Filme entrega uma grande reviravolta, mas peca pela inconsistência.
Em 2009 era lançado um dos grandes filmes de terror/suspense da época, que certamente nos ajudaria a entender o conceito de plot twist (reviravolta).
A Órfã surpreendeu ao público quando nos levou a descobrir que a pequena Esther era na verdade uma adulta que sofria de uma condição rara que a fazia ter a aparência de uma criança. Além disso, descobrimos que aquela mulher estava disposta a matar a família que a acolheu, sem hesitar.
Muitos anos se passaram desde então e chega aos cinemas brasileiros o filme prequela desse grande sucesso. E pasmem, pois a atriz que na época era uma criança, Isabelle Fuhrman, hoje retorna à trama como a MESMA personagem.
O longa Órfã 2: A Origem (Orphan: First Kill) é dirigido por William Brent Bell. Seu roteiro fica por conta de David Coggeshall e é baseado em uma história de David Leslie Johnson-McGoldrick e Alex Mace. O filme teve sua estreia no Brasil no dia 15 de setembro.
Dessa vez iniciamos a história conhecendo o hospital psiquiátrico onde Leena Klammer, que posteriormente assume a identidade de Esther, estava internada. Lá, finalmente temos detalhes acerca do hipopituitarismo, o raro distúrbio que a acomete e sobre o quão perigosa é essa mulher. Não demora até Leena conseguir escapar da instituição e se preparar para colocar em ação mais um plano diabólico.
A psicopata faz uma busca em anúncios de crianças perdidas e neles encontra uma família cuja filha tem traços semelhantes aos dela e está desaparecida a alguns anos. Ali ela encontra o timing perfeito para aparecer e se inserir usando sua mais nova identidade.
Esse filme, ao contrário de seu antecessor, não economiza nas mortes, muito pelo contrário. Temos uma alta taxa de mortalidade aqui, digna mesmo de um slasher. Uma pena que boa parte delas não surpreende e dá a impressão de excesso e amadorismo.
Um dos grandes desafios do filme sem dúvida foi deixar Isabelle Fuhrman, hoje uma adulta, com a aparência infantil e baixa estatura. Entre as várias técnicas utilizadas para isso, temos várias sequências de costas com o uso de dublês infantis (cenas essas que nem sempre agradam), um pouco de CGI e maquiagem. Sabendo melhor da forma de nanismo dela, percebe-se que esse filme na verdade fica bem mais plausível do que seu antecessor no que diz respeito a aparência da personagem. No entanto, pensar que alguém realmente acreditaria que ela é uma criança é bem menos crível nesse filme.
Uma adição valiosa ao elenco é a da personagem interpretada por Julia Stiles, conhecida pelo sucesso 10 Coisas que Eu Odeio em Você (1999). Temos desde a mãe passional, até uma mãe fria e brutal. Com ela temos a grande reviravolta da história, que confesso que não fica atrás da apresentada no filme de 2009. Uma pena que a partir daí o filme que até então traçava um caminho ao menos sólido, degringola.
A sensação aqui é de uma excelente oportunidade perdida. A segunda metade de Órfã 2: A Origem ainda que com um ritmo crescente, coleciona situações forçadas e muitos furos e conveniências de roteiro, especialmente ligados à grande reviravolta. E o final é tão brega que chega a colocar por terra as boas escolhas da trama.
Pra quem procura um slasher, sangue não falta. Pra quem quer algo mais, aqui temos um banho de sangue acompanhado de inconsistência. Talvez tivesse sido melhor não reviver essa fabulosa personagem.
Nota: 5,5
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