Filme da Blumhouse é uma mistura bem sucedida de comédia, slasher e viagem no tempo.


Sinopse: Uma mulher é assassinada e fica presa em um ciclo vicioso entre vida e morte. Ela deve resolver o mistério de seu próprio assassinato, ressuscitando várias vezes até descobrir quem foi o responsável pelo crime. Só quando ela compreender o que causou sua morte, poderá escapar de seu destino trágico.
A Morte Te Dá Parabéns é o que se pode chamar de salada cinematográfica, o filme pega conceitos de várias obras consagradas como Pânico e Feitiço do Tempo e entrega uma película divertida para um dia descompromissado. A trama conta a história de Tree (Jessica Rothman), uma jovem que pode ser classificada como uma bitch tal como em obras adolescentes como Meninas Malvadas. No início da trama, a personagem é o pior exemplo de pessoa que se pode imaginar, é fútil, não liga para os sentimentos dos outros e não tem pudor em se envolver com seu professor casado. Logo, quando a personagem é assassinada, não é difícil de o espectador sacar o porquê.
Entretanto, o filme não é um slasher comum e adiciona um loop temporal que é ativado cada vez que Tree é morta. Isso faz com que a personagem possa investigar sobre a identidade do assassino como também funciona para que o roteiro trabalhe no arco de crescimento da personagem. Ao longo do filme, a jovem vai aprendendo mais sobre as pessoas ao redor dela e percebe que cometeu muitos erros e durante as várias versões do loop, aprende a ser alguém melhor. Essa evolução é um dos grandes aspectos do roteiro, pois escapa daqueles clichês batidos das vítimas de assassinos mascarados serem unicamente idiotas. A atuação de Rothman impressiona pela sua versatilidade tanto nas cenas mais dramáticas quanto na comédia, ela é o grande destaque do filme, já que os outros personagens estão presos em seus estereótipos devido ao elemento temporal da trama.


Se por um lado o elemento dramático funciona, por outro o filme não mantém o nível como slasher. A maioria das cenas com o assassino são entre cortes rápidos durante as transições entre as diferentes mortes e sempre carregadas de um tom cômico. Então, quando o filme tenta ser sério, não consegue. Outro ponto fraco reside no que tange ao assassino e sua motivação. O diretor tenta nos enganar o tempo todo sobre a identidade do mascarado, todavia fica óbvio se prestar atenção, pois vários erros de lógica são cometidos a fim de tentar preservar a identidade real do mascarado. Por mais que numa obra como essa seja necessária uma suspensão de descrença, não é motivo para o roteiro criar situações tão absurdas que não ficariam sem consequências. Por exemplo, em certa parte, a personagem tenta se livrar do assassino no hospital, porém para isso ela teve que ameaçar um policial e após o desenrolar disso parece que não ela não responde por nada. Isso prejudica seriamente a pouca lógica dentro da obra.
Nos quesitos técnicos não há muito a ser dito. O destaque fica para a edição que fez muito bem as transições entre as diferentes cenas de morte e despertar. A direção de Christopher Landon é correta, mas sem nada que se destaque. Quanto a trilha sonora, pode-se dizer que é quase inexistente devido a falta de personalidade.
A Morte Te Dá Parabéns é um bom filme que trabalha bem sua protagonista, mas peca na parte do suspense.

Nota: 6,0

Publicado por: Matheus Eira.

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