Bodies (Corpos) é uma minissérie lançada em outubro no catálogo da Netflix, e é uma adaptação da história em quadrinho da DC/Vertigo de mesmo nome lançada em 2014.
Quatro detetives em épocas diferentes se deparam com um corpo de um homem morto, nu e baleado no mesmo local em Londres.
Antes de mais nada, sendo desenvolvida como uma minissérie, a trama não enrola e vai avançando gradativamente, com cada episódio evoluindo muito bem toda a história. Abordando quatro linhas do tempo diferentes, o elenco é dividido por núcleos, e alguns funcionam melhores do que outros.
Em 1890, o detetive Hillinghead (Kyle Soller) encontra o homem morto e sua vida muda drasticamente. A investigação o leva até o repórter Henry Ashe (George Parker), e eles se apaixonam. Já em 1940, Whiteman (Jacob Fortune-Lloyd) é um policial corrupto que acaba conhecendo Esther (Chloe Raphael), com quem desenvolve uma relação de pai e filha. No presente, Hasan (Amaka Okafor) tenta proteger seu filho e também se importa com o jovem Elias Mannix (Gabriel Howell). Por fim, no futuro, Maplewood (Shira Haas) descobre quem é o homem, se aproxima dele, e tem um entendimento maior do motivo dele estar ali.
Conectando-se com todos os personagens citados acima, temos Mannix (Stephen Graham), o “vilão” da série. Abordando viagem no tempo, muitos espectadores fizeram comparações com outro grande sucesso da plataforma, o fenômeno “Dark”. De fato existem algumas semelhanças, mas as propostas não são as mesmas. Aqui, o suspense investigativo se torna o primeiro pilar do programa, com as investigações se conectando, mesmo que de maneira indireta.
Os núcleos funcionam bem, mesmo com as diferença entre eles. Os que mais gostei foram os de 1890 e do presente. Porém, separando apenas os detetives, Whiteman foi quem mais ganhou destaque em sua personalidade. Seu personagem é dúbio, e no início bem detestável. Conforme os episódios avançam, aos poucos ele vai mostrando ter ainda uma certa moralidade e consegue corrigir rumos que havia tomado no passado.
Como qualquer projeto que envolva viagem no tempo, alguns furos no roteiro acabam existindo, principalmente quando a história deseja ser complexa. Momentos que podem parecer desconexos quando finalmente sabemos o desfecho estão aqui, mas não tiram o poder da história que nos prende do início ao fim.
“Corpos” é uma grata surpresa no catálogo da Netflix e traz o frescor de ter uma história fechada, com início, meio e final bem desenvolvidos.
Nota: 8,5
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