O sétimo episódio de It: Bem-vindos a Derry marca, sem dúvidas, o ponto mais inquietante da temporada até agora — não por ser o mais sangrento, mas por ser o mais emocionalmente claustrofóbico. A direção aposta numa narrativa mais lenta, quase sufocante, que transforma a cidade em um organismo vivo e paranoico, mexendo com a sensação de que algo está errado, mesmo quando nada acontece na tela.

O episódio se destaca por aprofundar a espiral psicológica dos personagens, e aqui o roteiro acerta ao mostrar que o terror de Derry não vem só do Pennywise, mas do silenciamento coletivo, da covardia e do pacto de ignorância que a cidade cultiva há décadas. Não é um capítulo de grandes revelações, mas sim de pequenas rachaduras, cada uma mais perturbadora que a outra.

Visualmente, é um dos episódios mais sombrios, que mostra a coisa detalhada e bem de perto, e o quão bizarro ele pode ser. A fotografia aposta em sombras que parecem se mover sozinhas — uma escolha estética que antecipa o retorno do palhaço sem precisar mostrá-lo. Quando ele aparece, mesmo que brevemente, o impacto é amplificado: aqui, Pennywise não é só um monstro, mas um evento, um lembrete de que nada escapa ao ciclo de medo da cidade.


Se há um ponto fraco, é o ritmo: quem espera ação pode achar o episódio arrastado. Mas, para quem entende que Derry sempre mastiga seus moradores antes de engoli-los, o capítulo funciona como uma descida cuidadosa e inevitável ao horror.


O episódio 7 é o mais maduro da temporada, mostra o real motivo da coisa ter escolhido o palhaço Pennywise para tomar forma, por conta que ele tinha facilidade em atrair as crianças. Ele prepara o terreno para o caos que certamente virá e deixa o público com aquela sensação desconfortável de que, em Derry, o pior nunca está na superfície.


NOTA: 09/10

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