Penúltimo episódio da temporada marca despedida emocionante para seu icônico protagonista.
A segunda parte de “The Last of Us” pode até ter tomado alguns rumos que não agradaram a todos os fãs em sua narrativa, porém mesmo com as suas decisões polêmicas e do caminho que os espectadores já sabem que a história percorreu, o penúltimo episódio da atual temporada mantém a presença de Joel viva no passado de um jeito que não apenas expande sua relação conflituosa com Ellie, mas também serve como um possível adeus definitivo para o personagem que destaca os elos emocionais dos quais a série é conhecida por ter.
Situado antes mesmo dos principais acontecimentos da temporada, o episódio dirigido por ninguém menos que o criador do material fonte Neil Druckman, acompanha o ponto de vista de Joel (Pedro Pascal) durante os últimos cinco anos na cidade de Jackson celebrando os aniversários de Ellie (Bella Ramsey) e mostrando como o seu relacionamento foi se desmoronando por causa de suas mentiras apesar de seus esforços para ser uma boa figura paterna.
O episódio começa de forma inusitada mostrado um breve momento inédito sobre a juventude de Joel com o seu pai abusivo interpretado por Tony Dalton (Better Call Saul). Conceitualmente, tal cenário poderia facilmente ter sido retratado de forma amadora e desnecessária se não fosse pela competência na escrita dos envolvidos que também trabalharam nos jogos e souberam como associar essa situação como uma espécie de ciclo de abuso muito específico.
Mesmo sabendo do destino de Joel, sua presença no passado é forte o bastante para passar a impressão de que ele ainda está vivo e tem muito a oferecer. Desde as aulas de violão com o cover de “Future Days” de Pearl Jam até a emocionante surpresa no museu, o episódio adapta todos os flashbacks com o personagem no segundo jogo com algumas novas adições para a história.
Apesar de seus esforços para ser um bom pai, Joel dificilmente é retratado como alguém perfeito, pois aos poucos, a história desenvolve esse distanciamento entre os protagonistas através de típicos desentendimentos familiares que ocorrem durante o crescimento de Ellie que já suspeita das mentiras que lhe foram ditas sobre Salt Lake City, assim resultando numa série de punições emocionais.
A causa desmoronamento da relação de pai e filha dos protagonistas visto no começo da temporada enfim recebe um esclarecimento quando é revelado o que aconteceu com Eugene (Joe Pantoliano). O momento em si é uma sequência completamente original feita para a série, porém ela faz um ótimo trabalho em mostrar o quão errônea era a mentalidade superprotetora de Joel e como sua desonestidade com Ellie foi o que a afastou dele. De um jeito que não só aprofunda o drama entre os personagens mais ainda passa um sentimento remetente às discussões mais tensas vistas nos jogos.
Em resumo, o penúltimo episódio do segundo ano de “The Last of Us” da HBO marca uma despedida emocionante para Joel de forma onde ele é lembrado com bastante carinho apesar de seus defeitos em um capitulo que foi cuidadosamente manuseado pelo próprio criador da franquia que ainda demonstra uma consideração imensa pelos seus personagens, além das excelentes atuações de Pedro Pascal e Bella Ramsey contracenando juntos possivelmente pela última vez e expandindo essa icônica dinâmica dos jogos que permaneceu tocante durante tantos anos.
Nota: 10/10
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