Talvez um dos filmes mais “azarados” da história do cinema, finalmente Os Novos Mutantes teve sua estreia. Seu primeiro trailer foi divulgado no distante 2017, nos avisando que essa produção estaria nos cinemas no ano seguinte, que por diversos motivos, não aconteceu. 

Além de todos os problemas para o filme ser adiado, que falaremos em outra matéria, a crítica especializada massacrou o filme. Além de tudo isso, a produção estreia durante uma pandemia gravíssima, que faz com que a maioria dos cinemas no mundo estejam fechados. Eu precisava mostrar tudo isso antes de começar a falar propriamente do filme para deixar claro o quão “sofreu” esse filme que foi filmado na época em que o estúdio ainda era Fox.


Cinco adolescentes estão confinados em um centro de pesquisa, onde eles precisam aprender sobre seus poderes, e principalmente, aprender a controlá-los.


É uma sinopse simples, assim como o filme é, e isso não é necessariamente uma coisa ruim. O início do longa tem como intenção introduzir e nos contar um pouco sobre a trágica história de cada um desses adolescentes. O roteiro de Josh Boone(também diretor do filme) e Knate Lee prefere nos contar o que esses personagens fizeram em seu passado, em vez de nos mostrar. Isso me lembra muito uma escolha semelhante que aconteceu em 2016, com Esquadrão Suicida. Mas aqui, o roteiro apesar dessa escolha errada, não é expositivo. 


O primeiro ato do filme trabalha de maneira lenta, o que pode cansar os espectadores que procuram uma produção mais convencional do gênero. Demora para termos cenas de ação, precisamos saber um pouco mais desses personagens antes de tudo. A principal personagem do filme é Danielle Moonstar(Blu Hunt), que perdeu sua família em um estranho acidente. A personagem sabe da história através da Doutora Reyes(Alice Braga). Danielle se aproxima de Rahne(Maisie Williams), uma jovem religiosa. As duas tem um relacionamento bem construído, com um crescimento gradual. Em tempos chatos como vivemos, aqui ninguém pode reclamar de “lacração” ou algum outro termo semelhante, a relação das personagens é natural e crível. Illyana(Anya Taylor-Joy) é uma poderosa mutante, e com a personalidade mais interessante do grupo. Foi junto com a Danielle, as personagens que achei mais interessantes no filme. Ainda temos Sam(Charlie Heaton), um personagem que tem seu desenvolvimento de uma maneira legal, ele vai crescendo durante o filme, mas seus poderes são praticamente esquecidos aqui. E também temos o brasileiro Roberto(Henry Zaga), que acaba sendo o personagem menos trabalhado no filme. 


O elenco funciona bem, assim como alguns sustos que você certamente levará. Apesar do filme prometer ser um terror maior do que de fato é, achei extremamente positiva sua ambientação. A história se passa toda dentro do centro de pesquisas, com locais claustrofóbicos e escuros. 


Diferentemente da crítica que massacrou o filme, eu acho que temos bons valores aqui, é possível sim ter uma boa experiência. O que vai pesar contra, é que em termos de ritmo, ele destoa bastante das produções do gênero. Praticamente só teremos momentos de ação no último ato. Entendo que a melhor maneira de você conseguir aproveitar o filme é assisti-lo como uma produção da isolada de tudo o que existe no mundo cinematográfico dos Super-Heróis.


Nota: 5,5

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