Baseado nos chocantes assassinatos de Marísia e Manfred Von Richthofen em 2002, o Amazon Prime Vídeo lançou nesta sexta-feira (24/09/2021) dois filmes sobre esse caso que teve, e tem até hoje, uma grande repercussão na mídia brasileira. 

O filme conta a história de como Suzane (Carla Diaz) e Daniel Cravinhos (Leonardo Bittencourt) se conheceram, se apaixonaram, e posteriormente, assassinaram brutalmente os pais de Suzane. 

Em A Menina Que Matou os Pais, somos apresentados ao ponto de vista de Daniel, e a história é baseada nos depoimentos que foram dados no julgamento do crime, que aconteceu quatro anos depois, em 2006. Daniel Cravinhos era um talentoso aeromodelista, que conheceu Suzane devido às aulas que ele dava para o Andreas (Kauan Ceglio), irmão da protagonista. 

Um dos pontos mais complicados para se analisar em um filme que aborda uma história real é a veracidade dos fatos. Existem diversas maneiras de estudarmos e conhecermos o caso mais a fundo, mas aqui, a proposta dos filmes é contar essa terrível história baseada no ponto de vista de cada um dos dois. Sendo assim, é possível que, para alguns que sabem muito pouco desse caso, diversas dúvidas existam no final da produção. 

É relatado por Daniel, que Suzane era extremamente manipuladora e persuasiva, que ela o usou para conseguir matar seus pais. Isso é tratado de maneira positiva no roteiro de Illana Casoy e Raphael Montes, que aborda esse lado persuasivo de Suzane, e também mostrando o quanto Daniel foi relutante, e em alguns momentos, nunca teve certeza se a melhor escolha para ele era de fato assassinar o casal Richthofen.

Como um grande curioso desses casos mais chocantes e conhecidos, o que mais me chamou a atenção na obra é a semelhança dos atores com as pessoas na vida real. Talvez a que menos tenha essa semelhança seja a Carla Diaz, mas com um bom trabalho de maquiagem, e também pela boa atuação, a atriz conseguiu convencer e chamar a atenção dando vida a Suzane. Seu maior mérito é conseguir transmitir todas as nuances e transitar muito bem entre a inconstância da personagem, que aqui manipula, sofre e tem surtos de raiva conforme o filme avança. 

O maior problema do filme consiste na simplicidade de que alguns fatos são abordados, como em momento algum aqui é mostrado como o crime foi planejado, ou até mesmo na forma como eles negociaram a participação de Cristian (Allan Souza Lima), irmão de Daniel que também fez parte do assassinato. Sabemos que, os três foram descobertos após Cristian comprar uma moto poucos dias depois, e pagar com os dólares que foram roubados do cofre. Mas infelizmente, em momento algum, os valores e o dinheiro entram em pauta nos dias que precedem o fatídico acontecimento. 

A Menina Que Matou os Pais é uma boa pedida para aqueles que pouco sabem sobre o caso, e acerta na forma como traz seus personagens para a tela, mas deixa a desejar na forma como simplifica demais alguns assuntos que foram cruciais no encerramento desse caso que chocou o Brasil.

Em breve a crítica de O Menino que Matou Meus Pais, baseado no ponto de vista da Suzane, também será publicada. 

Nota: 6,5




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