Quinto longa do universo compartilhado da DC Comics acerta em alguns momentos, mas o caos nos bastidores afetou o que poderia ter sido um bom filme.
Sinopse: Impulsionado pela restauração de sua fé na humanidade e inspirado pelo ato altruísta do Superman, Bruce Wayne convoca sua nova aliada Diana Prince para o combate contra um inimigo ainda maior, recém-despertado. Juntos, Batman e Mulher-Maravilha buscam e recrutam com agilidade um time de meta-humanos, mas mesmo com a formação da liga de heróis sem precedentes, poderá ser tarde demais para salvar o planeta de um catastrófico ataque.
Assim como Esquadrão Suicida, Liga da Justiça também foi muito modificado pelo estúdio afim de agradar aos que estavam descontentes com os filmes da DC nos cinemas. O problema é que para arrumar algo é necessário um planejamento cuidadoso e tempo para ver se as mudanças fazem sentido, o que não foi o caso aqui. Apesar de Zack Snyder ser o diretor creditado, nota-se a mão de Joss Whedon que foi contratado pelo estúdio para ajudar a produção após o afastamento de Snyder por problemas pessoais.
Em primeiro lugar, vale ressaltar que o filme tem um dos piores efeitos visuais já produzidos pro gênero. É tudo muito artificial, não há uma textura que convença e muitos dos efeitos parecem inacabados. A cena inicial com o Superman é o maior exemplo disso, devido a questões contratuais, Henry Cavill não pode raspar seu bigode para as refilmagens então na infinita sabedoria dos produtores, foi acertado que usariam CGI nas cenas refeitas. O resultado disso foi uma catástrofe que tira a imersão do espectador das cenas pela sua óbvia artificialidade e isso é um problema que se estende para várias cenas do filme. Há CGI em praticamente todos os cenários e as cenas de ação são dependentes dele para funcionar o que só piora o resultado.
No que tange ao roteiro, há erros e acertos. Os acertos ficam por conta da abordagem mais esperançosa para o personagem do Superman e a jornada de confiança da Mulher Maravilha. O maior erro foi na abordagem do Batman, em Batman vs Superman ele era bem sério e aqui vira um piadista esperançoso só que nenhuma das duas coisas foi bem estabelecida. O Cyborg, Aquaman e o Flash são funcionais dentro do contexto do filme, mas não recebem um bom tratamento. O que impede o desastre são os atores, Gal Gadot faz uma Diana mais introspectiva e que precisa aprender a se abrir, Jason Momoa gera boas risadas e imponência com sua versão mais punk do Aquaman e Ezra Miller arranca algumas boas risadas como Flash. O Ben Affleck é o maior problema no elenco, nota-se de longe o desinteresse dele no filme, ele fica muito apático nas cenas e a fiscalidade dele nas cenas de ação que elogiei em BVS não existe mais aqui. O Ray Fisher não está mal, mas também não se destaca.
É um pouco difícil avaliar a direção porque é o trabalho de duas pessoas com visões diferentes reunidos numa obra, isso gerou uma obra sem personalidade com tons de fotografia distintos em várias cenas e uma ação sem charme. Não direi que o filme não diverte, mas não é bem o que espera quando se vai ver um filme de uma das equipes mais famosas dos quadrinhos.
Liga da Justiça é sem personalidade, cheio de problemas e funciona somente como um entretenimento básico para um domingo à noite.
Nota: 4,5
Publicado por: Matheus Eira.
Postar um comentário