Terceiro episódio da série é repleto de ação e reintroduz personagens estabelecidos do MCU


POSSÍVEIS SPOILERS ABAIXO

No primeiro episódio da série, vemos a vida de civil do Sam Wilson, além da introdução da sua irmã. As discussões dos dois e a cena no banco serviu para humanizar o Falcão e nos fazer simpatizar com ele, mostrando um lado mais 'realista' de como é ser um herói nesse universo da Marvel. No segundo episódio, a série apresenta o racismo do governo americano ao introduzir o super-soldado negro Isaiah Bradley. Os dois primeiros episódios serviram para mostrar conceitos interessantes e temas relevantes. Nesse terceiro, o tempo foi usado para mover a trama pra frente, desenvolver os conflitos e apresentar personagens que serão importantes no decorrer da série. 

O episódio começa com um ad do Conselho de Repatriação Global, um conselho internacional que gerencia recursos para aqueles que foram ressuscitados pelo Blip. Um dos aspectos positivos da série é mostrar, mesmo que superficialmente em alguns momentos, o impacto sociopolítico do Estalo e do Blip. Em Homem-Aranha: Longe de Casa, o evento é tratado de forma narrativamente fraca. Felizmente, WandaVision e agora Falcão e o Soldado Invernal conseguiriam trazer o peso necessário pro Blip e o fez de uma forma que se encaixasse na trama. 

Um dos destaques do episódio são, como também foram nos episódios anteriores, as sequências de ação. Nos dez minutos iniciais do episódio, tivemos duas, mesmo que curtas, sequências de ação, pra sermos agraciados com outras cada vez melhores no decorrer do episódio. Elas são muito bem dirigidas e coreografadas, mesmo que possua algumas inconsistências, sendo essas na parte do roteiro. 


A sequência onde o novo Capitão América e seu parceiro Estrela Negra invadem um possível esconderijo dos Apátridas em Munique é bem pé no chão e me lembrou o tom de Capitão América: O Soldado Invernal. É claro a influência do filme na série, desde o tom até como as sequências de ação são conduzidas. A cena é crua, um anarquista cospe na cara do John Walker e vemos o quão obstinados os novos super-heróis são. 

E claro, tivermos o retorno de Helmut Zemo, agora descobrindo que ele é um barão, algo claramente apresentado para agradar os fãs puritanos das HQs. Isso gera algumas perguntas e pode contradizer o que foi estabelecido em Capitão América: Guerra Civil. Apesar disso, o personagem agora mudou substancialmente, afinal ele ficou quase que uma década preso, e sua nova caracterização me agradou. Ele é agora é mais humorado, mas não perde sua astúcia e capacidade de planejamento já estabelecidos previamente. Na série, ele é mais carismático e lembra um pouco a personalidade do Loki, um dos vilões favoritos dos fãs. 

Sharon Carter foi outra personagem introduzida nesse episódio e que teve sua caracterização mudada. Em sua curta aparição em ambos O Soldado Invernal e Guerra Civil, Sharon era uma agente da S.H.I.E.L.D. mais calma e passiva e que não possuía muita personalidade. Na série ela está exilada em Madripoor pois o governo americano ainda a lista como procurada. Agora ela é uma badass, mais impulsiva e com mais presença de tela nas cenas de ação e com uma personalidade mais exaltada e ácida, algo que o próprio Sam notou. 


Falando em Madripoor, o design da cidade-estado foi impecável. A pegada cyberpunk e inspirado em Blade Runner, com neon por todo o lado, placas em japonês e outras línguas, passa a impressão de um lugar onde mercenários e criminosos reinam. Gostei do background em que dizem que a ilha era um porto seguro para piratas no século 19. É bem legal notar que aos poucos a Marvel está encaixando propriedades antes pertencentes a Fox em seu universo cinematográfico, sem pressa e de forma progressiva. 

Esse novo episódio de Falcão e o Soldado Invernal é divertido, consegue balancear o humor, soube como reapresentar personagens estabelecidos, apresentou novos conceitos ao MCU de forma eficiente e nos deu sequências de ação ótimas. Apesar dos Apátridas ainda parecerem pouco interessantes, o desenvolvimento do Sam e do Bucky continuam bons, além da interação entre eles e com o Zemo ser um dos pontos altos do episódio.   

Nota: 8,0

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