Os
anos 1980 foram responsáveis por produzirem vários clássicos do cinema. É uma
década nostálgica para quem já está na casa dos 40 anos, pois temos vários
filmes excelentes lançados nessa época, que até hoje são assistidos e lembrados
pelos cinéfilos. Até mesmo quem nasceu nas décadas de 80 e 90 cresceu
assistindo tais clássicos, sendo transmitidos repetidamente na TV aberta.
“Top
Gun: Ases Indomáveis” é um dos filmes mais icônicos dessa época, juntamente com
vários outros, vale lembrar. Uma impressionante e eletrizante combinação de
ação, trilha sonora e uma incrível fotografia aérea fizeram de “Top Gun: Ases
Indomáveis” um arrasador sucesso de 1986, sendo a maior bilheteria do ano. Com
um orçamento de apenas US$15 milhões, o longa faturou cerca de incríveis US$
356 milhões no mundo inteiro.
O Tenente Pete “Maverick” Mitchell (Tom Cruise, de “Questão de Honra”, 1992) e seu co-piloto Nick “Goose” Bradshaw (Anthony Edwards, de “O Cliente”, 1994) são jovens e extremamente hábeis pilotos de caças da marinha americana. Devido às suas excelentes habilidades, eles são selecionados para participarem do curso Top Gun na Navy Fighter Weapons School (Escola de Armas de Caças da Marinha), a escola naval de pilotos de elite onde os melhores pilotos navais dos Estados Unidos treinam para refinar suas habilidades de voo. Com isso, Maverick e Goose ingressam na Academia Aérea para se tornarem pilotos de caça.
Quando
Maverick ingressa na escola, situada em Miramar, San Diego, sua atitude
irresponsável e comportamento arrogante o colocam em desacordo com os outros
pilotos, especialmente com Tom “Iceman” Kazansky (Val Kilmer, de “Fogo Contra
Fogo”, 1995), seu maior rival e primeiro competidor à altura. Porém, Maverick
não está apenas competindo para ser o melhor piloto de caça: ele também está
lutando pela atenção de sua bonita instrutora de voo, Charlotte “Charlie”
Blackwood (Kelly McGillis, de “A Testemunha”, 1985), que ensina a Maverick
algumas coisas que não se aprendem em uma sala de aula.
Baseado em um artigo chamado “Top Guns”, escrito pelo jornalista Ehud Yonay e publicado na revista California Magazine em 1983, “Top Gun: Ases Indomáveis” teve seu roteiro (assinado por Jim Cash e Jack Epps Jr.) e produção supervisionados pelo Pentágono para garantir que o Exército e a Marinha fossem retratados da forma mais adequada possível no longa. A supervisão é tão séria, que até hoje a escola naval tem como regra multar qualquer membro da equipe de funcionários e alunos que citarem frases ou diálogos do filme durante os treinamentos, no valor de 5 dólares.
E
não é por menos que a película se tornou uma das produções comerciais mais
populares e queridas do público. Com empolgantes e impactantes sequências
aéreas, “Top Gun: Ases Indomáveis” mostra o perigo e a emoção que aguardam cada
um dos pilotos da prestigiosa escola de aviação de caça da Marinha. Reassistir
ao filme 36 anos depois de seu lançamento ainda faz sentir aquela incrível e
emocionante sensação com as maravilhosas cenas de ação aéreas. Sem dúvida, é
uma produção visualmente deslumbrante que envelheceu super bem e ainda agrada
os fãs.
Sobre a produção das sequências aéreas (magistralmente realizadas, diga-se de passagem), os próprios aviões foram equipados com câmeras para que as cenas de voo fossem gravadas. Com essa perspectiva, as manobras aéreas são tão empolgantes e emocionantes quanto realistas, principalmente por causa da participação de pilotos reais durante as gravações. Detalhe para a Edição de Som, que enaltece ainda mais os estupendos barulhos dos motores. Com certeza, deve ter sido maravilhoso ter assistido “Top Gun: Ases Indomáveis” no cinema em 1986; uma tremenda experiência visual e sonora.
Outro
grande destaque de “Top Gun: Ases Indomáveis” é a maravilhosa e encantadora Trilha Sonora, que reúne clássicos memoráveis. Tão importante quanto o enredo,
as músicas tocadas na produção fizeram um sucesso estrondoso e lideraram paradas
musicais na época; sendo, inclusive, lembradas e tocadas até hoje. Os destaques
são para as músicas “Danger Zone”, de Kenny Loggins (responsável pelas canções
de sucesso “Footloose” e “I’m Free”, temas do filme “Footloose – Ritmo Louco”
(1984), que também marcaram época nos anos 1980) e o grande sucesso “Take My
Breath Away”, da banda Berlin; além do instrumental “Top Gun Anthem”, de Steve
Stevens e Harold Faltermeyer composta para “Top Gun”. Faltermeyer foi o
responsável pela Trilha Sonora do filme e Giorgio Moroder escreveu a maior
parte das composições da Trilha Sonora. Detalhe que, à época das gravações, a
música “Danger Zone” foi oferecida a Bryan Adams, que recusou o convite por
considerar que o longa glorificava a guerra.
