Depois de quatro filmes e dez horas de conteúdo, finalmente foi lançado o último filme da franquia Transformers dirigido por Michael Bay. E é claro que não podia haver um resultado diferente do que vimos. A cada filme há uma escalada no escopo e cada vez mais os exageros e excentricidades do Bay tomam conta. No final eu não sei se o filme é sobre duas facções de uma raça de robôs alienígenas em guerra ou mais uma vez o Bay realizando sua fantasia de explosões e destruição combinado com seu amor às forças armadas estadunidenses e sua direção comercial.
Depois de quatro filmes, entendi que o truque é não esperar que eu vá entender algo. São vários conceitos jogados ao vento ao longo de suas duas horas e meia, que ou são explicados de forma rasa ou não são desenvolvidos. Eu sempre presto atenção aos diálogos obviamente e mesmo com toda a exposição faltou bastante pra que eu pudesse compreender algumas partes. Não que o filme seja complexo, mas como eu disse, pouca coisa é explicada e desenvolvida devidamente.
No filme já começamos com uma reinterpretação das lendas arturianas, com um Merlin bêbado que seu uniu aos Cavaleiros Cybertronianos e usou de sua tecnologia e a disfarçou como magia. Essa é a parte simples, depois temos tramas com o Megatron, a criadora do Optimus Prime, uma ordem cujo objetivo é manter a existência dos Transformers em segredo que contou com Leonardo DaVinci e William Shakespeare em seu vasto hall de membros, um talismã e um cajado, e mais mil coisas que eu devo ter esquecido. Esse filme mesmo tendo uma duração menor do que a de seus antecessores, não deixa de ser inchado e superlotado de ideias.
Como em todos os filmes anteriores, todos os personagens tem motivações que não são exploradas direito e que não possuem personalidade. Sejam os humanos ou os Transformers, eu não consigo sentir nada por eles. Não há nenhum arco competente, nenhuma construção de personagem digna, mas há sempre tempo para as piadas recorrentes nessa franquia. Optimus Prime se torna um “vilão” e no final porque você deveria se importar? Ele aparece nos dez minutos iniciais e só retorna no terceiro ato, e mal desenvolvem essa mudança de caráter, mesmo que ele tenha sido controlado mentalmente. E seu retorno ao lado dos mocinhos é tão repentino e sem nexo que a minha única reação foi rir.
Transformers: O Último Cavaleiro é mais um filme falho, e se tivermos sorte será o último, repleto dos mesmos erros vistos anteriormente. Bay chega ao seu ápice na franquia com a sequência final dos Autobots lutando contra Quintessa. O filme também apresentas alguns erros toscos como as constantes mudanças da proporção de tela mesmo entre duas tomadas. Pelo menos o filme consegue divertir, ainda mais com a presença de um Merlin bêbado interpretado pelo Stanley Tucci e com o Anthony Hopkins interpretando talvez um dos poucos personagens interessantes do filme, mesmo que isso não signifique muito. Fora isso, esse é mais um filme consideravelmente ruim da franquia.
Nota: 3
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