Como Walt Disney uma vez antes falou “O riso é eterno, a imaginação não tem idade, os sonhos são para sempre” frase popular do idealizador de várias obras animadas que alegraram várias crianças - e adultos - pelo mundo com a Walt Disney Animation Studios, lançaram inúmeras animações ao longo dos anos até os dias de hoje, mas tudo que era um mar de rosas quase acabou um dia, até que praticamente saíram das cinzas de maneira inesperada. Na lista de hoje irei falar um pouco sobre as várias eras de filmes animados que a Disney já passou, desde as malfadadas até as mais reconhecidas, aproveitem.


A Era de Ouro (1938-1942)


A Era de Ouro dos estúdios Disney veio com a mudança de curtas animados aos longas-metragens. Com as arrecadações de seus curtas Silly Symphonies com histórias malucas e extravagantes, decidiram abrir caminho para um novo começo no ramo de filmes animados completos de Technicolor de uma hora e meia a uma hora. Os curtas foram diminuindo com o foco de produções e ideias das várias obras que poderiam adaptar para os cinemas, desde contos de fadas a contos populares e histórias originais, o primeiro longa dessa era foi Branca de Neve e os Sete Anões (1937) um dos seus filmes mais clássicos que existe, é lembrado até hoje como um marco, principalmente pela forma que foi animada, com desenhos a mão e tridimensionalidade, foi uma era de inovações com muitas danças e cantorias para a empresa, mesmo sendo curiosamente uma era que pouco ganharam em faturamento com suas animações. O último filme desse período foi Bambi.

A Era da Guerra (1943-1949)


Essa não poderia ter um título melhor definido, se passando em tempos que a Segunda Guerra Mundial estourou, e devido a entrada dos EUA a nesse conflito, muitos animadores dos estúdios Disney foram convocados, além da Disney ter que fazer curtas como propagandas de guerra/políticas para os combatentes em bases e também para o cinema quase como uma obrigação. Devido a isso muitos dos projetos animados em desenvolvimento foram paralisados e com grande redução de orçamento de produção, só restou fazer curtas animados de baixo orçamento para os cinemas com uma série de antologias. Esses filmes conhecidos como filmes pacotes foram feitos com várias animações lúdicas até as mais insanas, curtas com uma comédia escrachada, curtas musicais, e até mesmo de parceria política entre países latinos, com os curtas Você já foi à Bahia? e Alô Amigos, apresentando o carismático mascote brasileiro Zé Carioca. O último filme pacote (e o mais reconhecido dessa era) foi As Aventuras de Ichabod e Sr Sapo, dois curtas baseados em contos que teve um viés mais sombria para os padrões Disney.

A Era De Prata (1950-1967)


Conhecida também como a Era da Restauração ou Pós-guerra, uma era de muitos altos animados onde a Disney pode retornar a produções de grandes orçamentos e de duração maior, regressando aos famosos contos de fadas e literários que os tornaram famosos, o primeiro filme desse período foi Cinderela (1951), que já ditava o que os envolvidos estavam procurando daqui para frente, fundos e cores vibrantes, usadas para os filmes desse período trazendo a sensação mais mágica que poderiam fazer. Os filmes ainda mantinham custos relativamente baixos, com foco em mais lançamentos animados em espaços curtos de tempo, mas também traziam foco em narrativas e histórias clássicas que com certeza seus avôs na época conheceram, Peter Pan, Alice no País das Maravilhas, A Dama e o Vagabundo e 101 Dalmatas. Além do descobrimento de novos métodos animados, como a técnica de Xerox fotográfica. O último filme dessa era foi Mogli: O menino lobo (1967) em meados dos anos 60 ficaram marcados por acontecimentos que iam abalar o departamento da empresa, incluindo, a morte de Walt Disney.

A Era das Trevas (1970-1988)


Seguindo após a morte de Disney, foi uma época turbulenta para a empresa, no qual se via em tentativas constantes de manter a boa e velha magia que as animações tinham, mudando o cenário de contos de fadas para tramas novas e inventivas, adotando um teor mais sombrio para as animações. Começando até empolgados com as grandes possibilidades das produções futuras irem bem, adicionando um alto custo em boa parte das obras, sendo possibilitado pela xerografia, técnica imensamente barata. Infelizmente boa parte das produções foram fracassos comerciais, tanto de bilheteria quanto de crítica, as animações tinham boas intenções mas com o aceleramento das produções e seus altos custos, basicamente utilizando cenas repetecos e erros de animação a rodo, isso ficou caro, muito caro para a empresa do Mickey. Um dos maiores fracassos da casa foi O Caldeirão Mágico, que praticamente faliu a empresa, se não fosse as Peripécias do Ratinho Detetive, vindo salvar o dia, ironicamente, um rato, mesmo não sendo um grande sucesso de bilheteria, deu uma guinada boa para continuarem. O último filme dessa leva foi Oliver e sua Turma, o fim pode ter sido de grande perda capital e até mesmo esquecível, mas o que viria a seguir, pois a Disney em um patamar que dificilmente irá recuperar.
A Era do Renascimento (1989-1999)