“Top Gun: Ases Indomáveis” foi responsável por alavancar a carreira de Tom Cruise ao estrelato e pela ascensão do diretor Tony Scott para o rol de grandes diretores. O sucesso foi tão grande que, além de fazer com que a venda dos óculos de aviador subisse quase 50% após o lançamento do filme, a Marinha dos Estados Unidos anunciou que houve um aumento de 500% no alistamento de jovens nas Forças Armadas para se tornarem pilotos no programa de aviação. E com efeito, pois a Marinha dos EUA montou diversas tendas de alistamento localizadas nas saídas dos maiores cinemas que exibiam o filme, visando alistar os jovens após saírem das exibições.
Filmado
em locação em San Diego, na Califórnia, “Top Gun: Ases Indomáveis” contou com o
apoio da Marinha dos Estados Unidos e dos oficiais e alunos da própria
Navy Fighter Weapons School. Para as gravações, foram utilizados os navios de
guerra USS Ranger (CVA-61), USS Enterprise (CVN-65) e USS Carl Vinson (CVN-70).
Detalhe para a aeronave fictícia MiG-28: a aeronave em questão é um F-5 Tiger
II, construído pela Northrop nos Estados Unidos, em 1964, para ser
utilizada na produção; isso ocorreu, à época das filmagens, pois não se usava
tais modelos, haja vista que era impossível conseguir legítimas
aeronaves soviéticas. Por fim, o filme foi dedicado ao dublê e piloto
acrobático Art Scholl, morto nas filmagens quando sofreu um acidente aéreo e
seu avião caiu no Oceano Pacífico; seu corpo e a aeronave nunca foram
encontrados.
Em relação aos prêmios, “Top Gun: Ases Indomáveis” ganhou o Oscar em 1987 na categoria de Melhor Canção Original para Giorgio Moroder (música) e Tom Whitlock (letra) para a música “Take My Breath Away”, além de ser indicado em outras três categorias: Melhor Mixagem de Som (para Donald O. Mitchell, Kevin O'Connell, Rick Kline e William B. Kaplan), Melhor Montagem (para Billy Weber e Chris Lebenzon) e Melhor Edição de Som (para Cecelia Hall e George Watters II). “Top Gun” também ganhou outros três prêmios: o Grammy de Melhor Performance Instrumental Pop (para Harold Faltermeyer e Steve Stevens, para “Top Gun Anthem”), de Melhor Filme no People’s Choice Awards e o Globo de Ouro de Melhor Canção Original para Giorgio Moroder (música) e Tom Whitlock (letra) para a música “Take My Breath Away”; também foi indicado ao Globo de Ouro de Melhor Banda Sonora Original para Harold Faltermeyer.
Tony Scott soube construir, com maestria, uma obra visualmente e sonoramente maravilhosa, emocionante e empolgante, tendo como base um enredo simples – e com desfecho previsível, até. Mas, com uma excelente direção e uma impecável equipe de produção, “Top Gun: Ases Indomáveis” é um espetáculo visual e sonoro – a estética do filme em ambos aspectos ficaram show de bola. As impressionantes sequências aéreas garantiram excelentes cenas de ação em planos abertos, além de uma belíssima e deslumbrante fotografia. Scott consegue dosar, na medida certa, a aventura com romance durante o longa, sem se exceder e parecer muito forçado; a química entre Tom Cruise e Kelly McGillis funcionou muito bem. A potente Trilha Sonora foi impecavelmente escrita e combinou de forma perfeita com o filme, envolvendo o telespectador com uma mesclagem estupenda entre a trama e a música. Os efeitos visuais são impressionantes até hoje, apresentando ótimas e convincentes doses de adrenalina, com satisfatórias, memoráveis e empolgantes cenas de ação. Com isso, é inegável e evidente o sucesso que “Top Gun: Ases Indomáveis” se tornou, marcando uma geração inteira ao longo do tempo de forma emblemática e divertida, envelhecendo super bem até os dias de hoje – sem dúvida, o filme em tela é um marco na cultura pop atualmente. Com esse sucesso todo, não é à toa que Tom Cruise aceitou voltar para a sequência, “Top Gun: Maverick”, depois de 36 anos, prevista para ser lançada nos cinemas em 26 de maio de 2022.
“Top Gun: Ases Indomáveis” está disponível na Star+, Amazon Prime Video, Paramount+ e Netflix.
Nota: 10
Entre aqui para ler a Crítica do Filme “Top Gun: Maverick” (2022).
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