Filme dirigido por Paul Anderson adapta o famoso jogo de luta de maneira básica e simples com direito a algumas caracterizações decentes, porém longe de ser perfeito e com diversos problemas de roteiro.

Após o sucesso do primeiro jogo da franquia “Mortal Kombat” em 1992, não levou muitos anos para que fosse feita uma adaptação cinematográfica. Apesar dos filmes inspirados em jogos possuírem má reputação em sua qualidade, a película foi considerada como uma das menos ruins no gênero. Na trama, após saber da morte de seu irmão, Liu Kang (interpretado por Robin Shou) parte para se vingar do feiticeiro Shang Tsung (interpretado por Cary Hiroyuki Tagawa), ao lado de Johnny Cage (interpretado por Linden Ashby) e Sonya Blade (interpretada por Bridgette Wilson) enquanto são instruídos por Raiden, o deus do trovão (interpretado por Christopher Lambert) em um torneio que irá definir o destino da Terra.

Primeiramente, devido ao fato dos jogos serem conhecidos por sua violência, é importante apontar que o filme já comete um grande erro ao ter uma classificação indicativa para menores de 12 anos, assim impedindo que as famosas fatalities do jogo sejam bem adaptadas. Também há a questão de seus efeitos de computação gráfica não serem de boa qualidade, o que de se esperar de uma película de baixo orçamento da década de 90. Todos os atores (até mesmo os intérpretes dos melhores personagens no filme) possuem pelo menos um momento vergonhoso em sua atuação que podem até gerar cenas de humor não intencionais. O filme também possui sério furos de roteiro a respeito do  propósito de alguns personagens e de como outros chegaram em certas localizações.

Apesar de algumas cenas de ação serem divertidas e bem coreografadas com direito aos golpes especiais dos personagens nos jogos (tais como Liu Kang vs Reptile e Johnny Cage vs Scorpion), o filme sofre com alguns notáveis  problemas de edição. A ilha onde ocorre o torneio até possui um design de produção decente, porém nada impressionante.


A respeito das caracterizações dos personagens, elas são decentes em geral, porém o grande destaque vai para o intérprete de Shang Tsung que só não aparenta se divertir no papel como também entrega a melhor performance no filme (apesar de ter poucas falas que foram executadas de maneira forçada) entregando uma versão do clássico vilão da franquia que seria visto com bons olhos pelos fãs dos jogos e futuramente receberia um retorno triunfal em futuras instalações da série.

A abordagem de Raiden é um tanto quanto questionável, apesar de possuir diálogos condizentes com falas que o deus do trovão diria, o resto fica bem aquém de sua personalidade, como por exemplo rir depois de mencionar que o destino de bilhões de pessoas estão nas mãos dos protagonistas, além disso, o propósito do personagem no filme é reduzido apenas para dar exposição. Scorpion e Sub Zero, sendo os personagens mais icônicos da franquia não possuem nenhuma personalidade nessa adaptação e sequer podem ser chamados de personagens. Os intérpretes de Liu Kang e Johnny Cage até incorporam bem seus personagens com direito a alguns alívios cômicos decentes. Sonya Blade, apesar de sua intérprete entregar uma performance fraca, começa prometendo uma versão fiel da soldada das forças especiais, porém, além de ter a menor quantidade de cenas de luta entre os protagonistas, ainda é reduzida de forma patética a uma donzela em perigo que necessita de salvação no final, o que é um desrespeito a imagem da personagem.

Apesar de divertir e possuir elementos positivos e adaptar bem o conceito básico do jogo cujo o qual foi inspirado, Mortal Kombat (1995) é uma adaptação bastante limitada que aparenta não ter envelhecido bem com o tempo.

Nota: 5

Publicado por: Arthur R. Vale.

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