Primeiro filme dirigido pelos irmãos Russo após o estrondoso sucesso de Vingadores Ultimato é distribuído pela Apple e traz Tom Holland como protagonista de uma produção que é bem complicada, por diversos motivos. 

Cherry(Tom Holland) é um jovem que conhece e se apaixona por Emily(Ciara Bravo). Após ele servir o exército e conhecer os horrores da guerra, o casal se perde no abuso de remédios e de drogas.


Dividido por capítulos, o longa é cuidadoso em estabelecer de maneira bem decente o relacionamento do casal protagonista. Gradativamente, vamos conhecendo um pouco mais dos dois, e assim entendendo suas motivações e até mesmo algumas escolhas polêmicas que eles fazem durante a narrativa. O início do filme funciona melhor do que seu final, já que todas as ações do Cherry e da Emily são justificadas por um roteiro coerente. 


Conforme a história avança, e novos capítulos dessa grande história são apresentados, o filme vai se perdendo. Inicialmente coeso e interessante, os últimos capítulos são densos e nos mostram o quanto escolhas erradas podem ter seus frutos colhidos no futuro. Mas o grande problema aqui é, diferente do primeiro ato, algumas coisas acontecem de forma apressada. Em um determinado momento vemos Emily de uma maneira, e 5 minutos depois a vemos completamente viciada em drogas e sendo cúmplice de diversas atitudes erradas de seu marido. Sem contar que a produção é audaciosa, então, em todos os momentos, o filme tenta nos contar de maneira grandiosa esses acontecimentos, e com isso acaba nos tirando pouco a pouco do filme. 


Tom Holland se entrega totalmente ao filme, e nos entrega mais uma boa atuação. Muito dedicado, o jovem ator consegue nos mostrar todas as nuances de seu complexo Cherry, e de certa forma, ele consegue levar o filme nas costas. Ciara Bravo também tem seu destaque, principalmente na reta final da produção. Doce e inteligente, ela tem uma química boa com Tom Holland. 


Visualmente muito bonito, trazendo ótimas cenas durante a guerra, e momentos interessantes envolvendo assaltos a bancos, a fotografia é competente, nos trazendo alguns momentos onde até queremos pausar o filme para ver uma bonita imagem. Diferentemente de seu roteiro que começa afiado, e se perde durante a longa duração, sua fotografia e direção de arte é constante e competente.


Cherry - Inocência Perdida não é um filme ruim, mas é uma produção que se perde durante 2 horas e 20 minutos de uma projeção audaciosa, que tem muita coisa para contar, mas infelizmente não acerta em todas elas.


Nota: 5,5

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