Série de Star Wars retorna com bom episódio mas que não apresenta nada de realmente interessante.

O Mandaloriano inicia uma importante jornada.

Voltamos enfim para o universo de Star Wars comandado por John Favreau (Homem de Ferro, O Rei Leão) e Dave Filoni (Star Wars: Clone Wars, Star Wars Rebels), acompanhando as mais novas aventuras de Mando (Pedro Pascal) e Grogu pela galáxia. Quase três anos da última temporada (sem contar a terrível participação dos personagens na série “O Livro de Boba Fett”), temos enfim a terceira temporada de “The Mandalorian”, a primeira série live-action desse universo tão amado.

O episódio segue o que sempre vimos até agora: Mando e Grogu viajando pela galáxia resolvendo alguns problemas e reencontrando velhos conhecidos. Dois anos após o segundo ano, a nossa dupla querida está tentando se “reconciliar” com os Mandalorianos, em uma trama que envolve o Sabre Negro e Mandalore.

Logo de cara uma das coisas que mais me incomodou no episódio foi o fato do Grogu não ter absolutamente nada pra fazer. Ele serve apenas para ser fofinho e gerar uma ou outra piadinha, além de estimular as pessoas a comprarem brinquedos e funkos do personagem (então acho que o objetivo da Disney foi completo). Chega a ser broxante ver o lindo desfecho da relação dos dois no final da temporada passada ser desfeito na série do Boba Fett para virar isto.

A abertura do episódio focada nos Mandalorianos realizando um “batizado” de um jovem Mandaloriano, sendo interrompido por uma sequência de ação ótima deles lutando com um jacaré gigantesco foi realmente muito boa. Uma excelente abertura que relembra as maiores qualidades da série: direção e o alto orçamento. 

A direção do episódio fica por conta de Rick Famuyiwa (Dope: Um Deslize Perigoso, The Wood), veterano diretor que já dirigiu episódios das últimas temporadas e continua fazendo um trabalho bem sólido, com cenas de ação legais e momentos tensos. Um destaque também para o lendário diretor de fotografia Dean Cundey (Jurassic Park, Halloween: A Noite do Terror), que soube trabalhar bem com a tecnologia do volume e criar cenários que não parecem artificiais.

O episódio também traz uma vasta gama de aliens e criaturas diferentes com visuais bem variados e interessantes. É bom ver Star Wars sair do deserto e poder brincar com diferentes cenários e tipos de designs. E o nível de produção e orçamento injetado pela Disney é visível, diferente das outras produções do Disney+ que parecem completamente artificiais e baratos.

Famuyiwa traz de volta um dos elementos mais legais da série na primeira temporada: o clima de faroeste. Isso era uma das “grandes promessas” no início da série, que foi se perdendo ao longo da trama de Grogu. Toda a sequência onde eles enfrentam os piratas em frente a escola, com os ângulos de câmera focados nas suas pistolas, o silêncio, a música conduzindo tudo. Dá até saudade de ver isso aplicado (bem) em Star Wars.

Um dos momentos mais “engraçados” e estranhos é quando eles lidam com o desaparecimento de Cara Dune (Gina Carano), dizendo que a personagem não está mais na série pois foi recrutada para realizar missões especiais. Isso tudo por conta da polêmica envolvendo a atriz, que foi demitida pela Disney após uma série de postagens preconceituosas e antivax.

A mania de Star Wars em enfiar fanservice e trazer personagens mortos de volta é algo que eu nunca vou deixar de ficar irritado. Parar a trama do episódio só pra adicionar as participações do Babu Frik (e outros de sua raça) como aceno aos fãs para eles aplaudir que nem focas em um circo é sufocante. Sem falar na tentativa de trazer o droide assassino interpretado por Taika Waititi (Thor: Ragnarok, Jojo Rabbit) de volta a vida, depois do seu lindo sacrifício no fim da primeira temporada. Nada tem realmente consequência nesse universo? Nem as mortes de personagens?

Voltando a o que realmente importa, a trilha sonora de Joseph Shirley (O Livro de Boba Fett, Creed III) é um dos pontos altos do episódio, sendo empolgante quando precisa, e conduzindo o tom de cada cena. E como todo texto meu, não posso deixar de exaltar o tema principal espetacular da série do compositor Ludwig Göransson (Pantera Negra, Tenet), que não podia deixar de marcar presença aqui.

O final conta com o reencontro de Mando com Bo-Katan, personagem interpretada por Katee Sackhof (Battlestar Galactica, O Espelho). Aqui eles discutem um pouco sobre Mandalore, o Sabre Negro e uma tentativa de retornar o planeta, que foi quase destruído e jogado as traças pelo império. E terminamos com um gancho indicando o retorno de Mando para o planeta.

Embora tenha suas qualidades e mantenha aquele espírito bacana do primeiro ano, o começo da temporada foi bem morno e até esquecível. Não chega a ser um desastre como as últimas séries de Star Wars (exceto Andor!) ou moldar um caminho duvidoso como a 2ª Temporada, apresentando um futuro promissor e explorar algo realmente interessante da franquia, mas falta aquele tempero no roteiro para dar um sabor mais gostoso no produto final. 

Nota: 6.5

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