Neil Gaiman moderniza os Eternos e dá a eles mais nuances de suas vidas passadas e conversa sobre a vida eterna, se ela é uma benção ou não.
Na narrativa, abrimos a história com sonhos, sonhos com criaturas grotescas que atormentam o médico Mark Curry, um homem simples que têm uma vida normal embora agitada, que sofre pressão do trabalho e que a namorada o largou a pouco tempo, logo, ele é visitado por Ike Harris, um homem cujo objetivo é alertar Mark que eles não são pessoas comuns, e que Mark é algo a mais, um tipo de anjo, um Eterno, o Makkari, um ser dotado de velocidade sobre-humana, além de imortal e mais velho que a própria humanidade, e que Ike se revela como Ikaris, o Eterno mais poderoso de todos e que está em uma missão de tentar trazer os Eternos de volta a consciência após acontecer um ocorrido que fez com que todos eles perdessem suas memórias é agissem como humanos comuns, ao mesmo tempo que temos os Deviantes envolvidos e uma conspiração grande em volta desses desmemorizados seres, que agora precisam descobrir a verdade que é muito maior do que pensavam.
Deixando um destaque a mais para o que a história nos faz refletir, na visão de alguém normal, os Eternos são praticamente deuses, anjos criados por seres ainda mais grandiosos aqui na Terra, gerados para serem perfeitos e protetores, sem doenças, sem imperfeições, imortais, tudo que algumas pessoas anseiam nessa vida (vamos la hehe você já desejou ser imortal né?) mas será que é um desejo que vale a pena, deixar de ser uma simples pessoa é se torna uma pessoa com mais poder, é uma tentação, mas que nessa história ela faz isso parecer trágica, tanto de um modo sério quanto de um modo mais cômico até (existe um quadro na edição 4 que simplesmente não tem como não rir também da situação hahaha).
É preciso lembrar que a história está sendo contada na época que Guerra Civil estava acontecendo, então a Lei de Registro estava em alta e dominando praticamente toda HQ que se passa na terra, aqui nesse quadrinho essa lei é citada diversas vezes, inclusive com tiradas geniais sobre essa lei feita pelos Eternos que vêem isso como uma briga de crianças no parquinho. Dito isso, a aparição de personagens como o Homem de Ferro e os Vingadores são bem justificados aqui, que estavam praticamente querendo apenas aplicar a lei de Registro do que parecer salvar alguém mesmo, isso diz muita coisa para essa época conturbada na vida heroica. Porém caro leitor, a história tem suas falhas, uma delas, é simplesmente a resolução final, com uma mini batalha de Eternos com Deviantes que é meio jogada na história, tudo bem é legal ver eles lutando, mas a resolução é meio estranha, o que pode incomodar, fora isso, o ato final é bem satisfatório.
A arte de John Romita Jr é espetacular, aqui ele esteve em seu auge, com um caracterização deslumbrante e respeitosa ao que Kirby idealizou, junto de uma colorização que cria a cada quadro da HQ em que aparece um celestial fazem um ótimo resultado.
Em conclusão, Eternos Vol.3 é simplesmente uma obra espetacular, ele é indispensável para qualquer leitor que queira conhecer esses personagens com uma visão fiel e restabelecida dos personagens e desse núcleo, praticamente sendo a história referência dos personagens hoje em dia, para quem é fã do escritor inglês é um prato cheio com boas reviravoltas e revelações bem feitas, uma narrativa poderosa, para seres poderosos.
Nota: 9 😃
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