O quinto episódio de It: Bem-vindos a Derry Finalmente tras a coisa na forma do palhaço Pennywise e consolida de vez o clima de pavor psicológico que a série vem construindo, e faz isso ao unir duas forças que Stephen King domina como poucos: o horror cósmico e o trauma humano. A morte do soldado, ponto central do capítulo, não é apenas um momento de choque, é o estopim emocional que transforma a tensão latente em um pesadelo inevitável. A sequência é filmada com um cuidado quase ritualístico: o silêncio pesado antes do ataque, a sensação de presença invisível e a brutalidade súbita que encerra sua vida criam uma cena inquietante.


Mas o episódio não para nisso. Ele brinca com os fãs de King ao inserir referências diretas a
O Iluminado, não como simples fanservice, mas como ecos temáticos e mostrando cada vez mais que estão conectados em um “stephenVerso”. A trilha que pulsa como um coração prestes a explodir, os enquadramentos longos de corredores que parecem se esticar, e até o comportamento errático de certos personagens remetem ao Overlook Hotel, sugerindo que Derry, assim como o hotel, é um organismo vivo, faminto e manipulador. Há, inclusive, um momento em que a câmera percorre lentamente um corredor iluminado de forma artificial, lembrando de maneira clara o tipo de terror espacial que O Iluminado eternizou. É como se a série dissesse: “O mal aqui vem da mesma fonte”.

O resultado é um capítulo intenso, atmosférico e perturbador. O episódio utiliza a morte do soldado para aprofundar a espiral de loucura que se instala na cidade.

 Esse quinto ep amarra com precisão o terror psicológico que vinha sendo construído ao longo da temporada e eleva a narrativa a um novo patamar com o retorno inquietante do falso Math. A reaparição dessa figura é tratada como um presságio — um lembrete cruel de que, em Derry, nada morto permanece morto e nada desaparecido permanece ausente. A presença dele, distorcida e quase teatral, funciona como um reflexo das forças que governam a cidade: entidades que manipulam memórias, identidades e laços afetivos como se fossem brinquedos.

A volta do falso Math não só intensifica o pavor dos personagens, como também reforça a sensação de que Derry é uma máquina de moer realidade. Ele surge carregando aquela ambiguidade típica da obra de King: é ao mesmo tempo familiar e errado, reconhecível e monstruoso. O episódio deixa claro que o objetivo dessa aparição não é apenas assustar, mas corroer emocionalmente os que ainda tentam resistir ao mal crescente, ele começando a cantar no esgoto e se transformando na primeira aparição a vera do Bill Skarsgard como o palhaço na serie foi sensacional.

NOTA: 8,5/10

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