The Promised Neverland (ou Yakusoku no Neverland) é um mangá publicado na revista Weekly Shounen Jump, escrito por Kaiu Shirai e desenhado por Posuka Demizu. O mangá que começou a ser publicado em 2016 chegou ao fim no ultimo Domingo (14/07/2020), e conta com 181 capítulos e 20 volumes publicados no Japão, além de ter ganhado uma adaptação para anime em 2019, e com uma segunda temporada engatilhada para 2021. Atualmente o mangá é publicado no Brasil pela editora Panini Comics.


O mangá segue a história de Emma, uma garota de 11 anos que vive no Grace Field House, um orfanato isolado no meio de uma floresta e rodeado por uma muralha de concreto. Nesse orfanato vivem também dezenas de crianças, que recebem os cuidados de Isabella, uma mulher forte, delicada e amável. As crianças passam diariamente por testes e provas extremas para provarem suas capacidades intelectuais, além de brincarem e se divertirem. Contudo, quando a criança completa 12 anos, ela é adotada e mandada embora da casa. A história muda por completo quando Emma e Norman (um de seus melhores amigos da casa) descobrem o terrível segredo por trás do orfanato.

The Promised Neverland é uma série que começou com um potencial gigantesco, fazendo muito barulho e chamando a atenção de todos, principalmente pelo seu primeiro capitulo maestral. A narrativa e a forma que a autora constrói calmamente o clima alegre e suspeito do orfanato, mostra a amizade das crianças e termina com o choque da revelação que aquele orfanato é apenas uma fazenda de carne humana de qualidade para demônios é simplesmente impossível de não fisgar os leitores. Infelizmente, todo o potencial que Neverland tinha no começo, foi jogado no esgoto.


O primeiro arco focado na fuga do Grace Field House é bem interessante, mesmo com algumas forçadas, o arco funciona muito bem. A construção do trio principal (Emma, Norman e o misterioso e pouco confiável Ray), junto com sua antagonista Isabella é muito bem feita. A forma q o trio tem que agir sem levantar suspeitas, entender como funciona o “orfanato” por trás das aparências e ainda usar as máscaras de crianças indefessas funciona muito bem.

Os problemas começam a partir do segundo arco, onde a autora perde a mão em meio a tantos personagens e ao desenvolver o mundo fora do orfanato. Dentre as 20 crianças que conseguem fugir, apenas 5 tem importância e o mínimo desenvolvimento, fazendo o resto o resto dos personagens totalmente inúteis e sem qualquer vinculo com o leitor. As tramas seguintes são totalmente desinteressantes também, acompanhadas de twists previsíveis e explicações totalmente sem graças e óbvios. Outro detalhe que desfavorece a obra é a arte, que embora funcione muito bem para os designs grotescos dos demônios e nas capas coloridas, é geralmente muito ruim e confusa.


O desfecho da obra é extremamente confuso e mal planejado também. Repleto de Deus ex machinas (com direito a fantasminha de personagens que morreram indicando o caminho para os personagens) e uma tentativa miserável de dar um tema central para a obra (destino e se somos realmente escravos dele ou podemos moldar ele), The Promised Neverland se consagra como uma das obras recentes da Jump com maior potencial desperdiçado.

Nota: 4

Publicado por: Charlie Brown.

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