O melhor filme da história da Dreamworks Animation, Shrek 2 acerta em tudo.


Sinopse: Shrek e Fiona acabaram de voltar da lua de mel e vivem felizes em sua casa no pântano. O casal recebe um convite dos pais da princesa, que querem conhecer o novo genro, para um jantar no castelo. Eles ficaram sabendo que Fiona havia se casado com o seu verdadeiro amor, mas o que eles ainda não sabem é que este amor é um ogro mal-educado de mais de 300 quilos, que conta com um burro falante como melhor amigo.

Toda relação entre duas pessoas têm que suportar vários desafios ao longo do tempo de convivência, as diferenças, brigas e mais importante a família. Essa foi a grande sacada de Shrek 2, pois trouxe uma evolução natural para o casal protagonista ao mesmo tempo em que brinca com as expectativas do público e traz novos personagens cativantes.

Após os eventos do primeiro, Shrek e Fiona curtem sua lua de mel apaixonadamente com direito à várias referências a obras consagradas e muito bom humor. Esse trecho inicial é importante, pois vemos que eles estão realmente curtindo o tempo juntos, mas como tudo que é bom dura pouco, assim que regressam para o pântano, esse manto de felicidade vai se rasgando aos poucos. Os pais da princesa estão ansiosos para revê-la após tantos anos, então, contra a vontade de Shrek, eles viajam para o Reino de Tão Tão Distante. Chegando lá, são recebidos de forma pouco entusiasta por eles, pois ambos achavam que ela tinha se casado com o Príncipe Encantado e não com um ogro.

Esse fato desencadeia uma série de eventos que mexe com o âmago pessoal de cada personagem. Inicialmente, Shrek tenta ser amistoso, mas quando o Rei Harold demonstra toda a sua insatisfação com a união deles, há uma briga na sala de jantar. Essa é uma das cenas mais memoráveis, pois além do óbvio desconforto causado pela situação, o roteiro aposta num humor muito inteligente com cada um soltando “meias palavras” até que a situação fique mais agitada e com muita comida sendo jogada pelos ares.

É nessa parte em que o “manto de felicidade” do casal começa a ruir, pois ambos percebem que por mais que se gostem, são de mundos bem diferentes e isso causa problemas em sua relação. É nessa parte que entra a vilã da obra, a Fada Madrinha. Por mais que o nome passe uma impressão diferente, estamos diante de uma das melhores vilãs das animações.


O primeiro filme da franquia pegava personagens clássicos e dava uma subvertida neles, aqui a Fada Madrinha que deveria ajudar os que necessitam, é uma mulher egoísta que só liga em cumprir os caprichos de seu filho (o Príncipe Encantado) na busca pela controle do reino. Por baixo de toda a propaganda e jeito encantador, ela arma para separar o casal e chantageia o Rei para que a ajude.

Esse por sua vez, parece um personagem detestável à primeira vista, mas conforme o filme avança vemos que ele realmente se importa com sua filha. Na gama de novos coadjuvantes temos o Gato de Botas que sem dúvida rouba muitas cenas do filme para si. Como esquecer a icônica cena onde ele ataca Shrek e Burro à mando do Rei ou quando arrependido disso usa seu olhar felino “triste” para convencê-los a aceitá-lo no grupo ?

Um elemento importante a ser destacado é o quanto a animação é mais renderizada aqui que no primeiro filme. Os rostos dos personagens ganham mais contorno e detalhes, assim como o figurino parece mais real, é de impressionar o nível de detalhamento que conseguiram fazer na época. O design de produção também é muito inventivo, o Reino de Tão Tão Distante é uma paródia de Hollywood com vários elementos tanto medievais quanto modernos. Você tem várias referências à marcas famosas da vida real e personalidades dos contos de fadas como João e Maria, Cinderela e etc.

A comédia é um ponto central na narrativa é funciona bem tanto pelo humor referencial quanto pelo físico causado pelas situações que o roteiro trabalha. Um bom exemplo disso é na cena inicial quando Shrek e Fiona estão em lua de mel e há uma montagem bem engraçada deles fazendo várias atividades, mas sempre com uma referência à alguma obra tais como A Pequena Sereia, O Senhor dos Anéis, Homem-Aranha e Chapeuzinho Vermelho. Outro ponto alto está na trilha sonora musical, todas as canções utilizadas tem um grande impacto nas cenas ajudando a passar a sensação que o momento exige.

Por último, vale ressaltar que o clímax é um dos melhores já produzidos num filme de animação. Tem ação, drama, cantoria e comédia numa tacada só e funciona bastante, pois o diretor Andrew Adamson soube dosar bem os diferentes núcleos e a montagem fez um excelente trabalho na edição das cenas de ação com o Biscoito gigante. Aliás, um elogio para a dubladora da Fada Madrinha, cantar uma versão em português de “Holding Out For A Hero" não é fácil, mas ela conseguiu e o resultado foi espetacular.

Shrek 2 é uma das melhores sequências já produzidas por Hollywood e um grande acerto da Dreamworks Animation.

Nota: 10,0

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