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Essa crítica contem 99% dos "spoilers" do episódio

Estamos definitivamente na reta final de Anéis de Poder, mas as falsas esperanças criadas pelo episódio anterior de que a série teria uma virada, não se concretizaram como esperado.

Começando já por um dos maiores incômodos que Anéis de Poder vem me causando é a "Plot armor" de todos os personagens relevantes (e não relevantes, ineditamente). Quando vi que a Galadriel sobreviveu a erupção vulcânica, eu até relevei, "vai saber elfos são imunes a calor", mas não acho que seja um "nitpick" dizer que é simplesmente um absurdo que praticamente todo exercito numenoriano e o povo das terras do sul tenham saído vivos dessa. Tudo foi dizimado, exceto as pessoas. O mesmo vapor quente que apagou uma floresta inteira não foi capaz de matar meros humanos protegidos pelo roteiro. Que conveniente.

Quando se nota que absolutamente todo mundo esta vivo, a cena perde o total peso e apesar de ser bem bonita, não passa nem um pingo do desespero que um cataclisma dessa magnitude deveria causar (já que não deveria ter sobrado ninguém pra sentir alguma coisa).

Mas não irei negar, que o roteiro foi "super corajoso" em "matar" o Isildur... um dos poucos personagens que sabemos com certeza que não vai morrer, já que é o responsável por derrotar Sauron. Logo, como já vem sendo um padrão, eles tentam criar um mistério em uma situação que já sabemos a conclusão.


O último episódio acabou bem, porém neste vemos que a série não ousa em até mesmo em eventos cataclísmicos, que eram simplesmente para ter desolado tudo e todos no raio de alguns quilômetros. Isso passa uma sensação de que todo o desenrolar da série partiu de ideias conceituais interessantes, mas que os roteiristas não souberam amarrar ou ao menos dar um sentido lógico para determinadas cenas serem críveis. Alguns exemplos disso são a cena da Galadriel nadando do monstro aquático nos primeiros episódios e agora mais recentemente a cena da erupção. Visualmente, são incríveis, mas o contexto para elas acontecerem é tão absurdo que tira todo o peso.


Partindo para arco dos Pés Peludos, é impressionante como o roteiro não desiste do modo como tenta retratar o gigante como alguém "ameaçador", já que todas as vezes envolve os "hobbits" se meterem em qualquer que seja o rito mágico que ele está conjurando. Ele é perigoso, mas não mal e os "hobbits" aparentemente não só não sabem a diferença mas fazem de tudo para que ele parece um monstro. O coitado ainda se sente culpado pela burrice alheia. Burrice essa que se deve ao roteiro, que com um personagem com oportunidades ilimitadas, não conseguem desenvolver situações meramente verossímeis.

Mas sendo justo, depois de sete episódios finalmente aconteceu algo no arco dos pés peludos: a separação do Gigante da Nori e o incêndio de todo o comboio.

Porém, a narrativa dos elfos consegue ser pior do que todos os demais. É um intriga política que faz os anãos parecerem uns idiotas e os elfos uns coitados. Eles tentam simular um conflito entre Durin e seu pai, mas como de costume, os personagens conseguem tudo que querem. No caso desse episódio, apenas adiaram para o próximo, para não ficar tão feio a tentativa de criar tensão.

Podemos esperar que conforme vem sendo toda a série, tanto na questão do exílio do gigante quanto na recusa do Rei dos anãos em ceder mithril, que isso será dois passos pra trás para dar um para frente, pois esse é o único recurso que o roteiro sabe utilizar para criar conflitos.

As contradições que os personagens cometem com as próprias coisas que dizem não seria um problema, até porquê nossas ações não são 100% baseadas no que falamos, mas quando isso é usado a todo momento apenas como artifício para criar uma falsa tensão na história, se torna previsível e consequentemente entediante, porque o espectador passa a sacar que a série nunca seguirá um caminho diferente do que o esperado, ela apenas o está enrolando.

Também fica clara uma tentativa de passar o simbolismo do fogo: a relação dos anões com o Fogo desde o nascimento; a erupção; e o incêndio das carroças dos Pés Peludos. Parte da ideia da mudança perpétua, que certas coisas devem queimar para renascer, ao estilo da filosofia de Heráclito, porém, é tão mal colocado, que não há peso nenhum, não acrescenta camadas a história, mas a faz parecer uma obra rasa que quer se passar simbólica; soa apenas prepotente

Os erros de Anéis do Poder são os mesmo desde o inicio: decisões criativas absurdas; personagens entediantes e mal desenvolvidos; história previsível e uma grande falta de eventos marcantes que sejam genuinamente impactantes, por terem consequências. Dificilmente, o último episódio trará uma conclusão decente.

Foi a pior sequência de eventos que poderia resultar de um episódio decente como o sexto. O cenário mudou, mas as peças e os conflitos continuam os mesmos. Apenas um milagre, como a chegada de Gandalf na batalha do abismo de Helm, para salvar esta temporada.

Nota: 2,5 😒

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