Com uma trama desfocada e personagens sem carisma, O Legado de Júpiter (Netflix, 2021) apresenta uma história interessante e enigmática, porém falha de forma medíocre em sua execução, assim se tornando uma das maiores decepções do ano.

🚨🚨🚨 Alerta de Spoiler 🚨🚨🚨

Com o novo surto dos super-heróis em Hollywood cada vez mais produções desses super-seres são criadas, e a bola da vez é a série O Legado de Júpiter, adaptação dos quadrinhos de mesmo nome escritos pelo autor Mark Millar (Guerra Civil, Kick-ass: Quebrando Tudo), mas será que essa nova produção é tão boa quanto suas antecessoras? É isso que você vai descobrir aqui!

A mais nova série da Netflix, O Legado de Júpiter, mostra os conflitos internos entre uma família de pessoas super-poderosas causados por um código moral imposto pelo maior super-herói do planeta, Utópico (John Duhamel), que tem uma obsessão com seu código que impede que heróis matem vilões, não podendo assassinar em hipótese alguma.

Esse código imposto por Utópico se mostra um dos focos principais da trama da série, porém o que poderia ser abordado com primor como já foi feito com heróis como o Capitão América ou o Superman nos quadrinhos se torna algo totalmente desastroso e maçante, sendo apenas uma desculpa para criar um drama familiar forçado entre Utópico e seu filho, o herói Paradiguima (Andrew Horton).

Outro drama familiar da trama que se mostra extremamente forçado é o enredo da filha de Utópico, Chloe (Elena Kampouris), que não passa do datado clichê da típica adolescente/jovem adulta revoltada com seus país. Algo que poderia acabar sendo um drama complexo se mostra apenas um enredo forçado e sem propósito algum dentro da trama, que por acaso é mesmo caso da própria Chloe, que poderia ser retirada da trama facilmente sem prejuízo algum a história.

E isso não acontece apenas com a Chloe, mas com quase todos os personagens da trama, que além de serem sub-desenvolvidos não tem carisma algum, sendo personagens totalmente caricatos e tão mal trabalhados que chegam a dar sono ao espectador. 

Outro ponto a ser discutido é a forma como a história é contada, se preocupando mais em mostrar a origem dos poderes dos heróis (que acaba nem sendo mostrada) do que tratar da trama atual da história. Esse excesso de flashbacks fora de hora que a série apresenta atrapalha completamente a coesão da trama, mostrando uma alternância entre passado e presente sem lógica alguma. Ainda assim, mesmo os flashbacks conseguem ser melhores do que a trama atual.

Ainda assim, mesmo com todos esse problemas a série ainda tem suas coisas boas, mesmo que sejam bem poucas em comparação as falhas da produção. Dentre elas temos a caracterização de época dos personagens, que mostram trajes bem característicos e fieis ao tempo em que os flashbacks se passam.

Há também a atuação do elenco principal, que mesmo com personagens mal trabalhados e unidimensionais ainda conseguem entregar um bom trabalho, com destaque a Leslie Bibb e Josh Duhamel, responsáveis por interpretar de Lady Liberdade e Utópico, respectivamente.

Além disso, a série também tem seu mérito com os efeitos especiais, pois mesmo não sendo tão primorosos quanto os efeitos de produções da Marvel e da DC, ainda assim consegue entregar um trabalho muito bom em relação a outras obras da Netflix.


Por fim, minhas últimas críticas a série são as cenas de ação fracas e sem emoção que ela apresenta (sendo facilmente uma decepção para uma obra focada nos super-heróis) e um vilão com uma motivação totalmente fraca, fazendo tudo o que fez apenas por não concordar com o código imposto por seu irmão, o Utópico.

Concluindo, O Legado de Júpiter é uma série com potencial incrível, apresentando um ótimo elenco e uma história interessante, porém desperdiça todo esse potencial ao apresentar um roteiro fraco, uma trama de mistério entediante e uma má execução do enredo.

Nota: 4,5

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