Crítica | 20 Dias em Mariupol (2023)

O Forúm Nerd foi convidado para assistir o filme em uma cabine de imprensa á convite da Synapse Distribution.

20 dias em Mariupol foi um filme lançado originalmente no começo no ano passado, 2023, e chegando bem recentemente ao Brasil, dirigido e roteirizado pelo jornalista Mstyslav Chernov. No filme, acompanhamos o jornalista no período e localidade (A cidade de Mariupol na Ucrânia), durante fevereiro e março de 2022, período inicial da ofensiva da Rússia. 

O filme consegue abastecer-se de uma espécie de senso narrativo, de ter uma história para contar, em meios ao que poderiam ser só imagens dispersas de destruição dentro do conflito, o que faz um papel quase como "emergir" ainda mais o espectador, vendo o ponto de vista de Mstyslav, não só como de um jornalista, mas de um pai, com o pensamento sobre suas filhas sendo um dos motivadores de seu trabalho, e algo que volta e meia ganha destaque no filme.

Algumas cenas, como apresentados pelo próprio, foram dispersadas internacionalmente por diversos veículos jornalísticos, como os símbolos do que veio ocorrendo dentro da guerra, e ter a sóbria, mas também melancólica narração de Chernov, adicionando o contexto às imagens que vemos, transformando o que eram só números na realidade, nas histórias daquelas pessoas, Quem, Como Onde e Quando, o que torna mais assombroso ver as mortes apresentadas.

A articulação do jornalista também não só vem da coragem e persistência de continuar suas filmagens, apesar da total devastação urbana, o que tomava um extremo desafio, principalmente com o "termino" das redes de internet. Também, conseguir trazer de que forma as imagens veiculadas froam girando ao mundo, pelos dois lados, num combate à dispersão de notícias falsas, consegue ser um trunfo maior ainda.

Como o filme relata, com 86 dias, Mariupol caiu, isso mais de 2 meses depois de Mstyslav deixar a cidade, com ainda mais tragédias que continuarão em icognita ocorrendo até os dias de hoje, mas o filme mantém-se em sua base como importante e visceral documento dos horrores do conflito.

NOTA: 8,5