O Fórum Nerd foi convidado à conferir o filme em uma cabine de imprensa à convite da Filmelier+.


Escrito e dirigido por Jonas Ruthlaender, Jogos de Sedução é um Drama/Thriller Alemão-finlandês que conta um momento na vida do casal Saara e Roberto, interpretados por Saara Kotkaniemi e Nicola Perot.

Saara, uma doutorando experiente conhece o imigrante Roberto, um jovem fascinado pelo agora e que encontra em Saara o típico desafio que jovens na flor da idade enxergam em mulheres maduras e pouco impressionáveis. Ambos iniciam uma relação com promissoras carreiras a cada um, ou ao menos uma promessa. Saara atuando na área de pesquisas cientificas e Roberto aguardando a carta de aprovação da faculdade. 


A irracionalidade da Paixão

Vendo Roberto como alguém diferente e que sacia suas necessidades mais íntimas, Saara o permite viver em seu apartamento, ajudando-o com as despesas básicas até que o namorado receba a carta de aprovação. O filme transita entre diversas cenas de sexo entre o casal, sempre mostrando Roberto sob um tom de dominador e com constantes "punições" que fazem parte do fetiche do casal.

A direção é muito eficiente em evocar uma sensação de apreensão quando Roberto começa suas "punições", não nos deixando claro se Saara realmente deseja aquilo, mas então a mesma se entregando àquela relação.


Jogo de Poder 

Quando Roberto recebe enfim a carta, ele percebe aquilo
que para nós como público era previsível, ele não é aceito na faculdade. A atuação de Nicola Perot é oscilante. Muitas vezes o ator constrói bem a persona de alguém enfervecido e inconsequente, assim como ele também nos entrega uma espécie de violência acobertada por baixo das unhas daquele rapaz, que se torna agressivo à medida que enxerga suas fragilidades e inseguranças serem despida na sua frente. Dito isso, os principais problemas de sua atuação estão nos momentos dramáticos e que o coloca abaixo de sua colega Saara Kotkaniemi.

A fatídica notícia para Roberto coloca-o abaixo de Saara no esquema de poder que ambos inconscientemente construíram em sua própria relação. Essa fragilidade do personagem que até então apresentava-se como alguém seguro, despojado e dominante não é bem aceita por Saara que agora o vê tal como o mesmo se vê. Um homem fragilizado e incapaz de prover. 

Para o diretor, Jonas Ruthlaender as relações não são tão simples de serem decifradas, e uma relação nascida de mentiras e do desejo puramente carnal terá um alicerce vacilante. Aquilo que outrora eram flores e sexo para o casal rapidamente se torna uma relação de disputa entre o elo forte contra o fraco, reduzindo-os como casal a dois animais tentando preservar um território tão pequeno quanto o próprio umbigo.

O filme se constrói com a promessa de nos trazer algum tipo de final apoteótico ou que nos tirará o chão. Algo que não ocorre, não por fraqueza da produção que muda ao redor dos personagens o cenário que outrora era quente e vivo e que agora está soturno e desmoronado, mas sim por uma linha desinteressante do roteiro e direção, ambos feitos pela mesma pessoa.


Nota: 5.8/10  

O filme está disponível no catálogo do Filmelier+.

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