Arnold Schwarzenegger em seu auge com um dos alienígenas mais icônicos do cinema.


Sinopse: Um grupo de soldados especiais americanos liderados pelo Major Alan "Dutch" Schaefer (Arnold Schwarzenegger) é enviado a uma selva na América Central para resgatar um ministro estrangeiro e funcionários do governo que estão sendo mantidos reféns por guerrilheiros. A missão é cumprida, mas o que Dutch e seus homens não sabem é que algo além dos guerrilheiros os espreita na floresta.

Arnold Schwarzenegger foi um dos maiores astros de ação dos anos 80 e 90, contando com uma longa lista de filmes marcantes dentre os quais encontra-se O Predador. Atualmente, a franquia foi exaustivamente usada pelos estúdios de Hollywood, ganhando sequências e crossovers bem duvidosos, mas é inegável que o primeiro filme funciona bem por sua simplicidade e tensão bem construída. O diretor John McTiernan sabe o que deseja fazer com a trama e os personagens, investindo numa obra que mistura ficção científica, suspense, temáticas de sobrevivência e guerra.

O roteiro de Jim e John Thomas não enrola e logo nos primeiros minutos de projeção, diz tudo o que o público deve saber sobre aqueles soldados e a missão deles ali. Dessa forma, poupa tempo de explicações tediosas e vai logo para a parte da ação. Num primeiro momento, parece que estamos assistindo a um filme de guerra, porém por mais que isso seja verdade em partes, também estamos assistindo uma obra dotada de um forte teor de suspense com algumas pinceladas de horror. Tudo o que envolve a figura do Predador é extremamente misterioso até o terceiro ato, logo os militares passam o filme tentando sobreviver a esse caçador enquanto pensam em jeitos de se livrar do alienígena.

Não seria exagero dizer que esse é um dos poucos filmes nos quais os personagens não são “emburrecidos" a fim de que o roteiro os coloque em situações logicamente improváveis. Aqui há uma lógica por trás de cada ação do grupo que usa estratégias de combate críveis e armadilhas bem elaboradas. Também é de se tirar o chapéu para a criatividade tanto da direção quanto do roteiro por conseguir fazer com que um vulto transparente fosse tão ameaçador. Existe um tensão palpável em cada cena pelo medo do desconhecido e McTiernan soube usar isso para criar um clima de paranóia entre os soldados com cada um tendo suas motivações e reservas a respeito do que pode estar à espreita.


Os personagens não tem um desenvolvimento em termos dramáticos, no entanto, algo claro sobre todos eles é que morreriam pelo serviço e isso facilita que certas decisões mais impulsivas sejam tomadas sem que haja uma sensação de descolamento. Por exemplo, quando começam a sofrer nas mãos do alienígena, é nítido que cada morte é sentida à sua maneira, pois todos têm uma história juntos e há um respeito mútuo entre eles independente das patentes que ocupam. Logo, é mais do que compreensível quando alguns deles tomam decisões estúpidas porque estão com ódio e querem vingança contra a coisa que os persegue.

A direção de John McTiernan é eficiente nas cenas de ação, pois sabe dar um ar violento para os combates, mas sem apelar para movimentos excessivamente coreografados. As lutas são feitas de maneira prática com cenários reais e explosivos dando um ar mais realista para aquele ambiente. O pouco uso de computação gráfica é bem feito para a época e não tira a imersão da história. Um detalhe interessante é o fato de que o longa sabe quando deve chocar ou deixar as coisas de forma sugestiva. Nos combates, existem o que são mais gráficos e os mais sugestivos cuja a morte é apenas sugerida, mas não vemos o ato acontecer de fato. Isso deixa as cenas com um suspense ainda maior, pois nunca se sabe de onde surgirá a próxima ameaça.

Outro fator que ajuda na construção de tensão é a trilha sonora de Alan Silvestri, o tema musical é um dos mais sinistros já compostos e sempre que tocado eleva a adrenalina das cenas. Os demais aspectos técnicos como fotografia, figurino e design de produção são legais, porém o maior trunfo foi o da maquiagem. Quando o visual do Predador é finalmente revelado, é um momento que encanta e assusta tanto pela criatividade quanto pelo trabalho no uso das próteses e demais adereços.

Por fim, é nítido que a grande estrela do filme é Arnold Schwarzenegger, porém quase todos os membros do esquadrão tiveram os seus momentos de brilho, inclusive a fisicalidade dos atores impressiona, pois há os equipamentos pesados e vários desafios que exigem um grande esforço físico. Além de Arnold, o filme traz outras estrelas de ação como Carl Weathers, Jesse Ventura e Bill Duke, todos bens em seus papéis.

O Predador é ação de qualidade e mostra que os clássicos não devem ser subestimados.

Nota: 8,0

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