A Netflix costuma prezar por um catálogo amplo e diversificado, muitas vezes abrindo mão de produtos com mais qualidades, para que um público maior e diferente entre si possa usufruir esses conteúdos. Ava se enquadra nas palavras acima, é um filme que deve agradar um público bem específico, e desejando a desejar os fãs de filmes de ação.


Ava(Jessica Chastain) é uma assassina que trabalha para uma agência, que quando em uma missão, tudo dá errado, decide voltar para ver sua família, enquanto é perseguida por Simon(Collin Farrel).


O maior problema da produção é a falta de originalidade. Tudo o que acontece no filme já foi mostrado antes, e de formas infinitamente superiores. A fórmula do assassino ágil e forte, que comete um erro, e precisa voltar as suas raizes enquanto um cruel chefe o persegue não é novidade. Além disso, o roteiro de Matthew Newton peca por não conseguir surpreender o público. O texto é óbvio demais, não tendo uma surpresa ou uma reviravolta que possa, pelo menos, nos deixar curiosos pelo o que está por vir.


O elenco tem bastantes nomes fortes, além de Jessica Chastain e Collin Farrel, temos John Malkovich, Geena Davies e Common. A ideia de um elenco desses certamente é atrair mais público para o filme, mas com um texto extremamente preguiçoso, pouca coisa dava para ser explorada do elenco de uma forma satisfatória. Jessica Chastain é uma excelente atriz, mas tem errado muito nas suas escolhas nos últimos anos. Ela se esforça aqui, mas o material que serve de base para sua personagem é extremamente raso. John Malkovich interpreta Duke, uma espécie de “paizão” e mentor da protagonista, que é outro ponto que o roteiro peca, pois não tem originalidade alguma aqui. Praticamente todos os filmes do gênero trazem esse personagem, e geralmente o foco deles são fazer o público se importar com eles, para que o texto possa trazer um drama maior ao filme, algo que é completamente desperdiçado aqui. Collin Farrel e Geena Davies não tem material para mostrar um pouco mais, e Common tem a pior atuação disparada na produção.


Existem diversas maneiras do público consumir e gostar de produções de diferentes estilos. Nenhum filme tem a obrigação de ser um primor técnico ou esbanjar qualidade nas diferentes engrenagens, mas é necessário, principalmente em filmes de ação, que a gente possa se divertir nessas cenas, ou que possamos nos importar com os personagens, ou que existam cenas bonitas, visuais criativos ou um mundo bacana a se explorar. E esse é o problema de Ava: o filme pouco acerta. Sua coreografia não é nova e tem diversos momentos onde você consegue ver que aquele soco não acertou, a protagonista é esforçada, mas o roteiro não se importa com ela. Não é o pior filme de todos os tempos, mas é mais um filme genérico de ação.


Nota: 3,5


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