Mulher-Hulk chega ao seu ápice em um episódio divertido e que explora o amadurecimento de Jen Walters enquanto super-heroína.


🚨 AVISO = O conteúdo a seguir têm spoilers do episódio🚨

Antes de continuar, conheça a UOL Play e tenha acesso a filmes, séries e múltiplos canais por assinatura da TV Fechada. Assista ainda hoje O Conto da Aia, De Férias com o Ex, ICarly e muito mais clicando aqui.

É quinta-feira, é dia de Mulher-Hulk! E a nova produção sob o selo da Marvel Studios entrega um perfeito balanceamento entre a comédia, coadjuvantes, a advocacia e, sobretudo, o desenvolvimento de sua protagonista. E, claro, marca a aguardada estreia de Matthew Murdock (Charlie Cox), também conhecido como Demolidor, na série. 


O novo episódio começa com uma breve introdução do Homem-Sapo, alter ego de Eugene Patilio, que já vinha causando certo burburinho desde sua (breve) aparição no trailer oficial. O personagem, como era de se esperar, abraça o ridículo - e não tem nada necessariamente de errado nisso. Ele é o fio condutor para o desenrolar do caso da semana: por conta de problemas no seu uniforme, Eugene entra com uma ação indenizatória contra Luke Jacobson, o especialista em supertrajes que apareceu no episódio 5. Representado pela Mulher-Hulk, agora temos o aguardado embate dela contra Matthew Murdock nos tribunais, visto que é justamente o Homem Sem Medo o advogado de Luke. 



Desde o início da série, esse é o episódio que melhor explora o âmbito jurídico do show sem soar forçado ou enfadonho. Mérito, sobretudo, da atuação de Charlie Cox e a incrível Tatiana Maslany. É de colocar um sorriso no rosto quando Matthew e Jen começam a debater entre si para defender seus respectivos clientes.


Na verdade, a interação entre os dois atores é o ponto alto do episódio: é simples, direta e naturalmente cômica e envolvente. Os diálogos entre ambos flui de uma maneira deliciosa de se assistir e é interessante a camada mais otimista que o Demolidor de Cox apresenta aqui e que, de certa forma, inspira Jen a experimentar seu lado heroico também.


Muito se comentou sobre a participação do Demolidor na série, tendo em vista que seria bem maior do que o cameo que o personagem teve em Homem-Aranha: Longe de Casa (2021) e permitiria um vislumbre melhor de como seria a personalidade do Homem Sem Medo no MCU. Particularmente, essa adaptação do personagem para um seriado de comédia funcionou muito bem: ele não chega nem perto de ser um completo palhaço, com piadas fora de hora, como temiam alguns. O humor aqui é bastante pontual e dosado.



Mais tarde, quando o Homem-Sapo prova não ser assim tão heróico e sequestra Luke, Demolidor e Mulher Hulk precisam unir forças. E ainda bem, porque rende mais alguns minutos de um duo que se mostrou com uma química inegável e que faz você ansiar por mais. Durante o confronto, as sequências de ação com o Demolidor são até bem coreografadas, mas cheia de cortes que impedem uma verdadeira imersão, enquanto as da Mulher-Hulk se resumem a pequenos frames por conta das limitações orçamentárias. Uma pena, é claro. 


Quando chegamos aos minutos finais, é digna de nota como a produção usa da quebra da quarta parede para inserir um clima de suspense sobre o que viria a seguir, especialmente após o desfecho aprazível da trama com Murdock. Por fim, é revelada parte dos planos por trás da Inteligência. É revoltante a maneira como eles utilizam justamente da humanidade de Jen para denegrir sua imagem, atacando sua reputação por hábitos considerados tão comuns se partissem do lado oposto da moeda. E apesar da Inteligência funcionar dentro da proposta da série, a impressão que fica, com base no que foi mostrado até aqui, é de que trata-se de mais um grupo de vilões completamente genéricos e esquecíveis e que não representam uma verdadeira ameaça física a um Hulk.



E não vamos chover no molhado: nessa altura do campeonato, em nada adianta reclamar do CGI da produção. Desde a sua primeira prévia, She- Hulk: Attorney at Law (no original) nunca prometeu ser um espetáculo visual. Na verdade, o seu grande diferencial em relação aos outros produtos da Marvel é justamente sua simplicidade e, ainda mais, sua humanidade. Vingadores: Ultimato foi um marco para os filmes baseados em quadrinhos, é fato, mas, honestamente, sinto que acostumou mal o grande público: a cada nova produção, parecem esperar o mesmo nível de magnitude de um filme dos Heróis Mais Poderosos da Terra e acabam se decepcionando porque, pasmem, não é esse o objetivo de todas as produções lançadas. 


Em suma, é imprescindível ressaltar que esse foi o melhor episódio do programa até então por conta de sua leveza, humor equilibrado e a capacidade de trabalhar tão bem e em poucos minutos as nuances de Matthew Murdock e, principalmente, Jen Walters. Queremos um pouco mais disso, por favor! 


Nota: 9/10


Post a Comment

Postagem Anterior Próxima Postagem