Adaptação dos quadrinhos de Robert Kirkman não só é uma das melhores animações de heróis, mas uma das melhores adaptações de quadrinhos já feitas.


Atenção, a crítica pode conter spoilers da 1ª Temporada!

A série do Amazon Prime Video conta a história de Mark Grayson, filho adolescente do maior herói da Terra, que começa a descobrir seus poderes. Decidido a seguir os passos de seu pai, o Omni-Man, o rapaz decide usar suas novas habilidades para salvar o mundo como o herói Invencível.


Inicialmente publicado em 2003 pela Image Comics, a obra criada por Robert Kirkman (The Walking Dead), Cory Walker (Destroyer) e Ryan Ottley (O Espetacular Homem-Aranha) rapidamente conquistou o público e a crítica, o que fez a Amazon se interessar pela obra e encomendar uma série animada para seu serviço de streaming.


O piloto começa de maneira bem genérica, apresentando uma versão "paródia" da Liga da Justiça, parecendo ser mais uma série genérica de heróis que tenta fazer um humor baseado nos universos e personagens da Marvel/DC. Contudo, o episódio termina com um excelente gancho que prende o espectador, quase obrigando a dar um play no próximo episódio. Inclusive, a série possui ganchos ótimos, com cada episódio tendo um final intrigante e que aumenta a curiosidade de ver até onde essa história vai.


Algo que realmente chocou as pessoas e gerou um extenso debate na internet foi a violência gráfica mostrada na série. Servindo como o “plot twist” do piloto, ela está presente em todos os episódios da série, sendo realmente forte e impactante. Embora muitas críticas acabaram sendo feitas sobre essa violência, ela cumpre o papel de impactar o espectador e trazer um realismo para a história e o universo.



A série acabou chamando a atenção por ter um elenco de vozes original estelar e recheado de nomes conhecidos como Steven Yeun (The Walking Dead, Okja), J.K. Simmons (Homem-Aranha 2, Whiplash), Sandra Oh (Killing Eve, Grey's Anatomy), Seth Rogen (O Rei Leão, Freaks and Geeks), Mark Hamil (Batman: A Série Animada, Star Wars - Os Últimos Jedi), Zazie Beetz (Deadpool 2, Coringa), Zachary Quinto (Star Trek), Michael Cudlitz (The Walking Dead), Walton Goggins (Homem-Formiga e a Vespa, Os Oito Odiados), Ezra Miller (Liga da Justiça, Precisamos falar sobre Kevin), Mahershala Ali (True Detective, Moonlight: Sobre a Luz do Luar), Djimon Hounsou (Shazam!, Guardiões da Galáxia), Jon Hamm (Mad Men, Em Ritmo de Fuga), Clancy Brown (Thor: Ragnarok, Demolidor), Jeffrey Donovan (Sicario: Terra de Ninguém), Jonathan Groff (Mindhunter, Frozen), Nicole Byer (Party Over Here) e muitos outros.


Mas dentre todo o elenco de voz, os destaques ficam para Yeun, Simmons e Oh que roubam completamente o show, mostrando como chamar atores/atrizes profissionais para dublagem é uma decisão extremamente acertada. Simmons traz uma raiva em sua voz, enquanto mostra que Omni-Man é um homem perigoso e com controle da situação. Yeun mostra que Mark é um jovem sonhador, com emoção e está disposto a tentar salvar todos, mesmo não conseguindo sempre, e Oh traz uma doce, forte e astuta mãe/esposa que está tentando descobrir a verdade. O ápice das “atuações” é no último episódio, no confronto de Omni-Man contra Invencível.


Uma das coisas mais criticadas na internet foi a inconsistência visual e qualidade de animação da série. Os traços emulam a arte de Ryan Ottley e embora seja simples e dinâmica, a animação e orçamento da série são realmente inconsistentes, com alguns episódios e cenas de combate sendo muito bem animados e visualmente interessantes, e outros sendo risíveis e sem qualquer investimento (4º episódio, em que tem a missão em Marte…).  A direção da série acaba sofrendo também por conta do orçamento, alguns shots e takes são realmente legais e bem inspirados, mas é nítido como isso acaba limitando os diretores Jeff Allen (Ultimate Homem-Aranha) e Robert Valley (Love, Death & Robots).



Em contrapartida, o roteiro consegue muito bem construir esse universo e os personagens carismáticos/enigmáticos. A série é recheada de personagens bons e com dramas fortes, e um elenco de apoio fenomenal. As tramas do Homem-Robô tentando criar um novo corpo para poder realmente viver, ou dos novos Guardiões do Globo tentando se encontrar como uma equipe. O governo liderado por Cecil investigando a morte dos Guardiões antigos e procurando maneiras de deter o culpado. Todos são subtramas interessantes que agregam a história e a construção desse mundo.


Alguns plots foram setados durante a temporada, deixando ganchos para as próximas temporadas (que foram oficialmente confirmadas), como o incidente gerado em Marte, a nova “máfia” controlada por Titã (Mahershala Ali) e o amadurecimento de Mark/invencível , gerando tramas interessantes a serem exploradas nas próximas temporadas.



“Invencível” pode parecer uma série de heróis superficial e com ideias recicladas a primeira vista, mas com elenco de voz forte e um excelente desenvolvimento de personagens e mundo, a série se destaca pela violência extrema, personagens carismáticos e uma excelente construção de mundo, tocando até mesmo em temas importantes e mostrando outras perspectivas de um mundo populado por super-heróis, se tornando uma das melhores adaptações de quadrinhos já feita, e uma das melhores animações de heróis da história.


Nota: 9

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