Um filme que apresenta cadáveres dançantes, uma mão que ganha vida própria e objetos que dão gargalhadas não pode ser considerado ruim. A sequência de The Evil Dead, que também pode ser considerado um remake, é mais espirituosa, mais cativante, possui uma personalidade forte que está presente no filme todo, e sua excentricidade é o que a faz ser tão especial e melhor que seu antecessor. Durante todo o filme eu sentia que Raimi estava sob o efeito de alucinógenos enquanto escrevia o roteiro e quando estava dirigindo de tão excessivo que o longa é. A trama aqui é igual à do primeiro filme, vemos Ash em mais uma noite infernal na qual ele tem que enfrentar espíritos malignos que foram invocados pelo Necronomicon. O principal fator para considerarem Evil Dead II como um remake é que muito do que estava presente no primeiro filme está aqui, só que desta vez Sam Raimi tem um orçamento consideravelmente maior, então ele refaz o primeiro Evil Dead, mas dessa vez extrapolando o que foi feito antes e com uma execução diferente, uma mais focada na parte cômica.
Aqui Raimi une dois radicais, os gêneros terror e comédia, não que isso seja algo novo ou inovador, mas ele faz com que momentos que de primeira parecem que estão mais no espectro do terror, que deveriam te assustar, e os torna engraçados por causa da execução, seja pelas gags visuais, influenciados pelo humor dos The Three Stoges, ou o quão absurdo e exagerado as cenas são, principalmente por causa da violência e do gore. Raimi também muda constantemente o tom durante o filme, e isso sem quebrar o momento ou fazer com que uma cena pareça deslocada do resto do longa, e todas essas mudanças se adequam com as situações em que são colocadas, o que torna esse filme tão divertido de se assistir já que ele sempre te surpreende e o faz de forma satisfatória. É praticamente uma montanha-russa, mas Raimi também sabe quando parar e deixar o espectador respirar, não deixando o filme se tornar cansativo.
Não há por que se preocupar tanto com estrutura narrativa quando se tem a performance carismática e variada de Bruce Campbell carregada de estereótipos de heróis de filmes de ação dos anos 80 e que se entrega a comédia física. Evil Dead II é eufórico e possui uma energia caótica que faz o longa ser simplesmente muito divertido de se assistir. O amor de Raimi pelos filmes B é o que torna este filme tão único. No final, Evil Dead II é a interpretação de Raimi sobre o apelo dos filmes B e sua celebração deles, e ao satirizá-los, Raimi faz um filme memorável.
Nota: 10
Publicado por: Sam.
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