O Fórum Nerd foi convidado para assistir o filme em uma cabine de imprensa á convite da Embaúba Filmes.

O documentário de Ana Costa Ribeiro busca entrelaçar física e poesia. De maneira bastante pessoal, a diretora e narradora parece, acima de tudo, conceber este projeto para homenagear seus ancestrais e, especialmente, apresentar a figura de seu avô, Joaquim da Costa Ribeiro. No entanto, ela não foca nos aspectos pessoais do físico, embora o descreva, timidamente, como um homem afetuoso - isso porque a diretora não o conheceu pessoalmente, mas preserva suas memórias através de documentos e do legado de Joaquim.

É essencial, no entanto, destacar o físico responsável pela "faísca" que originou este filme: Joaquim da Costa Ribeiro (1906-1960), um físico brasileiro renomado por suas contribuições à eletrostática e pela descoberta do fenômeno conhecido como "Efeito Costa Ribeiro". Esse efeito não é visível em dispositivos do cotidiano, já que se manifesta em condições específicas de semicondutores. No entanto, está relacionado a dispositivos termoelétricos, como os refrigeradores termoelétricos encontrados em coolers elétricos, que mantêm alimentos e bebidas frias sem a necessidade de compressores tradicionais.


Agora, voltando ao documentário. Um dos méritos que deve ser reconhecido é o resgate de documentos importantes, incluindo cartas, registros fotográficos e vídeos que nos transportam para uma época muito diferente da que conhecemos. Este é, aliás, um dos poucos (talvez o único) filmes a focar especificamente na figura de Joaquim.

O longa apresenta três momentos marcantes: o primeiro nos primeiros 18 minutos, o segundo por volta da metade (aos 50 minutos) e o terceiro nos cinco minutos finais. Embora cada um tenha intenções e estilos distintos, esses momentos se destacam pela boa edição e evidenciam o esforço da diretora em buscar registros desse passado. A sensação que se passa é que, em vez de manter o caráter de um simples documentário, Ana Costa Ribeiro transforma esses momentos em uma memória poética, diluindo o caráter factual em favor de uma interpretação mais sensível e lírica.

Este não é o primeiro longa de Ana Costa Ribeiro e, se falássemos sobre seus outros trabalhos e sua carreira, teríamos material suficiente para um livro. No entanto, o filme parece pressupor que o público tenha um conhecimento prévio tanto sobre a carreira de Ana quanto sobre a figura de Joaquim da Costa Ribeiro. Esse excesso de divagações filosóficas, a leitura interminável de poemas e cartas, e uma edição que muitas vezes age como plano de fundo para sustentar o aspecto de ensaio-documental, tornam o documentário monótono. Se havia uma promessa inicial de uma obra emocionante, ela se perde já nos primeiros 30 minutos.

Nota: 5.8/10

O filme estreia nos cinemas no dia 10 de outubro.


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