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Imagem: Instagram @cafecomnaftalina |
Estamos vivendo em tempos onde a disseminação da internet e dos serviços de streaming serve como um ótimo braço de apoio para a cultura pop. Nos dias de hoje, dispomos de um on-demand, que faz com que conteúdos como filmes, séries e amimações, possam ser consumidos a qualquer momento, por um número cada vez maior de pessoas. Antes dessa explosão, além da TV, as principais formas que tínhamos para absorver conteúdo eram através da mídia física: primeiro o VHS, e depois, o DVD.
No mais, em um mundo onde o streaming dominou o mercado, Michele Martins, criadora do canal no YouTube Café com Naftalina, se destaca como uma defensora da mídia física. Com uma grande paixão pelo cinema, Michele construiu uma comunidade fiel em torno do seu canal. Nesta entrevista, ela fala sobre os itens de sua coleção, como surgiu a ideia de se tornar uma criadora de conteúdo sobre o tema e sua percepção sobre filmes da atualidade.
Confira:
1. Primeiramente, o Fórum Nerd te agradece por ter topado estar aqui, compartilhando sua paixão por tudo o que envolve o cinema e o colecionismo. Agora, conta para gente: o que significa ser uma colecionadora de mídia física, em tempos de digitalização?
R: Primeiramente, gostaria de agradecer o convite e será um prazer compartilhar um pouco das minhas vivências enquanto colecionadora de mídia física. Numa era em que tudo é digital, realmente é desafiador colecionar mídias que são tidas como obsoletas por muitos. De fato, a modernidade trouxe uma grande praticidade quando se trata de assistir filmes e séries, mas acredito que ser colecionador vai muito além do que é prático ou não. A realidade é que, o significado de o que é ser colecionador(a) pode variar de pessoa para pessoa. Para mim, colecionar é uma viagem no tempo, onde cada filme me leva para uma época da minha vida. Minhas fitas VHS me levam pra época das locadoras, já meus DVDs me transportam para a minha adolescência e assim por diante.
2. Quais itens da coleção você classificaria como raros e como você conseguiu os adquirir?
R: Como minha coleção é composta especialmente por VHS, DVD e Blu-ray, irei citar um de cada. VHS acredito que uma grande raridade na coleção seja o título "O Mundo Mágico de Alec", um filme de 1990 que, inclusive, deve ter passado no máximo umas 3 vezes na TV apenas. Em DVD sempre gosto de citar o filme "O Pentelho", de 1996. Esse filme é estrelado por Jim Carrey e não fez muito sucesso na época do lançamento, por isso não houve mais que uma tiragem e acabou se tornando raro com o passar do tempo. Em Blu-ray vou citar a edição especial da trilogia UMa Noite Alucinante. Essa edição foi lançada pela empresa brasileira Obras-Primas do Cinema e esgotou muito rápido. Para se ter uma noção do quão cobiçada ela é hoje em dia, já vi pessoas vendendo por 1mil reais no Mercado Livre. Com exceção da trilogia em Blu-ray (que foi adquirida no lançamento da edição), os outros dois foram garimpados em um grupo de leilão de VHS e no Mercado Livre, respectivamente.
3. Dentre os itens da sua coleção, tem algum que você possui um maior apego afetivo?
R: Acredito que os primeiros filmes que entraram na minha coleção acabam tendo um valor sentimental maior, pois foi ali que tudo começou. São títulos como "Assassinos por Natureza", "Flashdande", "Diário de um adolescente" e "O Silêncio dos Inocentes".
4. Que dicas você daria para quem pretende começar uma coleção de mídia física? E quais os melhores lugares para se adquirir esses itens?
