Eu já comentei anteriormente em outras críticas de filmes originais da Netflix que é gratificante quando encontramos bons dramas dentro do vasto catálogo da empresa. Com uma política de apostar em projetos populares e em uma grande quantidade, acaba não sendo tão simples acertar na maioria dos filmes.
‘Um Dia e Meio’ é um drama/suspense sueco que conta a história de um homem desesperado que sequestra sua ex esposa e parte em busca de sua filha pequena. Porém, ao contrário do que possa parecer nessa sinopse, o longa não se resume apenas em resolver esse sequestro, e sim em contar a história de como essa família se rompeu, até o ponto de Artan (Alexej Manvelov) perder a cabeça.
Dirigido e co-protagonizado por Fares Fares, que interpreta o policial Lukas, que acompanha a família desde a negociação até o desfecho do sequestro, o filme consegue se manter “leve” mesmo diante de um tema bem sério, que ainda conta com importantes assuntos como xenofobia e intolerância.
Se passando praticamente todo durante uma viagem, as revelações vão acontecendo gradativamente. No início, parece que estamos diante de um caso de um homem buscando vingança diante de sua ex. Conforme a trama avança, entendemos que a família dela nunca o aceitou. Paralelamente a isso, Louise (Alma Pöysti) sofreu com surtos psicóticos e teve dificuldades em lidar com seu casamento e também com sua filha, enquanto Artan não esteve do seu lado nesses momentos.
Contendo algumas pequenas facilitações narrativas, que talvez ocorra devido à curta duração do filme, a direção de Fares Fares é sutil e trata com cuidado todo o desdobramento do sequestro e das questões familiares envolvidas.
‘Um Dia e Meio’ é um bom exemplar de que a Netflix pode acertar e uma ótima oportunidade de conhecermos um pouco mais sobre cinemas de outros países, como a Suécia, já que talvez uma das maiores vantagens do streaming é conseguir nos trazer essas obras, já que dificilmente iria chegar até a gente de outra maneira.
Nota: 7,5
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