Neil Gaiman moderniza os Eternos e dá a eles mais nuances de suas vidas passadas e conversa sobre a vida eterna, se ela é uma benção ou não.


🚨 POSSÍVEIS SPOILERS! 🚨

Muitos anos antes, o gênio Jack Kirby criou os Eternos, usando do conceito dos Eram os Deuses Astronautas? Para compor sua mais nova obra na Marvel, assim se iniciou uma nova mitologia dentro desse vasto universo com criaturas, deuses e aliens. Até pouco tempo os Eternos foram escanteados por um bom tempo após as baixas vendas de suas revistas, tendo aparecido alguns deles só em histórias separadas até o momento dos anos 80 e 90, mas nos anos 2000, a Marvel quis apostar neles de novo, e com o embalo de suas novas histórias e sagas, chamaram Neil Gaiman (responsável por obras como Sandman e Coraline) ao lado do desenhista John Romita Jr para reapresentarem esse grupo de humanos evoluídos ao mundo novo. Assim em 2006 se criou Eternos Vol.3

Na narrativa, abrimos a história com sonhos, sonhos com criaturas grotescas que atormentam o médico Mark Curry, um homem simples que têm uma vida normal embora agitada, que sofre pressão do trabalho e que a namorada o largou a pouco tempo, logo, ele é visitado por Ike Harris, um homem cujo objetivo é alertar Mark que eles não são pessoas comuns, e que Mark é algo a mais, um tipo de anjo, um Eterno, o Makkari, um ser dotado de velocidade sobre-humana, além de imortal e mais velho que a própria humanidade, e que Ike se revela como Ikaris, o Eterno mais poderoso de todos e que está em uma missão de tentar trazer os Eternos de volta a consciência após acontecer um ocorrido que fez com que todos eles perdessem suas memórias é agissem como humanos comuns, ao mesmo tempo que temos os Deviantes envolvidos e uma conspiração grande em volta desses desmemorizados seres, que agora precisam descobrir a verdade que é muito maior do que pensavam.



A história já não deixa rodeios, começando a história de forma rápida e sem enrolação, Neil Gaiman é um cara que sabe criar uma história como ninguém, além de fazer uma ambientação grandiosa e épica, cada personagem aqui tem camadas dos quais cada uma delas é devidamente explorada seja mais para alguns ou nem tanto para outros, com destaque para Makkari, Ikaris, Sersi, Duende e Thena que são movidos por amor, sonhos, ganância, reconhecimento, é uma história que sabe ser humanizada, mesmo mudando com seres de grande escopo como esses, isso cria a aproximação com nós leitores de forma que não é arrastada ou apressada, que com apenas 7 edições já conseguimos nos identificar com cada acontecimento do quadrinho que você anseia por mais daquilo de alguma forma, é uma narrativa simples e gostosa de acompanhar.

Deixando um destaque a mais para o que a história nos faz refletir, na visão de alguém normal, os Eternos são praticamente deuses, anjos criados por seres ainda mais grandiosos aqui na Terra, gerados para serem perfeitos e protetores, sem doenças, sem imperfeições, imortais, tudo que algumas pessoas anseiam nessa vida (vamos la hehe você já desejou ser imortal né?) mas será que é um desejo que vale a pena, deixar de ser uma simples pessoa é se torna uma pessoa com mais poder, é uma tentação, mas que nessa história ela faz isso parecer trágica, tanto de um modo sério quanto de um modo mais cômico até (existe um quadro na edição 4 que simplesmente não tem como não rir também da situação hahaha).


É preciso lembrar que a história está sendo contada na época que Guerra Civil estava acontecendo, então a Lei de Registro estava em alta e dominando praticamente toda HQ que se passa na terra, aqui nesse quadrinho essa lei é citada diversas vezes, inclusive com tiradas geniais sobre essa lei feita pelos Eternos que vêem isso como uma briga de crianças no parquinho. Dito isso, a aparição de personagens como o Homem de Ferro e os Vingadores são bem justificados aqui, que estavam praticamente querendo apenas aplicar a lei de Registro do que parecer salvar alguém mesmo, isso diz muita coisa para essa época conturbada na vida heroica. Porém caro leitor, a história tem suas falhas, uma delas, é simplesmente a resolução final, com uma mini batalha de Eternos com Deviantes que é meio jogada na história, tudo bem é legal ver eles lutando, mas a resolução é meio estranha, o que pode incomodar, fora isso, o ato final é bem satisfatório.



A arte de John Romita Jr é espetacular, aqui ele esteve em seu auge, com um caracterização deslumbrante e respeitosa ao que Kirby idealizou, junto de uma colorização que cria a cada quadro da HQ em que aparece um celestial fazem um ótimo resultado.


Em conclusão, Eternos Vol.3 é simplesmente uma obra espetacular, ele é indispensável para qualquer leitor que queira conhecer esses personagens com uma visão fiel e restabelecida dos personagens e desse núcleo, praticamente sendo a história referência dos personagens hoje em dia, para quem é fã do escritor inglês é um prato cheio com boas reviravoltas e revelações bem feitas, uma narrativa poderosa, para seres poderosos.


Nota: 9 😃

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