durante a trama, sem que exista uma real explicação para isso. Cosmo Jarvis interpreta Wentworth, que regressa após 8 anos. Apesar de ter um bom tempo de tela, seu personagem só ganha destaque realmente nos últimos momentos do filme, onde sua decisões são mostradas ao público, e obriga Anne a também se decidir. No elenco ainda temos nomes como Richard E. Grant e Henry Golding. 

Não é apenas em sua protagonista que o roteiro de Alice Winslow e Ronald Bass deixa a desejar. Tentando contar a história de um modo mais sensível, o texto da dupla em muitas vezes se perde em conseguir passar a mensagem desejada. Nunca fica claro se estamos assistindo um filme sobre o amadurecimento de uma jovem, sobre uma complicada história romântica ou sobre uma história de família.

Porém, a direção de Carrie Cracknell consegue disfarçar alguns dos pontos citados acima. Ela consegue acertar trazendo personagens carismáticos e boas atuações, dentro de uma linda ambientação. Se o filme não tem um roteiro competente, pelo menos isso é mostrado em cenas e composições muito interessantes.

Persuasão poderia ser um filme muito melhor, o potencial era grande. Mas nos é entregue um filme visualmente lindo, bons personagens e um roteiro que acaba se perdendo dentro de suas próprias ideias.

Nota: 5

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