Na nova onda de remakes da indústria dos games, chegou a hora da Nintendo dar suas cartas, trazendo de volta o tão amado Super Mario RPG. Jogo muito bem cotado pela comunidade, mas que acabou ficando esquecido com o tempo, já que o acesso a ele se tornou cada vez mais difícil
A qualidade dos jogos da Nintendo, principalmente referentes a marca “Mario” raramente tendem a decepcionar, e aqui não é diferente. Em quesito de polimento, o jogo está rodando perfeitamente, apresentando pequenas quedas nas taxas de quadro em raríssimas ocasiões.
Analisando o jogo sem levar em conta seu aspecto “remake”, mas apenas a obra em si, posso afirmar que o jogo se garante sem ser necessário um apego nostálgico. Já que eu, nunca tendo jogando o game original, não senti de nenhum modo que as mecânicas ou o design do jogo são datados. Claro, desconsiderando desse aspecto as remasterizações gráficas.
Quanto aos gráficos, não seria justo compararmos com jogos da atual geração de consoles, mas no estilo ao qual se propõe, o jogo é um dos mais belos e refinados que temos no Switch atualmente. Destaque especial para as animações de “combos” especiais, onde roda uma cutscene lindíssima. Acerca dessas, temos em grande variedade, já que essas se alternam de acordo com os membros da party, sendo uma diferente para cada combinação.
Abordado então o combate, devo enfatizar que esse é o elemento mais RPG do jogo, já que “role play” no sentido de tomada de decisão, não há nenhum. Sendo assim, aqui abranjo todo tipo de mecânica relacionada diretamente ao combate, como: progressão de personagem (nível, habilidades, equipamentos); combate por turnos; e administração da party/grupo. A mecânica que deixa mais interessante o combate, é devido a interatividade que ele traz. Já que diferente das maiorias dos jogos de turno, onde você apenas decide o que faz e fica a mercê da sorte, aqui, se apertamos o “A” no momento exato em que estamos atacando ou defendendo, ganhamos um bônus, tanto no dano, quanto na defesa.
Um aspecto muito interessante desse jogo é sua história e personagens, já que os jogos do Mario, por mais que tenham personagens carismáticos, são os arquétipos da superficialidade: o príncipe que salva a princesa do monstro. Aqui, o monstro e a princesa lhe ajudam; e dois outros personagens, que são os mais interessantes, também acompanham Mario nessa jornada: Mallow, que é um serzinho que busca desvendar suas origens; e Geno, que basicamente é uma espécie de Pinocchio. O mais genial, é que a motivação de todos eles, se amarram perfeitamente com narrativa, coisa que eu, sinceramente não esperava de um jogo do Mario.
Porém, um aspecto que pode decepcionar para aqueles que se atentarem muito ao lado “RPG” do jogo é a personalização e o pós-game. Já que ambos são rasos e praticamente inexistentes. Principalmente levando em conta a duração do jogo, que fica entre 10 e 12 horas.
Por fim, não posso deixar de citar que o jogo não está em português, tornando uma grande barreira de entrada para esse jogo, que depende bastante dos diálogos para a progressão e proveito da jogatina. E em um mundo onde até empresas indies são capazes de custear dublagens em alguns casos, é uma vergonha a Nintendo se quer traduzir seus jogos, para o 3º país mais relevante do mercado de games.
Mario RPG é sem dúvida um dos melhores jogos derivados que temos do nosso encanador favorito. Mas por mais que não possa ser sua proposta, acaba pecando em alguns elementos cruciais para uma experiência genuína de “RPG”.
Nota: 8.5
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