R: Infelizmente, para quem mora no Brasil, está cada vez mais difícil encontrar certos filmes. Lançamentos que acabaram de sair do cinema nem estão sendo mais lançados em DVD ou Blu-ray, por exemplo. Então para quem deseja iniciar uma coleção agora, tem que ter paciência e garimpar muito. Lançamentos podem ser adquiridos em edições importadas, mas na maioria das vezes não possui idioma PT-BR e o preço alto também é desanimador. Mas com relação aos títulos mais antigos, caso você não tenha frescura, consegue adquirir vários em sites de usados, como Shopee, Mercado Livre, OLX e até mesmo Enjoei. Procure sebos na sua cidade, locadoras que estão fechando (sim, por incrível que pareça, ainda existem locadoras). Na internet ainda existem lojas brasileiras que vendem mídia física, a maior delas acredito que seja a Vídeo Pérola. Sem contar também na Amazon e outras mais nichadas, como por exemplo Colecione Clássicos, Versátil, Classicline, Famdvd, entre outras.
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Imagem: Instagram @cafecomnaftalina |
5. Em tempos de streaming, como você vê o mercado de mídia física? Você consegue encontrar filmes lançados recentemente neste formato com facilidade? |
R: Fora do Brasil a mídia física ainda está bem em alta, mas aqui em território nacional não podemos dizer o mesmo. As empresas como Paramount, Sony, Disney, Warner, entre outras, abandonaram o mercado de mídia física e praticamente nada está sendo lançado de forma oficial por aqui. Muitos colecionadores recorrem a "autorados", uma forma gourmet de chamar filmes piratas. Vai de cada um, eu particularmente não curto esses produtos, inclusive, em lugares como Shopee e Mercado Livre, existem muitos desses "autorados". Atualmemte, quem quer comprar algum lançamento 100% original em muitos casos tem que recorrer aos importados, pois o futuro da mídia física no Brasil é cada vez mais incerto.
6. Falando um pouco sobre produções atuais... Quais lançamentos recentes mais chamaram sua atenção? E o que você espera para o cinema esse ano de 2025?
R: O filme "A Substância" foi uma obra que me impactou bastante em 2024. Ele mistura vários elementos e referências a filmes que curto bastante, todos basicamente do universo do horror, isso fez eu me apaixonar por desde quando vi o trailer. Inclusive, lamento muito o fato de que provavelmente ele não será lançado em mídia física no Brasil. Que em 2025 tenhamos menos remakes e mais filmes surpreendentemente bons e originais.
7. Agora, sobre seu canal no YouTube: como surgiu a ideia de o criar? E quais são os maiores desafios para criar conteúdo sobre cinema e mídia física?
R: Meu canal surgiu em 2017, na época ele levava apenas meu nome (Michele Martins) e eu falava de assuntos aleatórios. A ideia de criar um canal veio depois de vários amigos e conhecidos insistirem que eu "levava jeito pra coisa". Na época eu já tinha um blog chamado Café com Naftalina, então quando decidi focar o canal em assuntos como cinema, nostalgia e mídia física, resolvi usar o nome do blog também no Youtube. Acredito que, independentemente de ser um canal sobre mídia física ou não, o maior desafio para quem é CLT é, conciliar o trabalho formal com a criação de conteúdo (que é o meu caso). Muitas vezes falta tempo e isso se torna cansativo. Outro desafio com certeza são os "haters", mas eles estão em toda parte então não tem muito o que fazer, quem está na chuva é para se molhar, já dizia o ditado.
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Imagem: Instagram @cafecomnaftalina |
8. Para finalizar, queremos te parabenizar pelo trabalho que você faz no YouTube e desejamos cada vez mais sucesso! Aproveita e deixa sua redes sociais aqui, para nossos seguidores conhecerem melhor seu conteúdo e te acompanharem!
R: Gostaria de agradecer mais uma vez o convite da entrevista e aproveitar para convidar todos a conhecerem não só o meu canal, o Café com Naftalina, mas também minha loja, a Naftalina Shop. As redes do canal tanto no Instagram quanto no Tiktok é @Cafecomnaftalina. O Instagram da loja é @Naftalinashop e o site é www.naftalinashop.com.br, lá vocês encontram camisetas, bonés, canecas, entre outros produtos relacionados a filmes, séries, nostalgia e mídia física!
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