Crítica | Mia (2023)

 O Forúm Nerd foi convidado a conferir o filme "Mia” em uma cabine de imprensa à convite do “Festival Italiano de Cinema no Brasil”.

Competente drama aborda a relação de uma família com sua filha adolescente, as amizades que ela tem e um relacionamento tóxico com profundas consequências em que a protagonista que dá nome ao filme passa.

Trazer temas sérios como esse são complicados, pois além do cuidado necessário na forma como tem que ser abordado, também é necessário que seja bem construído narrativamente. Além da função de nos contar essas histórias, também pode nos mostrar como funciona, para que possamos entender melhor algo que infelizmente acaba sendo mais comum do que imaginamos. 

O namorado de Mia controla as roupas que ela usa, o contato com suas amigas e até os lugares que ela frequenta. Os pais dela acabam desconfiando devido a mudanças em seu comportamento, como por exemplo o modo que ela vai deixando de se maquiar. Toda essa construção é muito bem feita em tela, mas o ritmo não flui tão bem como deveria. Principalmente na primeira hora, algumas cenas e diálogos acabam sendo desnecessários e apenas deixando o filme mais longo, contribuindo pouco para a narrativa principal. 

Porém, após o conturbado relacionamento ser bem apresentado, o filme cresce muito! A relação entre pai/mãe e filha ganha muito destaque, e após um acontecimento importantíssimo na reta final, temas como raiva e vingança entram em cena, elevando ainda mais o que já estava bom. 

Edoardo Leo e Greta Gasbarri, que interpretam pai e filha, respectivamente, estão excelentes em cena. Ele dá um show de interpretação quando seu personagem transita por diferentes sentimentos, e ela é competente em conseguir diversas vezes mostrar o que sua personagem está sentindo sem dizer uma única palavra.

“Mia” é um ótimo drama que acerta na construção familiar e em mostrar um dos milhares exemplos de relacionamentos tóxicos, e como suas consequências podem ser gravíssimas.

Nota: 8,0