Voltando às raízes que adaptavam contos de fadas clássicos para os filmes Disney. Os métodos de animação voltaram a ser como eram na idade de Bronze, mas agora, adicionando cenas em computação gráfica e voltando a estrutura de histórias simples, adaptações, e muitas canções, já que a proposta principal dessa época eram fazer filmes animados simples com músicas estilo Broadway, algo que ficou marcante no imaginário de muitos. A primeira animação lançada nesse período foi A Pequena Sereia (1989) que causou um boom gigante até então empolgante para os envolvidos da empresa que estavam sequer esperando por algo assim, caminhando com boas pernas passando do esquecido (injustamente) Bernardo e Bianca na Terra dos Cangurus, até a trilogia suprema com A Bela ea Fera, Aladdin e o master peça O Rei Leão, que juntos trouxeram imensos prémios (incluindo oscar de Melhor Filme para a Bela ea Fera). Animações icônicas com canções marcantes (a música do Scar, A noite da Arabia, o Ciclo sem fim, Fogo do Inferno, dá até um arrepio) com personagens lembrados com carinho por todos, foi uma era que a Disney se viu em tamanho prestígio de suas obras, além de abraçar muitas inovações narrativas trazendo mais complexidade e diversidade. O último filme lançado, foi o excelente Tarzan (1999), marcando infelizmente o fim desse belo recomeço para a casa. A Era pós-renascentista (2000-2009)

Sem dúvidas a era que a Disney mais experimentou de todas, com o avanço da tecnologia com empresas como a Pixar e Dreamworks indo para as áreas de animações completamente em computação gráfica, mesmo que ainda tentaram resistir no começo da era. Saindo dos contos de fadas de novo e indo para histórias familiares, de amadurecimento e em busca de identidade próprias, com leves toques de aventuras de ação e bastante comédia pastelão (influência de besteiróis da época), como o caso de A Nova Onda do Imperador (2001), além de abordar muitos gêneros em febre na época. Essa era ficou marcada não só pela inovação tecnológica, como também filmes que não foram lá muito bem de bilheteria, pela falta de impacto e apelo comercial inferior a era anterior, com raras exceções, hoje lembradas com carinho, como Lilo & Stitch, Planeta do Tesouro, Irmão Urso, O Galinho Chicken Little e Família do Futuro.
O último a ser lançado nesta era foi Bolt: o Supercão.

A Era do Retorno (2009-2019)


A Disney vendo as críticas da Era do Pós, foi então que a casa decidiu se mover, e voltamos a ter histórias de princesas com a Princesa e o Sapo (2009) indo a Enrolados, outro grande sucesso contando a história de Rapunzel e aperfeiçoando estilo animado de CGI (com cabelos de cada fio uma renderização diferente e magistral), que trouxe protagonistas falhas e determinadas, que não é só a espera de um príncipe encantado, mas tudo foi fichinha até a chegada de Frozen, com Elsa e Anna, até Moana, que decidiu daqui em diante, o que era atualizar uma história de princesa, com personagens fortes e praticamente heroínas de suas tramas, com drama e aventura. Essa era trouxe também ótimas animações, como a surpresa Detona Ralph, Operação Big Hero (parceria com a Marvel) e Zootopia.

O último dessa era foi Frozen 2 (2019)

A Era do pós-retorno (2021-)


Com a pandemia do Covid-19, que assombrou metade do mundo, muitas empresas adiaram suas produções, movendo as para anos posteriores, com o cinema hoje não sendo mais uma opção mas também com os lançamentos por streaming sendo uma solução (embora não favorável em arrecadações) A Disney lançou Raya e o Último Dragão (2021) para streaming e foi o primeiro filme dessa era. Basicamente esta sendo uma era controversa para a casa, já que agora estão seguindo a risca o que as redes sociais mais querem que tenha em filmes atuais, tendências, ouvindo praticamente os “fãs” da casa, trazendo ainda mais diversidade para os filmes, junto novamente das boas cantorias, e eu sei, que talvez essa não seja considerada uma “era” propriamente dita, nem oficializada por ninguém, mas, sendo franco, as mudanças que ocorreram em relação à anterior, dificil manter no mesmo quadrado. Com apenas três filmes lançados, sendo mais bem sucedido até então, Encanto (2021) que trouxe um pouco da era do Retorno consigo, e Mundo Estranho, promissora ideia e execução fracassada, e foi um fracasso imenso. A empresa está vivendo um impasse grande atualmente nos seus corredores, não sei como será no futuro, mas esperemos que Desejo, novo filme trazendo uma nova princesa pro estudio, consiga dar uma direção para os filmes animados deles para um futuro não muito promissor, ainda.


Espero imensamente que tenham gostado, e não deixem de comentar o que acharam da lista.

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