Clássico de Alfred Hitchcock é um dos melhores suspenses já produzidos.
Sinopse: Marion Crane rouba uma grande quantia de dinheiro a fim de ajudar seu namorado a pagar suas dívidas. No caminho para a casa dele, ela esbarra em muitas tensões e para num motel para descansar, porém ela não tem noção do quanto os donos do lugar são loucos.
Psicose é um dos filmes mais importantes da história do cinema tanto por sua inovação na época quanto por sua impecável direção. Alfred Hitchcock já tinha feitos muitos filmes antes deste, mas foi aqui que ele fez sua obra prima do horror, a trama é construída de um jeito que sempre instiga a curiosidade do espectador. Hitchcock trabalha bem o poder da sugestão e usa a câmera para manipular as cenas de tal modo que o mínimo suspiro equivocado causa uma tremenda tensão.
O início da película é muito bom, pois a apresentação de Marion e seu conflito é bem construída pelo enredo.Quando conhecemos a personagem, ela está desiludida com o relacionamento com Sam Loomis, pois ele não tem nada a oferecer para ela devido às muitas dúvidas deixadas por seu pai. Esse fato cria uma conexão empática com o público, pois quando a personagem rouba o dinheiro da firma onde trabalha, você se pega torcendo por ela, pois mesmo que seu ato seja reprovável, a motivação dele não o é.
Após essa apresentação inicial, o filme inicia um suspense com a fuga de Marion até Fairvale e seus percalços pelo caminho. O maior problema na jornada da personagem está em sua própria consciência, ela sente culpa pelo seu ato e age de forma nervosa quando a fazem perguntas. Isso faz com que esse trecho seja fundamental na criação da tensão, pois quando um policial desconfia dela, ela começa a dar sinais evidentes de que fez algo errado. A trilha sonora nesse trecho é simplesmente fabulosa, o instrumental ajuda a construir uma sensação de tensão crescente que realça atuação de Leight.
A obra atinge seu ápice quando chega ao Bates Motel comandado simpático Norman Bates. Esse é o trecho mais instigante do filme, pois é aqui onde a direção brilha. A conversa entre Norman Bates e Marion Crane é carregada de muita tensão, pois os dois tem segredos a esconder e o ar ameaçador paira o tempo todo nas cenas. Em certo momento, quando a personagem de Leight fala algo que Norman não gosta, ele dá sinais de que não é tão sereno quanto aparenta. A cena do assassinato na banheira é uma das mais famosas da história do cinema, porém passados 60 anos, ela não é tão bem executada levando em conta os padrões atuais. A falta de uma escatologia deixou a cena um pouco fraca, pois o jogo de câmeras não foi assertivo e deixou a cena um pouco cômica para os dias de hoje.
O restante do filme se concentra na investigação do paradeiro de Marion e apresenta novos personagens como a Lila e o detetive Arbogast. A construção do mistério envolvendo a família Bates é muito assertiva, mostra-se pouco a fim de deixar o espectador instigado para a grande revelação final. A cena final de Bates olhando para a câmera enquanto dá um sorriso macabro é um deleite em termos interpretativos e prova o talento do ator Anthony Perkins.
Psicose dispensa elogios e é um filme essencial para todos os fãs de cinema.
Nota: 9,5
Publicado por: Matheus Eira.
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