Clássico dos anos 80 diverte, porém alguns aspectos dele envelheceram um pouco mal.


Sinopse: Os irmãos adolescentes Michael e Sam se mudam com a sua mãe para uma pequena cidade no norte da Califórnia. Enquanto o jovem Sam encontra novos amigos com interesses semelhantes, o angustiado Michael acaba se apaixonando por Star, que está envolvida com David, o líder de uma gangue local de vampiros.

Os Garotos Perdidos se tornou referência quando se trata de filmes envolvendo vampiros, sua abordagem juvenil para o tema trouxe um frescor ao gênero na época. Dirigido por Joel Schumacher, o filme conta a história dos irmãos Michael e Sam que estão de mudança para Santa Carla após o divórcio de seus pais. A trama tem início quando Michael se interessa por uma linda jovem, porém ele não tem noção do quanto os amigos dela podem ser perigosos.

Em primeiro lugar, vale ressaltar o bom elenco do filme, é um dos grandes trunfos da obra, pois o roteiro em si tem elementos problemáticos. Os irmãos interpretados por Jason Patric e Corey Haim são a porta de entrada do espectador para os acontecimentos chaves da história. Enquanto Michael tem uma tendência mais impulsiva, Sam é o tipo garoto nerd que curte histórias em quadrinhos e boa música. O destaque no núcleo dos vampiros fios por conta de David interpretado por Keith Sutherland numa performance que exala carisma, mas que há um quê de perigoso no personagem.


Por mais que o elenco seja bom, não é o suficiente para cobrir as muitas falhas de roteiro da obra. O ritmo da trama é extremamente apressado, dando a sensação de que tudo acontece em menos tempo do que deveria. Esse fato desencadeia um sério problema na construção de sentido para algumas das relações apresentadas tais como as de Michael e Star. Toda a construção desse romance é muito porca, pois não passa de uma mera atração física, mas para efeito dramático, os roteiristas tentam forçar que um gosta do outro sendo que mau trocam dez palavras em cada cena em que estão juntos. O mesmo pode ser dito da relação de Lucy (mãe dos irmãos) com o Max.

Outro problema no roteiro é a falta de uma explicação mais aprofundada para como os irmãos Frog sabem de toda a história de vampiros envolvendo a cidade. Esse aspecto enfraquece a trama, pois fica tudo muito jogado ao acaso e não recebe um tratamento decente por parte dos roteiristas. Apesar disso, há pontos positivos no roteiro. A ideia de misturar o tema dos vampiros com o fervor da juventude oitentista foi muito acertada e gera cenas muito bonitas visualmente tais como na ponte do trem. A maquiagem usada para dar vida ao visual vampiresco da gangue é eficiente ao realçar o caos e rebeldia da juventude misturado à um toque mais animalesco gerando uma das cenas mais bonitas do filme no segundo ato.

Por fim, é notável que a direção de Joel Schumacher mantém um bom controle das cenas e aposta em ângulos distintos para estimular sensações nos espectadores. Nas cenas da caverna, por exemplo, a câmera fica mais próxima dos personagens para passar a sensação de sufocamento e perigo, enquanto que nas cenas com vampiros há planos mais abertos realçando o tom de liberdade que os personagens expressam. No que tange aos aspectos de fotografia e figurino, os dois são bons, com destaque para o figurino que destaca bem a moda dos anos 80 e reflete bem a personalidade de cada personagem.

Os Garotos Perdidos é uma boa sessão da tarde, mesmo com seus defeitos.

Nota: 5,0

Publicados por: Matheus Eira

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