A nova série animada da Marvel traz a mescla do estilo retro dos quadrinhos enquanto atualiza e moderniza uma nova história para o Amigão da Vizinhança.


🚨🚨POSSÍVEIS SPOILERS!🚨🚨

Não é novidade que o Homem-Aranha é o personagem, junto do Batman, que é capaz de transitar entre várias vertentes diferentes e origens diferentes a cada encarnação contada, algo que é essencial para continuar deixando um personagem vivo na cultura popular, é claro, você pode gostar e pode não gostar, mas é inegável que o Cabeça de Teia traz muitas possibilidades. E é isso que Seu Amigão Da Vizinhança Homem-Aranha, a nova série animada da Marvel Animation, faz, apesar de um começo simplista e que foca mais no cotidiano, mas parece ter um caminho grande a fazer.


Peter Parker (Hudson Thames), recentemente picado por uma Aranha modificada, um jovem que luta para conciliar sua vida dupla de super-heroi Homem-Aranha, enquanto precisa lidar com a vida monótona de um adolescente no ensino médio enquanto portas se abrem para oportunidades que ele jamais almejava.



E tenho que ressaltar já de cara o estilo animado da série, que é com certeza o tópico mais comentado e polêmico envolta do desenho, que traz os traços retros remetendo aos anos 60 da arte de Steve Ditko com uma animação 3D feita pela empresa japonesa Polygon Pictures, trazendo uma interessantíssima mescla de estilo visual realmente bonito e que parece que estamos vendo um quadrinho em movimento, com personagens falando e agindo conforme passados as páginas, aliás boa direção envolvida aqui com cenas remetendo a telas de quadrinhos em alguns momentos dando ainda mais essa imersão que queriam passar.


Sim, o estilo animado também não é o meu favorito, e se pudesse eu teria feito de outra maneira, mas resta o fã se acostumar, mas se você não conseguir, tudo bem, vai do gosto pessoal de cada um, eu não me incomodei, e para ser sincero, não chega ao mesmo nível de animação X-Men ‘97 ou perfeita como Homem-Aranha no Aranhaverso e sua sequência, por exemplo, e tem sim momentos que a animação fica meio lenta e o fundo as vezes não funciona, mas na maior parte a animação faz seu trabalho muito bem e proporciona ótimos momentos de ação (a Luta no começo com Doutor Estranho e uma figura simbionte é bem legal).


O criador da animação, Jeff Tramell, faz aqui inclusive algo que realmente gostei de ver nessa nova versão com bastante mudanças, já vimos o personagem passar milhares de vezes no ensino médio, mas não como nessa versão, agora sem Ned Leeds ou MJ, Peter tem como melhor amiga a sarcástica e engraçada Nico Minoru (Grace Song), conhecida nos quadrinhos da Marvel como a Irmã Grimm, mas que talvez, seja mais conhecida do grande público por conta da série em live-action Runaways e que aqui na animação descobrimos que os dois estudam juntos no mesmo colégio e são meio que os únicos amigos um dos outros. Uma coisa que não muda é que Peter não é a pessoa mais popular do colégio. Parece ser o evento canônico para o personagem, embora dessa vez, não tenham o feito ser o nerd oprimido como na maioria das vezes, sendo até mesmo respeitado por muitos colegas fora do seu ciclo social inclusive. Temos também a adição de Harry Osborn (Zeno Robinson), uma versão mais descolada e desligada do personagem que conhecemos.



O destaque para mim, é Lonnie Lincoln (Eugene Byrd), que é um personagem com potencial de ser destaque, já que nas HQs ele é mais conhecido como vilão Lápide, mas aqui, é um adolescente de porte atlético e popular da escola mas que não demonstra ser um babaca com Peter, pelo contrário, ele é inteligente e o trata super bem, saindo do perfil mais estereotipado desses personagens, e temos muitas cenas com ele inclusive até mesmo cenas que não esperava ver nessa animação que sutilmente resumem uma infeliz injustiça social enfrentada por jovens negros como ele. Em contraponto, temos Norman Osborn (Colman Domingo) o magnate CEO da Oscorp nesse universo que visita Peter em seu apartamento ao invés de Tony Stark como em Capitão América: Guerra Civil, devem mostrar que o personagem, embora pareça querer ser algum tipo de mentor pro protagonista, parece haver coisas por trás de sua 

atitude altruísta.


No geral, a história se desenvolveu de forma bem lenta ainda, mas boa para apresentar essa versão do Peter variante do Tom Holland, o que será que pode acontecer futuramente? seja o que for se o roteiro continuar fazendo habilmente desenvolver as boas cenas de ação e os personagens, podem ganhar um triunfo enorme.


Conclusão: Mesmo não chegando a ser excelente, Seu Amigão Da Vizinhança Homem-Aranha é bastante criativo e começa de forma promissora uma série que forma um universo rico e nostálgico, se você estiver curioso, talvez seria legal dar uma chance, esperemos que os  próximos episódios, subam mais o nível.


Nota: 7,5

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