Continuando nossas críticas dos dois filmes lançados no Amazon Prime, dessa vez nos é mostrada a versão dita no tribunal por Suzane Von Richthofen, que alega que Daniel Cravinhos a convenceu em prol do amor dos dois jovens a assassinar seus pais. 

Nos mesmos moldes do filme que conta a versão de Daniel, aqui algumas cenas são iguais, mas vistas de uma maneira diferente. Suzane é mostrada como uma menina ingênua, que amava os pais, e tinha uma relação de bastante cumplicidade com sua mãe, e aos poucos, com o avanço de seu namoro, tudo isso vai mudando. 

Apesar de, talvez, essa ser a versão dada no julgamento que menos conta a verdade, funciona melhor como um filme. Sob a perspectiva da protagonista, que está muito bem vivida por Carla Diaz, de certa forma, nos mostra gradualmente a queda da inocência de uma menina bonita e rica, que acaba cedendo e satisfazendo os desejos e vontades cada vez mais gananciosos de Daniel, também muito bem interpretado por Leonardo Bittencourt.


Umas das principais diferenças da outra versão do projeto, nesta os pais de Suzane ganham mais tempo de tela, e ficam mais contextualizados dentro da trama, mesmo sabendo que essa história, ao que tudo indica, é a que menos conta a verdade. Marísia e Manfred são exigentes e bem diferentes dos pais da Daniel, fato que deixa a garota a vontade na presença deles. Em diversas vezes, a mãe dos irmãos Cravinhos mente para Marísia, dizendo que sua filha não está lá. 

Uma das minhas críticas para A Menina Que Matou os Pais era como em momento algum eles planejaram a forma como seria o crime, ou a maneira como Cristian Cravinhos era envolvido, já que o  crime foi desvendado graças a moto que ele comprou com o dinheiro que roubou. Aqui, a participação do irmão de Daniel é explicada e deixa bem claro, mas ainda peca em todo o processo de planejamento do assassinato de Marísia e Manfred.

Como as duas produções são baseadas no depoimento dado no julgamento do crime, o roteiro recria com muita competência o que foi dito, e deixa bem claro que é dessa forma que a história é contada, e serve para contar para os mais novos que não acompanharam todo o alvoroço que foi esse caso em 2002, mas ainda não são os melhores conteúdos para realmente entender como tudo aconteceu até chegar o dia que chocou o Brasil.

O Menino Que Matou Meus Pais é a versão que, provavelmente, mais foge do que realmente aconteceu, mas funciona melhor como um filme isolado.

Nota: 7

Leia a crítica de A Menina Que Matou os Pais aqui . 


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