Adaptado do conto homônimo de Edgar Alan Poe, o filme marca o que é aceitado por muitos como o ponto mais alto da carreira de Roger Corman, o diretor que é conhecido pela produção de filmes-B rápidos e baratos aqui cria uma obra magnífica que equilibra o sombrio ao onírico de forma eficiente para explorar todo o potencial de seu roteiro em tela.
"The Masque of Red Death" é uma história medieval macabra sobre um príncipe italiano satanista (Vincent Price) cuja a aldeia é pesteada pela Morte Vermelha, uma praga mortal implacável. Longe dos filmes-B que deixaram Corman famoso, aqui temos cenários magníficos que não ficam atrás de filmes medievais contemporâneos e mais do que uma mera demonstração de um orçamento mais elevado, o cenário em si conta contribui com a história onde a aldeia do Príncipe Prospero é um lugar escuro e macabro, enquanto seu castelo longe da moradia dos camponeses é um lugar magnífico que serve como uma demonstração de sua riqueza.
O cinematógrafo é Nicolas Roeg que mais tarde viria a dirigir "Inverno de Sangue em Veneza", aqui deixa transparecer a identidade visual chamativa ao mesmo tempo que intimista vista nos filmes dirigidos por ele. Na direção de Corman essa identidade contribui para o tom onírico e maquiavélico presente na obra em um visual espantoso e belo.
Em uma de suas performances mais icônicas, Vincent Price ("O Museu de Cera") entrega uma versão do Príncipe Prospero como um homem de fortes convicções cuja a diabólica personalidade é abertamente escrachada na frente dos camponeses que vivem em suas terras, Prospero está numa posição de poder, é o único com abrigo para a Morte Vermelha, e o filme o explora como uma figura tão maquiavélica e mesquinha lida com esse poder.
O roteiro do filme foi escrito por Charles Beaumont e R. Wright Campbell, Beaumont sendo o destaque da dupla de roteirista, tendo escrito um total de 22 episódios de "Além da Imaginação", o filme "As 7 Faces do Dr. Lao" e diferentes filmes de terror. Esse histórico se reflete no roteiro do filme que adapta a obra de Edgar Allan Poe num tom consistente e fantástico remanescente de outros trabalhos do roteirista.
"The Masque of Red Death" poder ser lento para as sensibilidades modernas, mas é um filme bonito, sombrio e mais do que competente, uma das melhores obras que Roger Corman tem a oferecer e uma demonstração do talento de Vincent Price.
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